segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quem é mais forte: o amor ou o poder?

A gentileza e a bondade são sempre mais fortes


Certa vez, disse para uma amiga: “Não desista de viver a bondade!” Passaram-se anos e há poucos dias ela me disse: “Nunca mais esqueci suas palavras e tenho deixado-me conduzir por elas, as quais permanecem como eco em minha memória”.

A princípio, fiquei somente surpresa por ela ter se recordado tão vivamente do conselho, mas depois percebi que era mais que isso. Em suas palavras, percebi o Senhor atualizando o recado também para minha vida.

Em um mundo no qual se coloca em evidência aquilo que não é bom, se não estivermos alicerçados em princípios de fé e esperança, correremos o risco de nos deixar levar pela maldade e agir pela força dos argumentos da razão, desistindo facilmente de ser bons.

Hoje falei sobre isso em um dos programas que apresento na Rádio Canção Nova e resolvi ampliar a partilha na intenção de que ela chegue ao seu coração. Eu acredito no poder da bondade! Posso dizer, por esperiência própria, que o amor é mais forte do que o poder do mal.

Existe uma fábula atribuída a Esopo que pode ilustrar essa partilha e eu a apresento aqui:


"Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.

O vento disse:

- Provarei que sou o mais forte.

Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço?

Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.

O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.

O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava,

mais a mulher segurava o lenço junto a si.

Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.

Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.

Com este gesto, ela imediatamente esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço.

O sol disse, então, ao vento:

- Lembre-se disso: A gentileza e a bondade são sempre mais fortes que a fúria e a força".


Acredito que, com essa narrativa, Deus está nos dando hoje a direção para vencermos os obstáculos de nossa vida. Não com a força, não com a fúria, mas com a gentileza, com o sorriso, com a bondade, com a paciência, com o amor e o perdão, é assim que venceremos!

Não sei em qual etapa da vida você se encontra, quais são os desafios que tem enfrentado, mas acredito que Jesus, o “Homem bom por excelência” , pode e quer nos ajudar a darmos uma resposta diferente, fazendo opção pela bondade. A Palavra do Senhor diz: "Não pela força, nem pela violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos [...]" (Zacarias 4,1-10).

E o Espírito de Deus nos conduz somente àquilo que é bom, justo e nobre.

Que tenhamos a coragem e a disposição para expressar a bondade que está em nós e pode chegar a muitos corações a partir da nossa decisão e coragem de ser um pouco melhores a cada dia. Eu estou tentando. E você?

Busquemos, juntos, neste dia, dar a vitória à bondade. A força dessa virtude, passando por nossos pequenos gestos, pode fazer grande diferença.


Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com
Dijanira Silva Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal. Trabalha na Rádio CN FM 103.7

sábado, 24 de abril de 2010

Pastoral de Católicos na Política critica PNDH-3

A Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e do Leste 1 divulgou uma nota sobre a proposta de implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 proposta pelo Governo.

1. O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) suscita graves preocupações não apenas pela questão do aborto, do casamento de homossexuais, das adoções de crianças por casais do mesmo sexo, pela proibição de símbolos religiosos nos lugares públicos, pela transformação do ensino religioso em história das religiões, pelo controle da imprensa, a lei da anistia, etc, mas, sobretudo, por uma visão reduzida da pessoa humana. A questão em jogo é principalmente antropológica: que tipo de pessoa e de sociedade é proposto para o nosso país.

2. No programa se apresenta uma antropologia reduzida que sufoca o horizonte da vida humana limitando-o ao puro campo social. Dimensões essenciais são negadas ou ignoradas: como a dignidade transcendente da pessoa humana e a sua liberdade; o valor da vida, da família e o significado pleno da educação e da convivência. A pessoa e os grupos sociais são vistos como uma engrenagem do Estado e totalmente dependentes de sua ideologia.

