quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir!

Uma só alma, um só coraçãoAmados irmãos e irmãs, querido povo de Deus, aqui estamos novamente com mais uma leitura que nos convida a uma reflexão sobre a nossa missão neste mundo em resposta ao chamado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de um texto Bíblico sobre as Confissões de Jeremias, muito apropriado para o tempo que estamos vivendo e que precisamos assumir um compromisso de mudança de mentalidade e comportamento ao invés de simples lamentações sem nada fazer. Por isso, vamos fazer essa leitura e juntos refletirmos em que devemos mudar, para que estejamos unidos num só coração e numa só alma.

Lendo os textos dos referidos capítulos referentes as “Confissões” de Jeremias, senti-me sensibilizado diante da narrativa do Cap. 20,7ss pelo extravasamento de sua queixa à Deus que não o socorre diante das dificuldades e obstáculos que se fazem presentes no seu caminho. Caminho este, que o próprio Deus o colocou.

Refletindo este texto me veio ao pensamento que tão semelhante palavra dirá ou tão semelhante atitude terá toda a criatura humana que num determinado momento de sua vida sentiu no intimo de sua alma uma forte inquietação, e que de imediato não conseguindo identificar tal inquietação sente-se impelido a desvendar tal mistério que invade e revoluciona seu espírito e modifica o seu comportamento e que afinal, esse mistério revela-se para si como um “chamado de Deus”.

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! A sedução de Deus não se compara a sedução do mundo que corrompe, perverte. A sedução de Deus é seu encantamento, é seu fascínio… Encantaste-me, Senhor; e eu me deixei fascinar! Digo eu, inspirado escrevendo este texto. E quem poderá resistir? É a fortaleza divina sobrepondo a fortaleza humana! É o querer divino sobrepondo o querer humano. É o arrebatamento de Deus! “E o barco está em alto mar, não dá mais para voltar…” diz a música.

E é ai que começa o grande desafio! O relacionamento do homem consigo mesmo, o relacionamento com o próximo e o relacionamento com Deus, continua sendo a grande questão não só nos tempos dos profetas, mas também nos dias de hoje e, sobretudo neste tempo chamado pós-moderno. Administrar essa “tríade” relacional é o grande desafio da humanidade em todos os tempos. É o nosso desafio!

Os Bispos, Presbíteros, Diáconos, Religiosas, Religiosos, Leigos, enfim, todos são suscitados por Deus e tem também sua missão de governar, ensinar e santificar, conforme os sacramentos recebidos. Essa missão não é diferente da dos tempos dos profetas, porque nós também continuamos a pecar, arrepender-se e buscar o perdão de Deus.

Para quem recebeu de Deus a missão de evangelizar sempre terá em seu caminho a árdua tarefa de se confrontar com as mais diversas situações de conflitos existenciais e religiosas, esperadas e inesperadas, que irá exigir do evangelizador o exercício e a perseverança da fé, da esperança e da caridade em Deus para não sucumbir frente a esses desafios.

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir, diremos todos nós, não como queixa, mas com o coração exultante de alegria por ter sido conhecido e escolhido desde o seio materno e “antes do nascimento ser consagrado e designado profeta das nações” ser enviado e ordenado a falar das maravilhas do Criador e sua criatura e que apesar de tudo não devemos ter medo e Ele mesmo disse: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jô 16,33) Assim amados irmãos, nós também, unidos em um só coração e numa só alma haveremos também de vencer este mundo. Boa leitura e uma boa reflexão.

José Ferreira (Bá) é Diácono Permanente, foi ordenado em 1º de maio de 2004. Possui um histórico acadêmico com aprovação em diversas disciplinas pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas no campo da Filosofia, Teologia, Sociologia, Psicologia e Pedagogia, além de participações em Simpósios Filosóficos e Teológicos. Atualmente exerce sua diaconia na Paróquia N. S. de Fátima, no bairro de Olaria, na Diocese do Rio de Janeiro, onde auxilia nas diversas pastorais e movimentos.
As Revoluções e o Cristianismo

Pensando em temposQuando se fala de revolução a primeira coisa que se pensa é em algum tipo de revolução socialista, como a soviética ou a cubana. Porém, há uma outra revolução que pode ser considerada, de certo modo, a mãe das idéias revolucionárias socialistas: é a revolução industrial. As transformações geradas pela produção industrializada foram tantas e tão profundas que mudaram radicalmente a face da sociedade. Nenhuma sociedade que tenha passado pelo processo de industrialização o fez incólume.

Para começar a produção em larga escala gera a necessidade de mão-de-obra abundante e barata, além de um consumo tão amplo quanto a escala de produção. Estas necessidades são antagônicas, se uma parcela substancial da sociedade está trabalhando muito e ganhando pouco, obviamente não terá recursos para consumir. Logo, a produção, em escala cada vez maior, tem que ser enviada para fora da sociedade que a produz, de onde deve vir a matéria-prima para alimentar esta mesma produção. O que cria um sistema imperialista de relações exteriores das nações industrializadas, que, por seu turno, estabelece relações cruéis de dominação, associadas a uma divisão de recursos excludente em escala planetária e, em última instância, duas guerras mundiais.

Se, do ponto de vista externo as conseqüências da industrialização são perversas, internamente não é muito diferente. As atividades agrícolas tradicionais sofrem dois tipos de alteração. Primeiramente, há a mercantilização da produção agrária, que se volta, em grande medida, para atender as necessidades da produção industrial. O caso da Inglaterra é bastante expressivo, pequenos cultivos foram substituídos por rebanhos de ovinos, que forneciam lã para a indústria têxtil. No Brasil do século XX, temos o desalojamento de cultivos alimentares para dar lugar ao café, à soja e à laranja, exportados para as grandes indústrias alimentícias. A outra alteração é a transformação das relações sociais no universo rural. Sendo derivada da primeira, esta segunda gera um corolário benéfico aos que manipulam o sistema como um todo, a geração de excedente de mão-de-obra nos distritos industriais.

Voltando à Inglaterra do século XVIII, as transformações de que falamos implicam no que se chamou de “cercamento dos campos ou terras comunais”, isto é, as terras que eram cultivadas por grupos camponeses pobres passaram a ser administradas privadamente por grupos abastados. Isso redunda em êxodo rural, que incha as cidades, criando e mantendo uma farta reserva de mão-de-obra, o que mantêm os salários em queda quase permanente. No Brasil, temos um fenômeno algo semelhante. Nas da década de 1950 até a de 1970, recorrentes crises da pequena agricultura, privada de recursos emergenciais do erário, escoados em quase sua totalidade ao amparo de grandes latifúndios e do agrobusiness, somadas à expedientes como a grilagem (falsificação de títulos de propriedade de terra) e à truculência, empurrou toda uma geração para as cidades, engordando os bolsões de miséria das principais capitais e oferecendo mão-de-obra de baixa qualificação, mas com baixos salários.

Daí chegamos às idéias revolucionárias: a pauperização dos trabalhadores urbanos no século XIX é um fenômeno presente em praticamente toda a Europa ocidental. As multidões de operários de olhar vazio e andar compassado atravessavam as grandes cidades todas as manhãs e nos finais dos dias. Essas marchas um tanto horrendas, não passaram desapercebidas aos principais intelectuais. De poetas a políticos, muitos perceberam que a pobreza excessiva estava se tornando uma chaga aberta nas cidades. Os pensamentos revolucionários surgiram da observação do sofrimento dos pobres, associado a um pessimismo em relação às iniciativas de distribuição de renda a partir dos ricos, que naquele momento esfolavam seus trabalhadores até o desespero. Um pessimismo não de todo infundado, uma vez que os donos das fábricas impunham jornadas de até 16 horas diárias, a salários tão baixos que os pais tinham que por seus filhos de 7 ou 8 anos de idade para trabalhar, já que seus salários não cobriam os gastos das crianças.

É possível dizer que o pessimismo de que falamos, associado a um sentimento de indignação e a uma perspectiva fatalista e teleológica da história, tenha gerado movimento revolucionário pautado na violência. Karl Marx foi um dos principais expoentes deste tipo de solução. Sei que falar de Marx é um tabu dentro da esfera católica, mas me parece que Marx estava movido pela ideal correto, o da igualdade entre os homens. Embora estivesse apontando para a solução errada, a violência, estava movido por uma certa dose de compaixão pelo sofrimento do próximo. Por isso, creio que uma das virtudes destes pensadores do século XIX e de seus seguidores no século XX é a de pensar para além de si mesmos. A opção por um projeto coletivo de mundo, presente nos ideais da juventude até a década de 1970, contrasta com o que parece ter sido a vitória da Revolução Industrial. Explico-me.

A ânsia de consumir também é uma resultante de um dos principais subterfúgios da industrialização: a propaganda. A propaganda é o instrumento que tem como objetivo nos fazer consumir além das nossas necessidades, na verdade, a propaganda cria necessidades. A vitória da Revolução Industrial está na perda de nossos critérios coletivos, as decisões da maioria hodierna são pautadas em critérios exclusivamente umbilicais. Nós, salvo gloriosas exceções, só nos preocupamos com o que é de nosso interesse imediato, o que equivale dizer que o individualismo chegou ao seu ápice em nossos dias.

Perdemos todos, ateus e cristãos, a visão de uma sociedade mais justa. No máximo entendemos a necessidade de atos de solidariedade, mas perdemos do nosso horizonte a possibilidade de uma sociedade em que a solidariedade seja menos urgente. Em que esta não seja a única possibilidade de sustento de uma grande parte da população mundial. A desigualdade está a tal ponto naturalizada, que sequer pensamos mais seriamente em por fim a ela. Essa não é uma conversa de socialista démodé. Os documentos da Igreja, como a Rerum Novarum, falam na redução do abismo entre trabalhadores e patrões através do senso de justiça dos últimos para com os primeiros. Não é caridade, é justiça social.

No Brasil, onde a questão social até bem pouco tempo era caso de polícia, a Igreja esteve envolvida nas últimas décadas em defesa de uma sociedade mais humana. Desde os movimentos contrários à tortura no regime militar até o apoio às lutas dos trabalhadores, a Igreja esteve presente, seja com as missas em manifestações, declarações de autoridades, ações concretas, campanhas da fraternidade, toda uma série de elementos que mostraram que a Igreja não está apenas envolvida na construção de um mundo mais cristão, ela está comprometida. No livro O Monge e o Executivo há uma definição interessante para a diferença entre estar envolvido e estar comprometido. Numa refeição de ovos com bacon, a galinha foi envolvida e o porco comprometido.