3. Os aspectos positivos, que também existem, e que constituíram grandes batalhas da CNBB e de outras importantes organizações da sociedade civil, são englobados dentro de um sistema ideológico que não respeita a concepção de vida humana da grande maioria do povo brasileiro. Por isso, são de grande valia os pronunciamentos de tantos setores da sociedade, que mostraram profunda preocupação com as consequências da aplicação desse Programa.

4. Nesta 3ª edição do PNDH, estamos diante de uma cartilha de estilo radical-socialista, que esta sendo implantada na Venezuela, no Equador e na Bolívia, e que tem em Cuba o seu ponto de referência.

5. Trata-se de um projeto reduzido de humanidade destinado a mudar profundamente a nossa sociedade.

6. Vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto não podem ser definidos pelo poder do Estado ou de uma minoria. O Estado reconhece e estrutura estes valores que dizem respeito à dignidade última da pessoa humana, que é relação com o infinito e que nunca pode ser usada como meio, mas é um fim em si mesma. A fonte dos direitos humanos é a pessoa e não o Estado e os poderes públicos.

7. O programa do Governo é um claro ato de autoritarismo que enquadra os direitos humanos num projeto ideológico, intolerante, que fez retroceder o país aos tempos de ditadura.

8. Diante desse instrumento de radicalização, somos todos interpelados face às ameaças que dele derivam à eficácia de valores vitais, como os da vida, da família, da pessoa, do trabalho, da liberdade e da Justiça.

9. Os membros da Pastoral de Católicos na Política da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e do Leste 1, posicionam-se fortemente contra tal programa e desejam ver bem discutidas estas propostas de modo a transformá-las, de ameaça que são, em um esforço útil a todo o Povo Brasileiro.

Evangelho (João 10,27-30)

Domingo, 25 de Abril de 2010
4 Domingo da Páscoa - Bom Pastor

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus:
27“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.




- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

NA ARGENTINA: "OBRIGADO POR NÃO ME ABORTAR"

Jovem de 23 anos perdoa a sua mãe que o abandonou ao nascer


     Buenos Aires, 20 Abr. 10 / 11:05 am (ACI).- Mauricio tem 23 anos e após ter criado no Facebook um grupo chamado "Procuro a minha mamãe" finalmente a encontrou e pôde reunir-se com ela que o havia abandonado ao nascer. Suas primeiras palavras à mulher que agora tem 50 anos foram: "Obrigado por ter tido a valentia de bancar-me (me suportar) sete meses e não ter me abortado".

     No sábado pela tarde Mauricio conversou por telefone com sua mãe. Ela, muito emocionada, disse-lhe: "meu filho; sou eu, sua mamãe. Não me odeie. Perdoe-me. Recordei-te sempre, nunca me esqueci de você".

     O emotivo encontro em Córdoba, cheio de abraços e silêncios, deu-se ao dia seguinte. Em declarações ao jornal argentino “Clarín” o jovem comentou: "senti-me pleno, nunca tinha experimentado a serenidade da alma. Por fim pude fechar minha história".

     "O único que atinei a dizer foi que estava tudo bem e que eu a perdoava", disse Mauricio.
No encontro, explica o jovem de 23 anos, a mãe lhe contou que não tinha outros filhos, que seu pai foi "um acidente" em sua vida e que tinha reconstruído sua vida com outra pessoa. Sem ressentimento, ele lhe ofereceu uma mensagem de gratidão: "Obrigado por ter tido a valentia de bancar-me sete meses e não ter me abortado".

     Ao relatar a história que finalmente levou a este esperado encontro, em meio de seus "novos parentes", Mauricio assinala que "eles me contaram que minha mãe estava vivendo em Córdoba capital. Disse-lhes que não queria problemas, só precisava agradecer-lhe porque ela me deixou nascer".

     Agora, comenta o jovem, o grupo de Facebook vai se chamar "Já a encontrei".