Me entristece o péssimo hábito que adquirimos de jogar fora, após o banho, a bacia, a água e a criança. Abrimos mão de uma experiência riquíssima de compromisso com a concretização do Cristianismo no mundo, apenas por poder ser rotulado de “Teologia da Libertação” ou de marxismo, ainda que esteja dentro da Doutrina Social da Igreja. Não temos, no entanto, o mesmo receio de ver estimulado o egoísmo e a egolatria, apesar de poder ser classificado de “Teologia da Prosperidade”. Em ambas as “teologias” encontram-se erros, exageros e equívocos – alguns até as tornam incompatíveis com o Evangelho –, a bem do que se possa aproveitar de positivo, mantemos a mania de jogar fora a criança e a bacia junto com a água.

Sei que muitos torcem o nariz para textos que tratam de temas tão desagradáveis, como pobreza, sofrimento, luta por um mundo melhor, talvez preferissem um bom informativo sobre as novidades tecnológicas ou a moda, ainda que não possam adquiri-las. É, sem dúvida, mais atraente a propaganda de celulares que fazem coisas das quais poucos realmente necessitam, mas que causam a satisfação de um ego hipertrofiado. Que Deus nos conduza à virtude da empatia pelo sofrimento alheio, para que nos constranja mais o personalismo que a busca por uma sociedade mais cristã.

Carlos EngemannCarlos Engemann possui graduação com distinção acadêmica Magna cum Lauda em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), mestrado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e doutorado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Atualmente é professor da Universidade Salgado de Oliveira e professor titular do Instituto Superior de Teologia do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil Império, atuando principalmente nos seguintes temas: escravidão, antropologia histórica e métodos quantitativos. É autor do livro “De Laços e de Nós”.
Cultivar a alegria na provação

Márcio Mendes

“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice” (Eclesiástico 2,1-6).

Esta é uma Palavra para lhe dar ânimo novo para o ano que está chegando. O Senhor quer preparar o seu coração para que você comece bem e continue assim até o fim. Aquilo que nós começamos mal, termina pior ainda. Feliz de você que decidiu começar o seu ano consagrando-se a Deus, pois vai colher os frutos do que está semeando.

Você que hoje entrega ao Senhor o seu coração, faça isso com fé e seja firme naquilo que é justo sem perder o amor a Deus. Você que escolheu entregar a Ele este ano que vai começar, permaneça firme no que é certo.

“Aqueles que temem o Senhor preparam o coração, santificam suas almas na presença dEle. Aqueles que temem ao Senhor guardam os seus mandamentos, têm paciência até que Ele lance os olhos sobre eles, dizendo: Se não fizermos penitência, cairemos nas mãos do Senhor, e não nas mãos dos homens, pois a misericórdia dele está na medida de sua grandeza” (Eclesiástico 2, 20-23).

Quantos males teriam sido evitados se um história diferente tivesse acontecido na sua vida; mas não aconteceu porque você estava despreparado. Por isso a Palavra de Deus nos diz: "Prepara a tua alma". Em 2010, outros desafios nos esperam. As dificuldades virão, mas nós estaremos preparados para elas; não com a força da nossa carne, mas sim pelo Espírito Santo que tudo faz. Prepare-se. Pior do que ter um inimigo é não saber que o temos, porque você não se prepara para ele. Prepare sua alma e seu coração para as coisas que vêm. A Palavra do Senhor nos faz o caminho a ser trilhado.

A Canção Nova esperou este ano inteiro para dar um grito de vitória ao atingir os 100% da campanha. Muitas pessoas precisam ser atingidas por essa obra do Senhor e, por isso, nós pedimos, nos humilhamos e esperamos 12 meses com paciência para hoje, no último dia do ano, dar este grito de vitória.

"Enquanto nós esperamos pela resposta de Deus, nós sofremos"

Dúvida é um coisa terrível. Enquanto nós esperamos pela resposta de Deus, nós sofremos. A espera nos faz sofrer na maioria das vezes, e mesmo quando a espera é boa, nós sofremos. A Palavra nos conhece e nos diz o seguinte: "As demoras de Deus são sempre um dom para nós. O socorro divino nunca chega tarde; e se o Senhor demora para lhe dar a resposta, é porque ela também será uma grande vitória. Enquanto você sofre esta demora, espere com paciência, a fim de que, no derradeiro momento, a sua vida se enriqueça.

No último dia deste ano o Senhor nos agraciou com um vitória que valeu pelo ano inteiro. A sua vitória também o espera. As pessoas podem dizer que não vale a pena, mas continue perseverando, porque a vitória o espera.

Quando Deus não nos dá o que pedimos, ele nos dá algo melhor. Dedique-se ao Senhor e, no meio desta luta, não se revolte, porque isto o afasta de Deus. No meio do seu sofrimento você pode ter se perguntado: "Onde está Deus?". Não se revolte; aceite tudo o que lhe aconteceu, porque, a partir do momento em que você aceita, pode lutar contra isso.

Deus não lhe dá uma cruz que você não possa carregar. Tenha paciência, o Senhor está dentro desta situação ruim para tirar um bem maior. Você não tem ideia de como Ele está lhe entregando a salvação através de seus sofrimentos. O Senhor se faz presente em todas as coisas para nos dar força. Seja firme em tudo que lhe acontecer, põe a sua confiança em Deus e Ele o salvará. Se a saída não vier por mãos humanas, ela virá por Aquele que o ama. Por maior que sejam as suas provações, saiba que maior ainda é o seu Senhor. Confie em Deus.

A alegria que sentimos nasce do amor que o Senhor está plantando dentro do nosso coração. Não tem como cultivar no coração uma alegria verdadeira se não vivemos em Deus.

“Não entregues sua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida. Tem compaixão de tua alma, torna-te agradável a Deus, e sê firme; concentra teu coração na santidade, e afasta a tristeza para longe de ti, pois a tristeza matou a muitos, e não há nela utilidade alguma. A inveja e a ira abreviam os dias, e a inquietação acarreta a velhice antes do tempo. Um coração bondoso e nobre banqueteia-se continuamente, pois seus banquetes são preparados com solicitude” (Eclesiástico 30,22-27).

Afaste a tristeza para longe de você, porque ela não presta para nada
Foto: Wesley Almeida

É isso que o Senhor quer de você hoje. Esse novo ano será inesquecível para você. O inimigo nos quer fracos, portanto, não abra o seu coração à tristeza. A alegria do Deus é a nossa força.

Escolha, pois, a vida para que sejas feliz. Afaste a tristeza para longe de você, porque ela não presta para nada. Se você tomar a decisão de que, a partir de agora, a sua vida vai ser diferente, a tristeza não vai mais fazer parte do seu novo ano.

Que Deus lhe conceda a paz que você necessita!
O que a Igreja pensa sobre as crendices populares?
Magda Ishikawa
Canção Nova Notícias, RJ

Às vésperas do fim do ano, milhares de pessoas aproveitam para rever a vida e projetar o futuro. Alguns ficam de olho nas previsões e recorrem a todo tipo de crendices. A repórter Magda Ishikawa, mostra nessa reportagem os costumes populares e a posição da Igreja Católica sobre o assunto.
As vitrines já estão brancas. Com o reveillón às portas, a nova preocupação de quem anda pelo shopping é procurar qual será a roupa para usar na virada do ano. E para muitos, na hora da escolha, a cor é um dos requisitos mais importantes.

Pular sete ondas ou se vestir com as cores que indicam prosperidade são alguns dos hábitos de superstição populares que se repetem todo ano durante o reveillón. Além, é claro, de estar atento às previsões do futuro. Mas será que realmente todos estes ritos funcionam?

Para a carioca Érika de Freitas Araújo comer sete garfadas de lentilha rapidamente à meia-noite e sete uvas no ponto mais alto da casa era sinal de muita prosperidade no novo ano.

Porém, mesmo praticando fielmente as mesmas simpatias durante anos, nada mudava. Foi quando Érika ouviu um pronunciamento da Igreja Católica a respeito de tais práticas e percebeu que, para ela, tudo aquilo já não tinha sentido.

"O Papa João Paulo II fez esse alerta, a nós cristãos, que tínhamos que parar de acreditar naquilo que os outros diziam", conta.

Para a Igreja Católica, a prática de tais ritos não tem fundamento teológico. "Tudo isso é mera crendice, é mito popular. A Igreja só crê em uma coisa: o nosso destino, nosso futuro, está nas mãos do Senhor", explica padre Ramom Nascimento da Silva, da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Deus nos prova


Vamos continuar o nosso estudo, a nossa oração, e o caminho que Deus quer fazer para nós. Nesta manhã, falamos dos dois primeiros versículos do livro do profeta Daniel. Vamos ver tudo de novo e continuar meditando o livro desse profeta [Daniel], capítulo 4: 1ss. Esta palestra é uma continuação desta manhã. Diga comigo: "Eu (diga seu nome) estava tranqüilo em minha casa, vivendo prosperamente em meu palácio, daí tive um sonho..." Quando somos do "mundão", temos muitos sonhos, nos preocupamos com outras coisas.. Eu sonhava na minha mocidade com coisas materiais, então quando Deus Pai me "pegou", eu comecei a sonhar coisas mais altas e mais lindas ainda! E quando era seminarista, sonhava já com esta minha comunidade (Aliança de Misericórdia). E, hoje, no mundo, nós perguntamos como uma instituição pode se sustentar assim, vivendo da caridade? É só pela providência divina. Padre Jonas acreditou naquele sonho que tinha no coração e hoje temos uma presença viva que evangeliza, que é a Canção Nova.

Ouça: "Como pode a Canção Nova se sustentar sem publicidade?"


Imagine um jovem que você não dá nenhum "centavo" por ele, que já matou alguém, e, depois, ao conhecer Jesus, serve de ajuda para os outros que estão à beira da morte. E este jovem disse depois de um repouso: “Eu vi o coração de Jesus se abriu e me lavou com seu sangue. E quando o Senhor abriu os olhos me disse: 'Eu te perdôo'”. Como podemos fazer estas experiências? Podemos porque houve alguém que sonhou. Você sabe que somente haverá na Canção Nova o Congresso das Novas Comunidades, porque no ano de 1967, um grupo de universitários se ajoelhou e disse a Jesus: "Se o Senhor não permitir que vivamos a mesma experiência do Cenáculo, nós não iremos embora". E o que aconteceu? Após 40 anos desse acontecimento, se ouve falar que 120 milhões de católicos já fizeram experiência do "Batismo no Espírito Santo" mundo afora. Diga: “Eu devo sonhar”! Quem de vocês sonha? Você deve sempre sonhar alto e sempre acreditar nos sonhos que Deus quer lhe dar.

Uma vez, chegou o "chefão" do tráfico para nós, na Praça da Sé, e disse para a gente ir embora, porque não havíamos pedido a ele para ficar lá. Então dissemos a ele: "Será que podemos rezar por você?" Ele concordou e disse que podíamos. Ele fechou os olhos, e depois de um tempo, ele repousou e ficou um tempão no chão. Quando voltou do repouso, disse: "Onde está aquele homem que disse que me amava e que eu era legal?" Eu disse-lhe: "É Jesus!" Ele me perguntou: "Quem é Jesus?" Então falamos a ele quem era o Senhor e ele, então, quis que nós rezássemos pelos bandidos dele. Você pode fazer isso, meu irmão, porque você deve sonhar alto! Se você está triste, e abatido: sonhe alto!  

Ouça: Testemunho de jovem que matou mais de 60 pessoas convertido


Vamos ver um aspecto que parece negativo, mas que Deus o permite para um fim maior. Acontece, aqui, um passo que Deus permite para me purificar. Deus permite que cresçamos na espiritualidade pessoal, quando Ele permite que façamos experiências grandiosas. Havia uma árvore no centro da terra. De repente, você se torna um ponto de referência para as pessoas, pelo seu caminho, você se torna como essa àrvore, um elemento importante para tantas pessoas. A árvore cresceu e se tornou forte, e você se torna forte quando cresce na vida espiritual. Caminhando com Jesus, na vida espiritual Ele nos permite alcançar o céu. A sua altura abrange o céu e atinge toda criatura. Você, que faz uma caminhada espiritual, quantos podem dizer que você foi canal de graça, serviu de alimento espiritual para eles? Deus nos permite, como comunidade, que façamos esta experiência de ser ajuda para tantas almas.



Ouça: Testemunho de missionária que tinha o pai alcóolatra


Nós, que somos comunidade de vida, e você que vive experiências nos grupos de oração estejamos bem atentos! Até agora eu disse só o lado positivo. Mas qual é o perigo? O perigo é a que, às vezes, nos tornamos orgulhosos. Pegamos os sonhos, e tomados pelo desejo de evangelizar, pensamos que tudo se move se "nós movemos" as coisas. E vemos que o coordenador e a coordenadora se sentem os donos do Espírito Santo. Quantas pessoas dizem que você e que eu também não tenho o "carisma". Diga: Eu não estou consciente daquilo que está acontecendo em mim. Sem ter consciência, entra alguma coisa. Deus lhe dá experiência. Você vê que prega e as pessoas são curadas, e você se sente "o máximo" Você pensa: "Sou eu quem faço tudo!" E começa a controlar tudo, porque você agora se acha o dono da verdade. Veja bem, Deus permite isso, Ele permite nos tornarmos "enormes". Diz o Senhor: “Derrubai a árvore, cortai seus ramos, arrancai suas folhas e jogai fora seus frutos”. De repente, você se tona nada. Mas como? Eu que fiz tantas coisas, e que Jesus usou para fazer tantas coisas. E a certo ponto, a pessoa se torna louca. Deus permite que as pessoas se tornem loucas e se tornem um nada para purificá-las. E uma Palavra, que diz que o vigilante, que é o Espírito Santo, ou o diretor espiritual, é interessante: “Mas fique na terra o toco e as raízes”. Deus, depois que permite você fazer uma experiência, permite cortar tudo. Mas acontece que lá embaixo, as raízes ainda ficaram. Deus o ama com um amor imenso. Ele derruba todas as suas experiências, que você está fazendo, mas deixa aquela "raiz" lá. O Senhor permite que passemos por purificações e escuridão, para nos fortificar, por isso, não devemos ter medo.

Certa vez,  eu vim pregar na Canção Nova e esta obra estava fechando sua TV em São Paulo, pois estava passando por momentos difíceis. Eu falei com o padre Jonas e ele disse: "Deus nos tirou tudo e está tirando". Eu cheguei ao Laércio e o abracei e disse: "Você não deve ter medo". E disse-lhes "Se a Canção Nova está passando por momentos difíceis, se foi cortado tudo e os "pássaros" não passam mais pelos seus "ramos", o Senhor deixou a "raiz" da Canção Nova ali escondida". É necessário que nós compreendamos somente os planos de Deus. Ele pode permitir que você faça uma experiência de sonhar grande e salvar almas, mas, chega certo ponto, sem perceber, alguma coisa fica, não tem jeito é assim para todos. Ninguém de nós pode dizer que não tem uma ponta de orgulho e soberba, mas Deus vai cortá-la porque Ele quer fazer de nós aquilo que aconteceu com Nabucodonosor: ele se perdeu e no final quando compreendeu a potência de Deus, ele disse: "Seja louvado o Senhor Altíssimo, porque somente Ele domina e é digno de todas as coisas". Deus o purifica para você crescer e ser salvo.

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Fim de ano - tudo tem seu tempo e ocasião

Ao longo do ano, vivemos envolvidos no amor do Pai
“Tudo tem seu tempo e ocasião”, diz o Eclesiastes. “Para cada coisa”, dirá outra tradução, “há um tempo debaixo do sol.” O autor continua a repetir as palavras, sem a menor pressa, criando, em sua narrativa, um ritmo que, por si só, expressa o que ele quer dizer: tudo tem seu tempo, tudo tem seu ritmo.

“Tempo de nascer, tempo de morrer;
tempo de plantar, tempo de colher;
tempo de derrubar, tempo de construir;
tempo de chorar, tempo de rir;
tempo de fazer luto, tempo de bailar;
tempo de abraçar, tempo de separar-se;
tempo de procurar, tempo de perder;
tempo de calar, tempo de falar;
tempo de amar, tempo de odiar;
tempo de guerra, tempo de paz”.

Como não rezar com esta passagem a cada final de ano? Como vivi os tempos que o Senhor providenciou? Como acertei o meu passo ao sábio compasso que marca o ritmo da vida, de tudo o que existe debaixo do sol, inclusive eu? Quem nasceu? Quem morreu? Em que nasci? Em que morri? O que plantei? O que colhi? O que derrubei? O que construí? Como chorei? Como ri? Como vivi o luto e a dança? A quem acolhi? De quem parti? A quem deixei partir?
Como falei? Como calei? O que calei? Para que calei? O que falei? Como falei? Para que falei?

Odiei? Fiz guerra? Perdi, então, todo o meu ritmo, todo o meu tempo. Gastei inutilmente os tempos que o Senhor providenciou. Atravessei o compasso que marca o ritmo da vida, inclusive da minha. Matei e morri. Plantei, mas não colhi. Destruí. Se ri, foi pantomima. Se chorei, foi de desgosto. Se dancei, foi grotesco. Se acolhi, só foi a mim mesma. A tudo e a todos enxotei. Minhas palavras destruíram, meu silêncio foi omissão, falsa proteção a mim mesma. Odiei.

Amei? Então construí e promovi a paz, encontrei, então, o sábio ritmo da vida, o tempo interior só conhecido de quem ama. Aproveitei bem os tempos que me deu a Providência. Dancei, feliz e equilibrada, conduzida por meu divino par, ora valsas, ora noturnos, ora barcarolas, ora polcas e mazurcas, ao compasso que marca o ritmo da vida, de toda vida, da minha vida, da sua vida. Dancei, com toda a criação, com Deus e com os irmãos. Deixei-me conduzir pelo hábil Cavalheiro. Nasci e dei à luz. Plantei e colhi. Derrubei feiura, colhi beleza, bem, verdade. Ri, feliz ao acolher, nas dobras da renúncia do amor, meu irmão, a vida, as circunstâncias. Rodopiei, confiante e tranquila, a guardar segredos de amor em meu coração. Amei.

Ora amei, ora odiei? Natural. Sou pecadora. Sou imperfeita. Sou humana. Simplesmente vivi. Colhi os frutos do meu ódio e do meu amor.

Uma coisa sei que, com a mais absoluta certeza, tive, eu, assim como você: o amor do Pai em toda circunstância. A salvação do Filho todos os dias do nosso ano. A ação santificadora do Espírito, disponível em toda ocasião. Criador e criatura dançamos juntos, tal pai e filha na festa dos quinze anos, tal casal de noivos nas bodas, envolvidos, sempre, por muitos outros pares, milhares, milhões, bilhões de outros pares.

Chegamos ao fim de mais um ano em nossa bela sonata da vida. É preciso dar o comando de replay e assisti-la outra vez, serenamente, ouvindo detalhes perdidos na correria, na emoção dos acontecimentos: stacatos sutis, ligaduras ressonantes, fermatas desconcertantes.

Começa uma nova página. Quantos compassos teremos? Que temas se repetirão? Que novos tons serão adotados? Que novas frases musicais serão relidas, recriadas? Que outros instrumentos entrarão? Que interpretação escolheremos dar? Que passos criaremos? Como faremos a leitura, compasso a compasso?

Deus sabe! E é nisso que reside nossa tranquilidade, nossa confiança. Não conhecemos o que virá, mas pelos temas, frases, harmonias e compassos, pelo ritmo e pelo tom já tocados, sabemos que, tocada a quatro mãos, nossa composição será bela. O ritmo, por vezes sincopado, combinará com soluços. O compasso em sua batida convencional, evocará a rotina, que também revela beleza. As notas que voam, oração. As que ficam na memória, contemplação. As que marcam a base, convicção. As que desenham a melodia, inventividade.

Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Que a proposta de uma vida alucinada não nos seduza. Que o ritmo da evangelização, do amor, este, sim, seja alucinado, sem medida: Jesus tem sede, tem pressa. O ritmo interior, porém, este seja aquele secreto, confiante, sábio, paciente ritmo interior de Maria: “Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe! Tudo passa! Deus fica! Deus sabe! Para tudo há um tempo debaixo do sol. Não temo! Deus sabe! Deus sabe! Deus sabe!”


Neste ano, conceda-nos Deus dançarmos tranquilos, ao ritmo interior do mistério da vida.



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por Maria Emmir Nogueira, Co-fundadora da Comunidade Shalom
Revista Shalom Maná
Maria Emmir Nogueira, Com. Shalom
Menino que teve corpo perfurado por agulhas é visitado por Cardeal
 

Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo: ''Não existe justificativas para o sacrifício de um ser humano''

A contar pelos movimentos mais amplos e conversas, parece que as dores começam a ficar no passado. O menino de 2 anos, que teve o corpo perfurado por agulhas pelo padrasto, em Salvador, apresenta um quadro de melhora bastante positivo.