FONTE: ACI DIGITAL





PROGRAMAÇÃO DA FESTA DE SÃO JORGE - 23 DE ABRIL


          23 de abril é Dia de São Jorge. Nesta data, o Santo Guerreiro reúne milhares de fiéis em suas Igrejas, e a cada ano cresce o número de devotos. Neste ano, a Arquidiocese do Rio de Janeiro preparou uma grande festa para o Santo. A ideia partiu de um grupo de amigos, devotos de São Jorge, que há sete anos prepara esta festa, e agora, com o apoio do Arcebispo Dom Orani João Tempesta, está entusiasmado para tornar a data um marco. Confira a programação completa e participe!


Programação:
5 horas – Alvorada celebrada na Irmandade de São Gonçalo Garcia e São Jorge, na Praça da República. Rua da Alfândega, 382, no Centro.

Em seguida, missa presidida pelo Arcebispo Dom Orani João Tempesta.

7 horas- Sairá uma carreata até a Igreja de São Jorge, em Quintino. Rua Clarimundo de Melo, 769, em Quintino.

10 horas – Dom Orani celebrará missa na Igreja de São Jorge, em Quintino.

14h30m – Concentração em frente à Igreja da Ressurreição, em Copacabana, de onde o cortejo sairá em direção ao Posto 6. Rua Francisco Otaviano, 99, Copacabana.

15 horas – Missa no Forte de Copacabana, presidida por Dom Orani.

Após a missa, a Imagem seguirá na procissão motociclística até a Irmandade de São Gonçalo Garcia e São Jorge, na Praça da República.

17h30m - Dom Orani irá à Capela São Jorge, em Santa Cruz, para participar da procissão. Rua Álvaro Alberto, 435 - Largo do Bodegão, Santa Cruz. Você pode assitir a esta transmissão ao vivo. Basta acessar: http://www.pnsc.org.br/missa_aovivo.asx

FONTE: PORTAL DA ARQUIDIOCESE

terça-feira, 20 de abril de 2010

O uso do solo urbano

16/04/2010

Dom Eugenio Araujo Sales - Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Em 1981, a Arquidiocese do Rio de Janeiro promoveu um encontro, em seu Centro de Estudos do Sumaré, sobre “A posse e o uso do solo urbano”. Estando presentes membros de organismos governamentais, juristas e residentes em favelas, foi focalizado o problema nas características e dimensões que ele assume na cidade do Rio de Janeiro. Participaram, em regime de internato, 115 pessoas. Esse foi mais um “Encontro de líderes e pessoas com poder decisório” que deu continuidade ao anterior, em 1978, que teve por tema “Moradia do pobre no Rio de Janeiro”. Razão eminentemente pastoral levou-me, quando então Arcebispo do Rio, a tomar essa iniciativa.

Diante da tragédia que recentemente se abateu sobre nossa Cidade e em todo o Estado, acho oportuno recordar os principais pontos daquele encontro.

A missão da Igreja é evangelizar, ou seja, sua atividade é religiosa. A experiência, entretanto, mostra que o tema em questão tem profundas e extensas repercussões na conduta dos indivíduos. A angústia pela segurança de uma definitiva permanência nos poucos palmos de terra, onde foi levantado o barraco para alojar a família cria obstáculos à observância da mensagem de Cristo. Por outro lado, a justiça e a paz no ambiente social reclamam a descoberta de recursos legais e a busca a uma base jurídica para a solução. Isso facilitará uma convivência pacífica entre setores diversificados, mas complementares de nossa população. Em outras palavras, um serviço à comunidade e, em especial, aos mais carentes.

Embora tais temáticas sejam merecedoras de atenção, sem exclusivismos, um dado - guardadas as devidas proporções e aplicações à nossa época-, mostrou a importância da escolha daquele assunto e sua inclusão na série de encontros com pessoas que detêm parcelas de poder decisório.

Naquela ocasião, segundo dados oficiais da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD), no Rio de Janeiro 83,9% das famílias ganhavam menos de cinco salários mínimos. Ora, o lar é um dos fundamentos da vida cristã. Uma casa com as condições mínimas de dignidade e segurança constitui um fator básico para que essa célula da sociedade possa sobreviver e cumprir seu papel formador, garantia do futuro.