Na manhã desta quarta-feira, 30, às 11h30min, ele recebeu uma visita diferente. O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, levou a bênção para a criança e seus familiares.


"Ele está muitíssimo bem, graças a Deus, reagindo bem ao tratamento. Fiquei bastante comovido ao vê-lo e a mãe agradeceu bastante", explica.


Dom Geraldo levou um brinquedo e uma "coroazinha" de balas para o pequeno. "Eu descasquei a bala e dei para a mãe colocar na boca dele", conta, com zelo, o sacerdote.


O caso suscitou uma avalanche de solidariedade nas paróquias da região, com diversas intenções de oração.


"A vitória final não será do mal, mas do amor de Deus. Somos perdoados pelo amor e é nele que podemos fazer tudo", destaca o cardeal, admirado com as manifestações de apoio em torno do caso.


O garoto está internado na ala pediátrica do Hospital Ana Néri, na capital baiana, e deve receber alta dentro de duas semanas. De acordo com os médicos, ele precisará de acompanhamento pelos próximos cinco anos.


.: Ouça a entrevista com o Cardeal




Sem justificativas


Com relação às possíveis correlações da atitude do padrasto e rituais de magia de negra, o Cardeal é taxativo: "Não existe justificativas para o sacrifício de um ser humano, em especial quando é uma criança".


Ao elencar algumas características do mundo contemporâneo, como a vingância, violência e o aborto procurado, por exemplo, Dom Geraldo explica que se criou uma cultura de desprezo da vida.


"Frente a este caminho, que conduz a um abismo de miséria, devemos salientar o valor e a dignidade do dom da vida. Deus criou os homens para o bem, não para o mal", conclui o prelado brasileiro.
A Sagrada Família como modelo

As celebrações natalinas chamam a atenção, de maneira eloquente, para a Família. A extraordinária lição que nos vem da manjedoura de Belém nos apresenta a vida que nasce em um lugar bem constituído. O calendário litúrgico inclui, nesta época do ano, a festa da “Sagrada Família, Jesus, Maria e José”, onde as virtudes que servem de ordenamento e alicerce à Instituição são devidamente exaltadas. Podemos citar Paulo VI, que em seu Discurso na cidade de Nazaré, em 5 de janeiro de 1964, afirmou: “Nazaré é a escola onde se começa a entender a vida de Jesus, onde se inicia o conhecimento de seu Evangelho”.

Nas palavras do Papa Bento XVI, também com esta festa “fixamos o olhar em Jesus, Maria e José, e adoramos o mistério de um Deus que quis nascer de uma mulher, a Virgem Santa, e entrar neste mundo pelo caminho comum a todos os homens. Fazendo assim, santificou a realidade da família, enchendo-a da graça divina e revelando plenamente a sua vocação e missão”. E continua o Santo Padre: “o Concílio Vaticano II dedicou grande atenção à família. Os cônjuges são um para o outro e para os filhos testemunhas da fé e do amor de Cristo (cf.LG, n.35). A família cristã participa assim da vocação profética da Igreja: com o seu modo de viver ‘proclama em voz alta as virtudes presentes do reino de Deus e a esperança da vida bem-aventurada’ (cf. ibid.). Por isso a Igreja está comprometida na defesa e promoção ‘da dignidade natural e do altíssimo valor sagrado’ do matrimônio e da família" (ibid.) (“Angelus de 30 de dezembro de 2007).

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A comunidade conjugal está fundada no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos esposos e a procriação e a educação dos filhos”. Independentemente da crença religiosa, aí está a célula que dá origem à sociedade. A lei natural coloca assim, acima das disposições legais do Estado, esse conceito originário da convivência entre os homens. À autoridade humana compete não somente respeitar esse princípio básico do bem-estar coletivo, mas também é seu dever protegê-lo.

Os direitos políticos de cada pessoa, vinculados ao exercício da cidadania, devem ser devidamente amparados pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Segundo a competência de cada um, todos os esforços convergem, portanto, para a família. Caso contrário, atraiçoam a missão de que se encontram investidos em favor do bem comum.

A dignidade humana tem suas raízes na liberdade que nos torna semelhantes a Deus. Segundo o uso que fizermos desse dom divino, nossos atos serão bons ou maus. Somos, assim, responsáveis pelo nosso comportamento e dele daremos contas ao Pai. Durante nossa existência, constantemente, é posto à prova o reto uso do livre arbítrio, e a convivência doméstica a isso não foge.

Deus estabeleceu a comunidade conjugal e, entre seus deveres, está a geração dos filhos. Lemos no Gênesis (1,28): “Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos’”. Ora, isso só poderá ocorrer através do ato sexual. Atribuir-lhe o pecado de Adão e Eva revela pobreza de raciocínio. Também mostra ignorância quem afirma ser a geração da prole a única finalidade dessa união. Aberto à vida, esse relacionamento entre o homem e a mulher, no Matrimônio, é algo nobre e santificador. Diz o Código de Direito Canônico: “A aliança matrimonial (...) é ordenada, por sua índole natural, ao bem dos cônjuges, à geração e educação da prole”.

No entanto, assistimos, em graus diferentes, a constante e crescente ofensiva que tenta destruir a Família. A raiz está na busca do prazer a qualquer preço. As obrigações com os dependentes são postas em segundo plano e rompem-se os compromissos conjugais assumidos diante de Deus. O drama dos menores abandonados passa por lares desfeitos. O estímulo ao sexo livre, por vezes, vem indelevelmente manchado pelo sangue dos fetos abortados. Difunde-se a loucura de legalizar “famílias paralelas”. Diante de tantos problemas deste país, muitos dos nossos políticos se especializaram nesse campo. E não estão sozinhos...

Por outro lado, continua a destruição dos valores morais, essa trilha infeliz que nos leva ao precipício. A esse respeito falou o Papa Bento XVI aos Bispos do Brasil, dos Regionais Nordeste 1 e 4, em visita “ad limina”, a 25 de setembro deste ano: “A família está assentada no Matrimônio como instituição natural confirmada pela lei divina. Pondo em questão tudo isto, há forças e vozes na sociedade atual que parecem apostadas em demolir o berço natural da vida humana (...). Enquanto a Igreja compara a família humana com a vida da Santíssima Trindade – primeira unidade de vida na pluralidade das pessoas – e não se cansa de ensinar que a família tem o seu fundamento no matrimônio e no plano de Deus, a consciência difusa no mundo secularizado vive na incerteza mais profunda a tal respeito, especialmente desde que as sociedades ocidentais legalizaram o divórcio”.

Esse contraste merece uma reflexão maior e uma escuta atenta ao convite do Santo Padre: “Para ajudar as famílias, exorto a propor-lhes, com convicção, as virtudes da Sagrada Família: a oração, pedra angular de todo lar fiel à sua própria identidade e missão; a laboriosidade, eixo de todo matrimônio maduro e responsável; o silêncio, cimento de toda a atividade livre e eficaz, pois nos ensina o recolhimento e a interioridade, conduzindo-nos à vida de oração (cf. Paulo VI, ibidem). Tenho confiança no testemunho daqueles lares que tiram as suas energias do sacramento do matrimônio. É a partir de tais famílias que se há de restabelecer o tecido da sociedade.


Cardeal Eugenio de Araujo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Audiência Geral sobre Pedro Lombardo - 30 de dezembro de 2009

Vatican Information Service, com tradução de CN Notícias



BENTO XVI

AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI
Quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Pedro Lombardo

Queridos irmãos e irmãs,

nesta última audiência do ano, falarei de Pedro Lombardo: um teólogo que viveu no século XII e gozou de grande notoriedade, graças à sua obra intitulada Sentenças, adotada como um manual de Teologia durante muitos séculos.

Quem, então, foi Pedro Lombardo? Embora as notícias sobre sua vida sejam escassas, podemos reconstruir as linhas essenciais de sua biografia. Nascido entre os séculos XI e XII, perto de Novara, no norte da Itália, em um território pertencido à Lombardia durante certo tempo: precisamente por isso lhe foi aplicado o nome de "Lombardo".

Ele pertencia a uma família de condições modestas, como se pode inferir a partir da carta de apresentação que Bernardo de Claraval escreveu a Gilduino, superior da abadia de São Vitor em Paris, pedindo-lhe que mantivesse Pedro hospedado gratuitamente, que viajaria àquela cidade por motivos de estudo. Com efeito, mesmo na Idade Média, não apenas os nobres e ricos podiam estudar e adquirir papéis importantes na vida eclesial e social, mas também pessoas de origem humilde, como Gregório VII, o Papa que fez frente ao imperador Henrique IV, ou Maurício Sully, o Arcebispo de Paris que fez construir a Catedral de Notre Dame e era filho de um fazendeiro pobre.

Pedro Lombardo começou seus estudos em Bolonha, depois foi para Reims e finalmente para Paris. A partir de 1140, ele lecionou na prestigiosa escola de Notre-Dame. Respeitado e apreciado como um teólogo, oito anos depois, foi nomeado pelo papa Eugênio III a examinar as doutrinas de Gilberto Porretano, que suscitou muita discussão, já que não era de todo ortodoxa. Tornou-se sacerdote e foi nomeado Bispo de Paris em 1159, um ano antes de sua morte, em 1160.

Como todos os mestres da teologia de seu tempo, Pedro também escreveu discursos e textos com comentários sobre as Escrituras. Sua obra-prima, no entanto, consiste nos quatro livros das Sentenças. Se trata de um texto nascido e destinado a ensinar. De acordo com o método teológico em uso naquele tempo, era necessário primeiro conhecer, estudar e comentar sobre o pensamento dos Padres da Igreja e outros escritores considerados autoridades. Pedro recorreu a uma documentação muito extensa, constituída principalmente a partir do ensinamento dos grandes Padres latinos, especialmente Santo Agostinho, e aberto a contribuições de teólogos de seu tempo. Entre outras coisas, ele utilizou também uma enciclopédia de teologia grega, há pouco tempo conhecida no Ocidente: A fé ortodoxa, composta por São João Damasceno. O grande mérito de Pedro Lombardo é o de haver organizado todo o material, que tinha recolhido e selecionado com cuidado, de forma sistemática e harmoniosa. Com efeito, uma das características da teologia é organizar de modo unificado e ordenado o patrimônio da fé. Ele distribui portanto as sentenças, isto é, fontes patrísticas sobre vários assuntos, em quatro livros.

No primeiro livro se trata de Deus e do mistério da Trindade; no segundo, da obra da criação, do pecado e da graça; no terceiro, do Mistério da Encarnação e da obra da Redenção, com uma ampla exposição sobre as virtudes. O quarto livro é dedicado aos sacramentos e à realidade última, aquela da vida eterna, ou Novissima. A visão global que ali se encontra inclui quase todas as verdades da fé católica. Este olhar sintético e apresentação clara, ordenada, esquemática e sempre coerente explica o extraordinário sucesso das Sentenças de Pedro Lombardo. Elas permitem um aprendizado seguro para os alunos, e um amplo espaço de aprofundamento aos professores e educadores que as utilizam. Um teólogo franciscano, Alessandro di Hales, que viveu uma geração depois de Pedro, introduziu nas Sentenças uma subdivisão, que tornou mais fácil a consulta e estudo. Mesmo os maiores teólogos do século XIII, Alberto Magno, Boaventura de Boanerges e Tomás de Aquino iniciaram suas atividades acadêmicas comentando os quatro livros das Sentenças de Pedro Lombardo, complementando-as com suas reflexões. O texto de Lombardo foi o livro usado em todas as escolas de teologia até o final do século XVI.

Gostaria de salientar que a apresentação orgânica da fé é uma exigência irrenunciável. De fato, as verdades singulares da fé iluminam os outros e, em sua visão total e unitária, amparam a harmonia do plano de salvação de Deus e a centralidade do mistério de Cristo. Seguindo o exemplo de Pedro Lombardo, convido todos os teólogos e padres a manter sempre presente a visão integral do conjunto da doutrina cristã contra os riscos modernos de fragmentação e desvalorização daquelas verdades. O Catecismo da Igreja Católica, bem como o Compêndio do Catecismo, se apresentam como um panorama muito completo da Revelação cristã, e devem ser acolhidos com fé e gratidão. Gostaria, portanto, de encorajar também os fiéis e comunidades cristãs a fazer uso dessas ferramenta para conhecer e aprofundar o conteúdo de nossa fé. Isso se tornará semelhante a uma maravilhosa sinfonia, em que se fala de Deus e de seu amor e se convida a nossa firma adesão e ativa resposta.

Para se ter uma idéia do interesse que ainda hoje pode suscitar a leitura das Sentenças de Pedro Lombardo, proponho dois exemplos. Inspirado pelo comentário de Santo Agostinho ao livro do Gênesis, Pedro se pergunto o motivo por que a criação da mulher veio da costela de Adão e não de sua cabeça ou seus pés. Pedro explica: "Não foi formada como uma dominadora ou uma escrava do homem, mas sua companheira" (Sentenças 3, 18, 3). Então, sempre com base no ensinamento patrístico, acrescenta: "Nesta ação está representado o mistério de Cristo e da Igreja. Do mesmo modo que a mulher foi formada da costela de Adão enquanto ele dormia, também a Igreja nasceu dos sacramentos, que começaram a fluir a partir do lado de Cristo adormecido na Cruz, sangue e água com os quais somos redimidos das penas e purificados da culpa" (Sentenças 3, 18, 4). São reflexões profundas e válidas ainda hoje quando a teologia e a espiritualidade do matrimónio cristão aprofundaram bastante a analogia com a relação esponsal entre Cristo e a sua Igreja.

Em outra passagem de sua obra principal, Pedro Lombardo, tratando dos méritos de Cristo, se pergunta: "Por qual razão, então, [Cristo] quis sofrer e morrer, se suas virtudes já eram suficientes para obter todo o mérito?". Sua resposta é incisiva e eficaz: "Por ti, não para si mesmo!". Ele continua com outra pergunta e outra resposta, que parecem reproduzir as discussões que tiveram lugar durante as aulas dos mestres de teologia da Idade Média: "E, nesse sentido, ele sofreu e morreu por mim? Sua paixão e sua morte foram para ti exemplo e causa. Exemplo de virtude e humildade, causa de glória e libertação; exemplo dado por Deus obediente até à morte, por causa de tua liberdade e felicidade" (Sentenças 3, 18, 5).

Entre as mais importantes contribuições oferecidas por Pedro Lombardo para a história da teologia, eu recordaria o seu tratamento com relação aos sacramentos, sobre os quais deu, eu diria, uma definição definitiva: "O sacramento, em sentido estrito, é um sinal da graça de Deus e forma visível da graça invisível, de tal modo que leva à imagem e essência da causa" (4, 1, 4). Com esta definição, Pedro Lombardo capta a essência dos sacramentos: são a causa da graça e tem a capacidade de comunicar realmente a vida divina. Os teólogos posteriores não abandonaram essa visão e utilizarão também a distinção entre o material e o elemento elemento formal, introduzido pelo "Mestre das Sentenças", como era chamado Pedro Lombardo. O elemento material é a realidade sensível e visível, suja forma são as palavras pronunciadas pelo ministro. Ambos são essenciais para uma celebração completa e válida dos sacramentos: a matéria, a realidade com a qual o Senhor nos toca visivelmente, e a palavra que dá significado espiritual. No Batismo, por exemplo, o elemento material é a água que se derrama sobre a cabeça da criança e o elemento formal são as palavras "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." Lombardo também clarifica que somente os sacramentos transmitem objetivamente a graça divina e que são sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimónio (cf. Sentenças 4, 2, 1).

Queridos irmãos e irmãs, é importante reconhecer o quanto isso é importante e essencial para toda a vida cristã sacramental, na qual o Senhor transmite aquela matéria, na comunidade da Igreja, que toca e transforma. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, os sacramentos são "forças que fluem do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante, sob a ação do Espírito Santo" (n. 1116). Neste Ano Sacerdotal, que estamos celebrando, exorto os sacerdotes, sobretudo ministros encarregados das almas, a terem uma intensa vida sacramental, motivo de ajuda aos fiéis. A celebração dos sacramentos seja marcada pela dignidade e decoro, favoreça o recolhimento pessoal e a participação da comunidade, no sentido da presença de Deus e o ardor missionário. Os sacramentos são o grande tesouro da Igreja e cada um de nós tem a tarefa de celebrá-lo com frutos espirituais. Neles, um evento sempre surpreendente toca nossa vida: Cristo, através dos sinais visíveis, que vêm ao nosso encontro, nos purifica, nos transforma e nos torna participantes de sua amizade divina.

Queridos amigos, estamos juntos ao final deste ano e às portas do novo ano. Espero que a amizade de nosso Senhor Jesus Cristo vos acompanhe todos os dias deste ano que está prestes a começar. Possa essa amizade de Cristo ser nossa luz e guia, ajudando-nos a ser homens de paz, da sua paz. Feliz Ano Novo para todos vós!


O Papa dirigiu as seguintes palavras aos peregrinos de língua portuguesa

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradecido pelos votos, preces e sinais de amizade que tivestes para comigo nestes dias de festa em honra do Deus-Menino, de coração desejo a todos um Ano Novo feliz, colocando vossa vida e família sob a protecção da Virgem Maria, para serdes autênticos amigos do seu Filho Jesus e corajosos construtores do seu Reino no mundo. Assim Deus vos abençoe!


Mensagem do dia
 
Quarta-Feira, 30 de dezembro 2009
Deus quer nos dar um tempo novo Deus quer nos dar um tempo novo, tempo de graça, tempo de restauração e reconciliação.

Reconciliação com nós mesmos, com os irmãos, com nossa família. Reconciliar significa ter uma aproximação maior com o Senhor.

O caminho para a nossa cura acontece quando aprendemos a rezar uns pelos outros. A Palavra de Deus é clara a esse respeito:

''Confessai, pois, vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes curados'' (São Tiago 5,16a).

Quando São Tiago nos diz: “Confessai vossos pecados” não se trata, neste caso, do sacramento da reconciliação, mas de uma confissão fraterna, na qual partilhamos com o irmão as nossas fraquezas, misérias e limitações. Não escondemos nada deles; ao contrário, confiamos neles e abrimos-lhes o coração para que a graça de Deus aconteça.

Neste final de ano, procure fazer um bom exame de consciência; limpe o seu coração diante de Deus e daqueles que convivem com você. Se for preciso, peça-lhes perdão, e não deixe de se confessar com um sacerdote para que possa se abrir para a grande graça que o Senhor tem para você neste novo tempo que se aproxima.

Senhor das misericórdias, eu confio em Vós!

Monsenhor Jonas Abib

Bento XVI nomeia cinco bispos para o Brasil

Da Redação, com CNBB



Dom Alberto Taveira Corrêa, Dom Vicente Costa e Dom Pedro Luiz Stringhini; abaixo, Monsenhor Waldemar Passini Dalbello e Monsenhor Edmar Perón
O Papa Bento XVI nomeou nesta quarta-feira, 30, cinco bispos para o Brasil. Três deles já fazem parte do episcopado e serão somente transferidos: o Arcebispo de Palmas (TO), Dom Alberto Taveira Corrêa, que está sendo transferido para a vacante Arquidiocese de Belém (PA); Dom Vicente Costa, que está sendo transferido da diocese de Umuarama (PR) para a vacante diocese de Jundiaí (SP); e Dom Pedro Luiz Stringhini, que atualmente é bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo (SP) e agora passa a assumir a diocese de Franca (SP);

Já os outros dois, serão sagrados novos bispos. Padre Waldemar Passini Dalbello, do clero da arquidiocese de Brasília (DF), atualmente reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney de Goiânia foi nomeado bispo auxiliar na arquidiocese de Goiânia (GO); e padre Edmar Perón, atualmente reitor do Seminário de Teologia de Maringá (PR), foi nomeado bispo auxliar na arquidiocese de São Paulo.

Dom Alberto Taveira Corrêa

O atual arcebispo de Palmas (TO) é mineiro de Nova Lima. Nasceu em 26 de maio de 1950. Seus estudos filosóficos e teológicos foram feitos no Seminário Coração Eucarístico de Jesus e PUC-MINAS, em Belo Horizonte (MG). Além desses, ele estudou Espiritualidade Sacerdotal, no Instituto Mystici Corporis – Fascati, em Roma. Sua ordenação episcopal aconteceu em sua terra natal, no dia 06 de julho de 1991. Ele está à frente da arquidiocese de Palmas desde 31 de maio de 1996. Como bispo, ele já foi auxiliar da arquidiocese de Brasília (DF) [1991 – 1996]; vice-presidente do Conselho Administrativo da Fundação Popularum Progressio; assistente nacional da Renovação Carismática Católica [1994 – 2000]; membro da Comissão Episcopal do DEVYM/Celam [1995 – 1999]; presidente do Regional Centro-Oste [2003 – 2007]; e delegado da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e Caribe, em 2007. Seu lema episcopal é "Para a Vida do Mundo".
Dom Vicente Costa
Natural de Birkirkara, em Malta, Dom Vicente tem 62 anos. Sua ordenação episcopal aconteceu em 19 de setembro de 1998, em Maringá (PR). Estudou filosofia na Universidade de Malta [1964 -1968], e teologia no Studium Theologicum, de Curitiba (PR) [1969 – 1971] e no Instituto Teológico de Curitiba [1971 – 1972] e fez doutorado na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Entre suas atividades episcopais, foi bispo auxiliar de Londrina (PR) [1998 – 2002] e atualmente é bispo da diocese de Umuarama. Está no cargo desde 09 de outubro de 2002. Seu lema episcopal é "Fazei tudo o que Ele vos disser (Jo2, 5)".

Dom Pedro Luiz Stringhini


Nascido em 17 de agosto de 1953, Dom Pedro Stringhini é filho de Laranjal Paulista, município do interior de São Paulo. Ele é bispo auxiliar de São Paulo [Região Episcopal Belém] desde 18 de março de 2001. Sua ordenação episcopal aconteceu em São Paulo (SP), no dia 10 de março de 2001. Seus estudos teológicos foram feitos na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo (SP) [1977 – 1980]; com mestrado em Bíblia pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma [1986 – 1990] e doutorado em Teologia Bíblica [1994 – 1995] na Universidade Gregoriana de Roma, além de ter se formado em Letras, pela Faculdade Anchieta de São Paulo [1972 – 1974]. Seu lema é "Em tua palavra (Lc 5, 5)".

Monsenhor Waldemar Passini Dalbello

Nascido em Anápolis (GO), em 6 de junho de 1966, monsenhor Waldemar Passini Dalbello, pertence ao clero de Brasília (DF). Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 3 de dezembro de 1994. Estudou filosofia e teologia no Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília, Nossa Senhora de Fátima. Na Universidade Federal de Goiás (UFG), se formou em Engenharia Elétrica. Seu mestrado em Ciências Bíblicas foi feito no Pontifício Instituto Bíblico de Roma. Em suas atividades pastorais ele foi vigário paroquial da paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Brasília; formador e professor de Sagrada Escritura no Seminário Maior Arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima e do curso superior de Teologia para Leigos, da arquidiocese de Brasília; diretor espiritual da Comissão Arquidiocesana da Nova Evangelização [arquidiocese de Brasília]; ecônomo do Seminário Maior de Brasília; vigário paroquial da Paróquia Santíssima Trindade e colaborador junto à Nunciatura Apostólica no Brasil.

Na arquidiocese de Goiânia, ele é atualmente reitor do Seminário Interdiocesano São João Maria Vianney e professor de Sagrada Escritura no Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz. Desde 2008, ele é presidente da Organização dos Seminários e Institutos Filosófico -Teológicos do Brasil (OSIB) no Regional Centro – Oeste e reitor do Seminário Santa Cruz – Ano Propedêutico da arquidiocese de Goiânia.

Monsenhor Edmar Perón


O primeiro dos quatro filhos de Leonildo Perón e Aparecida Besagio Perón, monsenhor Edmar Perón é natural de Maringá (PR), nascido em 04 de março de 1965. Cursou filosofia no Seminário Maior Arquidiocesano Nossa Senhora da Glória – Instituto de Filosofia de Maringá [1983 -1985] e teologia no Seminário Paulo VI – Instituto Teológico Paulo VI de Londrina (PR) entre os anos de 1986 a 1989.

Monsenhor Edmar foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1990. Desde então serviu à arquidiocese de Maringá como diretor espiritual dos filósofos [1991 a 1997]. Também foi vigário paroquial e pároco em diversas paróquias; membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores; assessor de Liturgia e Canto arquidiocesano por nove anos. Após seus estudos em Roma, entre os anos 2000 e 2002, onde fez o mestrado em teologia dogmática, especialização em teologia dos sacramentos, foi professor de teologia dogmática e liturgia, inicialmente no Instituto Teológico Paulo VI e, ultimamente, na PUC – PR – campus Londrina. Durante os últimos três anos foi reitor do Seminário de Teologia Santíssima Trindade, da arquidiocese de Maringá, situado em Londrina.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Retome sua vida com Deus

Padre Hamilton Nascimento
Foto: Willieny Isaias
Nascemos para a realidade do céu, somos vocacionados ao céu, mas na nossa liberdade podemos optar o caminho a seguir, e assim, muitas vezes, percorremos o caminho errado. Mas Deus vem ao nosso encontro sempre com misericórdia.

Hoje, no domingo que comemoramos o dia da Sagrada Família, rezemos pelas nossas famílias que é o berço das vocações. É da família que nasce os sacerdotes, os consagrados, os leigos. As nossas vocações nascem das famílias.

Vamos pegar a Palavra de Deus que está no Evangelho de São João capítulo 1, 19 a 34.

“E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus. E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.”

O limite de Deus é a nossa liberdade. Deus não é ladrão para roubar o nosso coração, Ele é educado, bate na porta e se você abrir experimentará uma vida nova.

Se você estiver longe do caminho de Deus, retome. Retome a sua vida. Deus não veio para te condenar, endireitai o caminho para o Senhor e experimentarás o céu na terra.

"Se você estiver longe do caminho de Deus, retome. Retome a sua vida", padre Hamilton
Foto: Willieny Isaias

Eu, antes de conhecer a Jesus me deixei estragar, porque o salário do pecado é a morte. Felicidade plena só Deus pode conceder, e só no céu.

Se Deus estiver em primeiro lugar em sua vida, você amará verdadeiramente seu esposo, seu filho, seus pais, pois o amor do Senhor nos faz doar até mesmo a vida.

Hoje eu sou padre, porque um dia tive a graça de abrir o meu coração para Deus, e porque eu amo Jesus sobre todas as coisas sou capaz de gastar a minha vida evangelizando.


Transcrição: Elcka Torres




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Padre Hamilton Nascimento
Membro da Comunidade Canção Nova, ordenado dia 27 de dezembro de 2005.

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É bom fazer promessas?

As promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer
As pessoas perguntam: O que a Igreja diz sobre as promessas? A Igreja as aprova quando realizadas adequadamente. Os santos faziam promessas. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Em várias circunstâncias o cristão é convidado a fazer promessas a Deus... Por devoção pessoal o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação, etc. A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel” (CIC § 2101).

Há passagens bíblicas que contêm promessas. Jacó faz uma promessa a Deus: “Jacó fez então este voto: “Se Deus for comigo, se ele me guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para vestir, e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes” (Gn 28,20-22).

Ana, a mãe do profeta Samuel, fez um voto: “E fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a navalha não passará pela sua cabeça” (1Sm 1,11).

Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel (Sl 65, 66, 116; Jn 2,3-9).

“Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea...” (Nm 15,3).

“Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos... ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs” (Nm 30,4-6).

No entanto, havia a séria recomendação para que se cumprisse o voto ou a promessa feita. “Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa” (Ecl 5,4). São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato: “Paulo permaneceu ali (em Corinto) ainda algum tempo. Depois se despediu dos irmãos e navegou para a Síria e com ele Priscila e Áquila. Antes, porém, cortara o cabelo em Cêncris, porque terminara um voto” (At 18,18).

“Disseram os judeus a Paulo: “Temos aqui quatro homens que fizeram um voto... Purificar-te com eles, e encarrega-te das despesas para que possam mandar rapar a cabeça. Assim todos saberão que são falsas as notícias a teu respeito, e que te comportas como observante da Lei” (At 21, 23s).

É certo que as promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois sabe o que é melhor para nós, mas estas podem obter do Senhor, muitas vezes através da intercessão dos santos, graças de que necessitamos. Jesus mandou pedir e com insistência.

As promessas nada têm de mágico ou de mecânico, nem podem ser um “comércio” com Deus; pois não se destinam a “dobrar a vontade do Senhor. Às vezes os fiéis prometem até coisas que não conseguem cumprir por falta de condições físicas, psíquicas ou financeiras, e ficam com medo de um castigo de Deus Pai. Pior ainda quando alguém faz uma promessa para que outro a cumpra, sem o seu consentimento. Os pais não devem fazer promessas para os filhos cumprirem.
Ao determinar que nos daria as graças necessárias nesta vida, o Todo-poderoso quis incluir no Seu desígnio a nossa colaboração mediante a oração, o sacrifício, a caridade, etc. Deus quer dar levando em conta as orações que Lhe fazemos. Sob esta ótica, as promessas têm valor para Deus e para nós orantes, pois alimentam em nós o fervor; estimulam nossa devoção; exercitam em nosso coração o amor a Deus; e isso é valioso. Uma promessa bem feita pode nos abrir mais à misericórdia do Senhor.

Quando não se puder cumprir uma promessa feita a Deus, procure um sacerdote e peça-lhe que troque a matéria da promessa. Essa solução está de acordo com os textos bíblicos que preveem a possibilidade da mudança dos votos (ou promessas) por parte dos sacerdotes: “Se aquele que fizer um voto não puder pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este fixá-la-á; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com os meios de quem fizer voto” (Lv 27, 8; cf. Lv 27,13s.18.23).

Procure prometer práticas não somente razoáveis, mas também úteis à santificação do próprio sujeito ou ao bem do próximo. Quanto aos ex-votos (cabeças, braços, pernas... de cera), que se oferecem em determinados santuários, diz Dom Estevão Bettencout que “podem ter seu significado, pois contribuem para testemunhar a misericórdia de Deus derramada sobre as pessoas agraciadas; assim levarão o povo de Deus a glorificar o Senhor; mas é preciso que as pessoas agraciadas saibam por que oferecem tais objetos de cera, e não o façam por rotina ou de maneira inconsciente” (PR, Nº 262 – Ano 1982 – Pág. 202).

Entre as melhores promessas estão as três clássicas que o próprio Jesus propôs: a oração, a esmola e o jejum (cf. Mt 6,1-18). A Santa Missa é o centro e o alimento por excelência da vida cristã. A esmola "encobre uma multidão dos pecados” (cf. 1Pd 4,8; Tg 5,20; Pr 10,12); o jejum e a mortificação purificam e libertam das paixões o ser humano. Jesus disse que certos males só podem ser eliminados pelo jejum e pela oração.

Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício dessas boas obras, então é salutar. As promessas nada têm a ver com as “obrigações” dos cultos afro-brasileiros, mas são expressões do amor filial dos cristãos a Deus.

Foto
Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Deus quis ter uma família


Felipe Aquino
Foto: Elcka Torres
Por que a Igreja no primeiro domingo depois do Natal nos apresenta a Sagrada Família? Porque a família é sagrada, não só a de Jesus e Maria. Por que é sagrada? Porque é instituída por Deus.

Para salvar a humanidade, o Verbo de Deus se fez carne e assumiu tudo que precisava para sermos resgatados. Ele veio como criança, adolescente, jovem, adulto e foi para o céu abrir as portas para nós. Até pela realidade do túmulo Ele passou, e em tudo que a humanidade precisava passar, por isso Ele começou pela família. A humanidade não pode ficar de pé sem a família.

Deus é uma família, são três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é um só e subsiste em três pessoas.

Quando Deus quis que humanidade existisse, Ele fez um projeto. Quem faz alguma coisa sem projeto faz tudo errado.

Deus disse ao homem: “Deixa seu pai e sua mãe e se una a uma mulher”. O homem e a mulher unidos por Deus para serem uma só carne. Tem muito casal que vive junto, mas não estão unidos.

Nós casados, noivos, namorados temos que ter a coragem de diante de Deus perguntar: “Estamos unidos ou apenas juntos?” Ou somos casados de verdade, ou é melhor não casar?

A Igreja hoje coloca diante de nós a Sagrada Família para que a gente se espelhe n’Ela. A vida da Sagrada Família foi muito mais dura que a sua família. Logo que o Menino Jesus nasceu o velho Simeão fez a profecia dizendo que uma espada de dor ia atravessar o peito de Maria. Mudar para o Egito para não matarem o Menino, num sol abrasador do deserto. A perda do Menino em Jerusalém por três dias. Depois encontra Seu Filho a caminho do calvário cheio de sangue e depois O ver pregado na cruz. Veja quanta dor, por isso Deus coloca a Sagrada Família como modelo.

Ficar vendo filme pornográfico na internet é infidelidade. Se você busca Deus em primeiro lugar, nada vai faltar para sua família. Não tenha medo de ser um pai honesto que não aceita dinheiro sujo. Seja humilde, silencioso, o último. José era assim. José foi um homem excelente que só falou pelos seus gestos, quando Jesus começou sua vida pública ele já tinha morrido.


"Deus deu a nós casais duas missões: fazer o outro crescer e multiplicar"
Foto: Elcka Torres
Mulheres sejam submissas aos seus esposos. O homem sustenta o lar e a mulher sustenta o homem nessa missão. É uma ajuda amorosa por causa de Deus. Hoje as mulheres trabalham muito mais do que antigamente, ela era mais protegida porque ficava em casa, mas ela pode continuar essa submissão.

São Paulo diz: “maridos amai vossas esposas como Cristo amou a Igreja”. As famílias estão arrebentas por causa do amor falso entre os casais. Se você construir sua família com amor falso ela não vai subsistir. Há casamentos que não foram válidos porque não aconteceu por amor. A Igreja não anula casamento, mas declara quando ele não foi válido. Não é fácil cumprir a promessa de fidelidade até a morte, viver com a mesma pessoa a vida inteira, mas a Igreja sabe que é esta luta que nos santifica.

Deus deu a nós casais duas missões: fazer o outro crescer e multiplicar, ou seja, ter filhos. A beleza do casamento não é só entrar no navio com sua esposa e fazer uma turnê pelo mundo, mas pegar a sua mulher e fazê-la crescer para Deus.

Tem muitos pais que não têm coragem de dizer “não” para os filhos, e eles se estragam. Temos que corrigir nossos filhos na hora certa, do jeito certo e no lugar certo. O primeiro catequista da criança precisa ser o pai e a mãe.

Infelizmente a moral foi jogada no lixo só interessa o prazer do corpo, por isso estamos vendo as famílias sendo destruídas. As crianças têm direito de ter um pai, “seja homem rapaz, assuma essa criança”. A imoralidade do sexo antes do casamento arrebenta a família. A criança não é infeliz porque não tem roupa, mas porque não tem pai e mãe.


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com Formado em Matemática, tendo concluído o Mestrado e o Doutorado em Engenharia Mecânica. É pregador de Retiros de Aprofundamentos, em todo o país.
Papa aos pobres: "Sejam sinal de esperança para corações vazios"

Leonardo Meira
Da Redação, com Vatican Information Service e Rádio Vaticano


Comunidade de Sant'Egidio

Crianças recebem o Papa para o almoço

No dia da festa da Sagrada Família, a presença de Bento XVI alegrou os pobres assistidos pela Comunidade de Sant'Egidio, em Roma. Às 13 horas deste domingo, 27, o Pontífice almoçou na sede da Comunidade, localizada na Via Dandolo, n. 10, no bairro romano Trastevere. Cerca de 200 pessoas participaram do encontro.

"Neste período de particulares dificuldades econômicas, que cada um seja sinal de esperança e testemunha de um mundo novo para quem, fechado no próprio egoísmo e iludido de poder ser feliz sozinho, vive na tristeza ou numa alegria efémera que deixa vazio o coração", afirmou o Papa durante o almoço.

Após a sua chegada, o Papa foi recebido por membros da Comunidade e pelo fundador, Andrea Riccardi, bem como pelo vice-regente da Diocese de Roma, Dom Luigi Moretti, e pelo bispo de Terni-Narni-Amelia, Dom Vincenzo Paglia.

À mesa com o Papa, sentaram-se 12 hóspedes, entre os quais uma família cigana de quatro pessoas, um refugiado político afegão, de 34 anos, uma idosa italiana, de 82 anos, um jovem italiano em cadeira de rodas, de 25 anos, abandonado pela família, e um nigeriano que atravessou o deserto da Líbia para conseguir entrar na Itália.

Bento XVI agradeceu a quem preparou e serviu a refeição, bem como o acolheu no refeitório.

"Ouvi histórias dolorosas e repletas de humanidade de alguns de vós: histórias de idosos, imigrantes, pessoas sem residência fixa, ciganos, deficientes, pessoas com problemas económicos ou outras dificuldades, todos, de uma maneira ou de outra, provados pela vida. Estou aqui para vos dizer que sou solidário e que vos quero bem e que as vossas vicissitudes não estão longe dos pensamentos do Papa, mas no centro e no coração da comunidade dos fiéis".

O Papa recordou que também a família de Jesus, desde os seus primeiros passos, encontrou dificuldades: não encontrou hospitalidade e foi obrigada a emigrar para o Egito, devido à violência do Rei Herodes.

Após ter escutado um hino de Natal entoado por trinta jovens coristas, o Pontífice ofereceu às crianças um presente "personalizado". As crianças na sede da Comunidade de Santo Egídio provêm da África (Nigéria, Senegal e Marrocos), da América Latina (Peru e Haiti), da Ásia (Bangladesh) e de outros países da Europa, em especial da Romênia , Bósnia e Sérvia.

Depois de completar a distribuição dos presentes, Bento XVI pronunciou a oração conclusiva do encontro e foi até o primeiro andar do edifício, onde se reuniu com trinta estrangeiros que participam no curso de italiano organizado pela Comunidade.

"Muitas pessoas, provenientes de vários países, se encontram aqui em busca de uma palavra, uma ajuda, uma luz para um futuro melhor. Empenhem-se para que ninguém esteja sozinho, ninguém seja marginalizado, ninguém seja abandonado. Há uma língua, para alem das diferentes línguas, que une tudo, a língua do amor. É o que nos ensina o Menino Jesus, Deus que por amor se fez um de nós. Ela tornará melhor a nossa cidade e o mundo ".


Expectativa e alegria

A visita criou um clima de particular alegria e diversos preparativos. A Rádio Vaticano conversou com um importante membro da referida comunidade romana, Alberto Quattrucci, que explicou o que representa o encontro do Papa com os pobres e a Comunidade.

Alberto Quattrucci - O fato de o papa sentar-se à mesa com os pobres e com os amigos dos pobres, que são os membros da Comunidade de Santo Egidio, significa para nós uma grande ajuda, um grande encorajamento para a vida da comunidade, para aquela amizade com os pobres – mais de cem mil entre ciganos, mendigos, anciãos, moradores de rua – que todos os anos, nos dias de Natal, fazem conosco as suas refeições.

Rádio Vaticano - Como nasceu a idéia de convidar Bento XVI a um almoço numa comunidade de Santo Egidio?

Alberto Quattrucci - A idéia nasceu do sentido do Natal, que é a festa da família. Para nós a família são as nossas famílias, mas há também uma grande família, que é a família de Jesus: a família com todos os pobres, com todos aqueles que precisam. E convidamos muitos a essa refeição, pessoas de todos os níveis, de todas as faixas sociais, muitos amigos dos pobres... E então, por que não convidar o nosso Bispo de Roma, o Papa, que é grande amigo dos pobres, envolvendo-o numa dimensão de testemunho pessoal? Portanto, é um convite que nasce do profundo do coração da Comunidade de Santo Egidio e, ao mesmo tempo, do gesto do almoço de Natal que é a festa principal do ano na qual se reúne toda a família.

Rádio Vaticano - Como a Comunidade de Santo Egidio prosseguirá após a visita do papa?

Alberto Quattrucci - Prosseguirá com uma grande felicidade, com uma grande alegria, com um encorajamento a mais: uma alegria a ser comunicada a muitos e, no fundo, também um exemplo a comunicar a muitos, porque o sonho é sempre encontrar mais companheiros para os pobres, em todas as partes do mundo. A Comunidade de Santo Egidio prosseguirá no signo da paz: como fazemos todos os anos, no dia 1º de janeiro, estaremos pelas cidades em todas as partes do mundo celebrando o Dia Mundial da Paz. Começaremos com manifestações, com momentos de oração, com momentos de assembléia sobre o tema da paz, sobre a mensagem do papa para essa ocasião. Trata-se de um novo compromisso: o ano novo deve se iniciar no signo da paz.
A importância da família na sociedade




Estimado monsenhor Jonas, queridos sacerdotes, padre Wagner que completa dez anos de sacerdócio e padre Hamilton (quatro anos de sacerdócio). Eu não poderia deixar de fora duas pessoas, principalmente neste dia da Sagrada Família, eu quero saudar os pais do padre Wagner, o Sr. Antônio e a Sra. Luzia, eles disseram sim a Deus e cooperaram com a obra da criação trazendo ao mundo o padre Wagner.

Nesta solenidade da Sagrada Família, somos convidados a refletir uma faceta do mistério da encarnação. Deus nasceu pobre numa manjedoura, o mundo não percebeu a entrada do Salvador, a não ser os pastores e depois os magos. Nós celebramos uma outra faceta desse mistério, esse Menino nasceu segundo as leis da criação.

O próprio Filho de Deus foi educado no seio de uma família. Como é importante a família no contexto da sociedade. A família que lamentavelmente é a instituição mais agredida. E é na família que aprendemos a viver em sociedade, aprendemos a amar, somos amados e aprendemos a nos relacionar como irmãos.

As leituras que ouvimos, nos mostram como são importantes as primeiras experiências no convívio de uma família.

Na primeira leitura [Eclesiástico 3,3-7.14-17ª], Deus honra os pais nos filhos e fala de todo relacionamento humano, que deve existir entre pais e filhos, esposo e esposa, para que a família humana seja geradora de bons cidadãos.

De que adianta os planos de governos se os atores de tudo isso, os seres humanos, estão sendo desumanizados, sofrem do direito de ter uma família? Cresce entre nós o desamor, tantas ervas daninhas que estão na base dessa desagregação familiar. Se de um lado o ser humano avança na tecnologia, não evolui em humanidade. A família de Nazaré está aí para nos mostrar o que significa crescer como homem. Não basta desejar a paz, é preciso semear a paz, construir a paz, e essa paz começa no seio de uma família.

Padre Wagner e padre Hamilton são frutos de uma família, e eles hoje como sacerdotes, pais espirituais vão transmitindo essas experiências que aprenderam no seio de suas famílias para construírem a grande família. Os padres, bispos, não aprendem somente no seminário, essa vivência aprendemos no convívio com nossos pais e irmãos.

O texto de Lucas [Lucas 2,41-52] mostra a apreensão da Maria, ela que ouviu a profecia de Simeão daquilo que seria o Menino, e também sobre a espada de dor que transpassaria seu peito. Quando sente a perca do Menino, ela deve ter pensado: “é agora Senhor”. Ela como Mãe diz: “por que você fez isso?” E o Menino responde à mãe e ao pai, não como uma criança qualquer, mas como Filho de Deus: “acaso não devo estar cuidando das coisas de meu Pai?” Muitas vezes Maria ouvia todas aquelas coisas e guardava em seu coração, mas ela sabia que um dia todas aquelas interrogações seriam respondidas. E diz o texto que o Menino acompanhou seus pais e lhes era obediente. Como entender a grandeza desse mistério que começa na encarnação, depois na cruz e na ressurreição o seu ápice? Diante desse mistério cabe a nós dobrarmos o joelho. Nós jamais teremos condições de esgotar a compreensão desse mistério. Nossa atitude sempre será de adoração orante.

Um dia todos nós deixamos nossos lares, nossos irmãos de sangue para seguir o chamado que Jesus nos fez, um chamado que constitui uma promessa: “E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna” (Mateus 19,29). Isso é uma verdade. Monsenhor Jonas quantos filhos o senhor tem? Não tem como contar.

Sacerdotes, cada um de nós possui o carinho, o amor a tantas famílias que ajudamos a perseverar e que também nos ajudam a perseverar. Nós contamos muito com o apoio das famílias. Deixamos nossas famílias para abraçarmos uma multidão de família. Nós não merecemos isso, mas Deus nos deu. A forma que temos de agradecer é correspondendo.

Nós padres somos embaixadores do perdão de Deus. A quem muito é dado, muito será cobrado. O agradecimento pelo dom da vocação é diário, acontece todos os dias quando elevamos nossos olhos e nosso coração ao céu.

Não podemos só viver o sacerdócio, temos que ter a alegria, manifestar a alegria que trazemos em nosso coração. Que um dia, todos nós que esperamos em Deus, possamos ouvir do Senhor Jesus: “Vinde benditos de meu Pai, para o Reino que vos foi preparado desde o início, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor”.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ)

sábado, 26 de dezembro de 2009

Papa Bento XVI transmite mensagem de Natal no Vaticano


Pontífice sofreu queda na Missa do Galo após ser atacado por uma mulher

O Papa Bento XVI transmitiu hoje sua mensagem de Natal aos milhares de fiéis presentes na Basílica de São Pedro, no Vaticano, após ter sido derrubado por uma mulher no caminho para a Missa do Galo na noite de quinta-feira. Bento XVI manifestou sua preocupação com o Oriente Médio e afirmou que a Igreja ajuda Honduras a "retomar o caminho institucional".
— A Igreja vive onde Jesus nasceu, na Terra Santa, e pede a seus habitantes que abandonem toda lógica de violência e vingança, e se comprometam com renovado vigor e generosidade no caminho da convivência pacífica — afirmou o papa.
Na quinta-feira, Bento XVI sofreu uma leve queda e se levantou rapidamente quando se dirigia ao altar principal da Basílica de São Pedro, para celebrar a Missa do Galo. A queda foi provocada pela confusão gerada por uma mulher que tentou pular uma cerca do interior do templo para alcançá-lo.
Ao citar a América Latina na sua mensagem de Natal, o Papa disse que nenhuma ideologia pode substituir a Igreja, descrita como solidária aos afetados pelas calamidades naturais e pela pobreza. Em seguida, pediu acolhimento aos que emigram de sua terra por causa da fome, da intolerância ou da degradação ambiental.

Natal: dia de alegria, esperança e luz

É Natal de Jesus, dia de alegria, esperança e luz!

"O Filho de Deus nasce da Virgem Maria. Entra na história para ficar no meio de nós. Renova a esperança, entrega-se como pão. Sua Palavra aquece o coração. E quem n'Ele crê, com seus olhos verá: 'Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida'".

Receba, neste dia, todas as graças reservadas exclusivamente para você. O presente que o Menino Jesus traz é este: um novo ânimo, uma nova vida, uma nova esperança.

Acolha tudo isso, porque foi reservado só para você e a graça não pode passar. Hoje, é o dia da graça, da alegria e de cantar as maravilhas do Senhor, pois nasceu para nós Jesus, o nosso Salvador!

Feliz Natal!

Monsenhor Jonas Abib

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novena de Natal - Nono Dia



Oração (para todos os dias):

Ó Jesus vivendo em Maria
vinde viver em vosso servo
com o espírito de vossa santidade
com a plenitude de vossas forças
na retidão de vossos caminhos
na verdade de vossas virtudes
na comunhão de vossos mistérios
para dominar as forças adversas
com o vosso Espírito, para a glória do Pai. Amém.

Texto Bíblico: (para meditação) São João I,1-14

A importânica literária, teológica e espiritual deste prólogo de São João deve levar-nos a meditá-lo com atencão, no final de cada santa missa.

"No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio em Deus.Todas as coisas foram feitas por ele e nada do que foi feito, foi feito sem ele. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Houve um homem enviado por Deus que se chamava João.
Este veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
Era a luz verdadeira, a que ilumina todo o homem que vem a este mundo.
Estava no mundo e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu e os seus não o receberam.

Mas a todos os que o receberam, deu poder de se tornarem filhos de Deus,
àqueles que crêem no seu nome;
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós;
e nós vimos a sua glória, glória como de Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

Hino Litúrgico:

Belém cidade única
só tu pudeste ver
O salvador do céu
na terra homem nascer. Ao Rei se dá o ouro
Ao Deus o incenso puro
mas fala do sepulcro
da mirra o pó escuro.
Brilhante nova estrela
que vence a luz do dia
Ter vindo à terra Deus
aos homens anuncia. Louvor ao que aparece
aos povos em Belém
Unido ao Pai e ao Espírito
nos séculos. Amém.
Ao vê-la os magos partem
repartem seu tesouro
Prostrados oferecem
incenso mirra e ouro.

Antífona do Magníficat (dia 24):

Logo que no céu nascer o sol, vereis o Rei dos reis, vindo do Pai, como o esposo do seu tálamo.

E reza-se o Magníficat como no primeiro dia, repetindo-se no fim a antífona.


V/ , R/ como no primeiro dia ;


Oração para o último dia:

Concedei, ó Deus onipotente, que a novidade do Natal do vosso Filho Unigênito, feito homem, liberte da antiga escravidão aos que estão retidos pelo pecado. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor.Amém.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória.


CONSAGRAÇÃO AO MENINO JESUS NO NATAL

Senhor Jesus, Filho eterno de Deus, que vos dignastes conhecer e santificar nossa condição humana, nós vos adoramos em Vossa Infância e Vos damos graças de nos ter aberto, por ela, o caminho ao Vosso Sagrado Coração.

Nesta festa de Natal de 2009 nós nos consagramos a Vós e vos tomamos por modelo, para que Vosso Pai veja resplandecer em nossas almas a semelhança de Seu Filho amado.

Nós vos suplicamos de nos comunicar as virtudes que praticastes nos trinta anos de Vossa vida escondida, onde queremos buscar o alimento da nossa vida cristã.

Ó Menino Jesus, Rei dos corações, nós vos escolhemos como verdadeiro sacerdote de nossa pequena capela, como Mestre de vida interior, como modelo de obediência e guia no caminho da perfeição.

Preservai-nos do espírito do mundo e derramai em nossas almas as graças que transbordam de Vosso Sacratíssimo Coração: a mansidão e a verdadeira humildade; a fé e o amor por Vossa Santa Igreja, perseguida até a morte; o desprezo pelas honras do mundo; a castidade, o espírito de sacrifício e uma caridade fraterna tão sólida que afaste para sempre as divisões, os falatórios e a discórdia.

Para tanto, queremos imitar a docilidade do Vosso Coração às inspirações do Divino Espírito Santo e Vossa admiração contemplativa da Vontade do Pai.

Dai-nos uma piedade filial, terna e profunda para com Vossa Santa Mãe, que recebeu poder sobre Vós nos dias de Vossa vida mortal.

Senhor Jesus, fazei que tudo em nossas vidas seja feito segundo a vontade de Deus, que saibamos adorar na fé os desígnios de Sua atenção paternal e que nossa vida interior, toda marcada por Vossa presença, mergulhe cada dia mais no mistério de amor das Três Pessoas Divinas, onde reinais eternamente com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.