Com aquela renda mensal, as alternativas para obter uma habitação eram poucas. Uma, dentre estas, é a favela. No Rio de Janeiro, eram 320, algumas com população maior que muitas cidades do Brasil. Neste ano de 2010, verifica-se que o número é significativamente maior e, com isto, também os desafios.

A outra, são conjuntos habitacionais. Entre 1968 e 1979, para eles foram removidas 80 favelas. Apesar de ser evidentemente válido o esforço governamental em proporcionar teto condigno às classes de baixa renda, eles são insuficientes. Acrescente-se que, por fatores diversos, 50% dos transferidos buscaram outras soluções, inclusive a volta à situação anterior, principalmente nas encostas dos morros e em áreas de risco.

Eis a realidade. Nela a Providência divina nos colocou. Governantes e povo, católicos e outros credos religiosos temos ante nossos olhos e sob nossa responsabilidade, embora em graus diferentes, esse drama. Não há dúvida que ele faz parte de um problema global, cuja raiz está fora do alcance das autoridades locais ou refletem um clima mundial, que gera as concentrações populacionais. Se não podemos dar aqui condições para a fixação do homem à terra, ou orientar o fluxo migratório, devemos abrir o coração ao sofrimento de muitos irmãos e procurar remédios práticos e viáveis.

Convém considerar que a pessoa que mora nas comunidades carentes, em sua grande maioria, é cidadã ordeira, honesta, pacífica, com notável senso comunitário e capacidade criativa na busca de superar a angústia proveniente da carência de moradia. As áreas onde vivem não são um valhacouto de bandidos, salteadores e traficantes. Os que aí residem são igualmente vítimas, mais desprotegidas, aliás.

A garantia de permanência do pobre onde construiu em boa-fé seu barraco, ou a justa compensação, nos casos de transferência para outros lugares, produz um efeito admirável, transformador, de consequências extraordinárias. A experiência tem provado. Preparada uma infra-estrutura, garantido o solo pelo reconhecimento de um direito adquirido ou mediante um pagamento em prazo adequado, espera-se uma mudança radical do problema. Este, por estranho que pareça, está menos no custo da construção da casa que nos obstáculos oriundos de uma legislação feita para circunstâncias totalmente diversas.

Ficou evidenciado naquele encontro, que não será por falta de inventividade jurídica que a dificuldade deixará de ser resolvida legalmente. Há decisões que, uma vez tomadas, dariam tranquilidade a centenas ou talvez milhares de pessoas, proporcionariam condições para um vasto plano de urbanização, com efeitos profundos em nossa Cidade. Resta assumi-las, pois há viabilidade. Essa foi a conclusão do encontro, em 1981, promovido pela Arquidiocese do Rio sobre a posse e o uso do solo urbano, estudados à luz do Evangelho e, portanto, dentro de uma perspectiva global.

Havia uma consciência de que o assunto não se circunscrevia a esses moradores, mas interessava à coletividade. Uma solução justa e humana é inerente à nossa Fé cristã. Custará alguns sacrifícios, mas estes são menores que o holocausto que leva, em uma cidade maravilhosa, à deteriorização do convívio social, que pode chegar a limites intoleráveis. Lembro-me das palavras do Papa João Paulo em sua visita à favela do Vidigal, em 1980, com as quais encerrei o encontro: “Fazei-o por consideração a cada homem que é vosso próximo e vosso concidadão. Fazei-o por consideração ao bem comum de todos. E fazei-o por consideração a vós mesmos. Só tem razão de ser a sociedade socialmente justa, que se esforça por ser sempre mais justa. (...) Pensai, pois, no passado e olhai o dia de hoje, e projetai o futuro melhor da vossa inteira sociedade!”.

A verdadeira busca para que todos sejam um

19/04/2010

Padre Jorge Luiz Neves Pereira da Silva - Vigário da Paróquia Nossa Senhora da Paz

No próximo domingo, a Igreja celebra a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações que , por isso mesmo, é tradicionalmente chamado de “Domingo do Bom Pastor”. Todos os anos, neste dia, os cristãos elevam orações ao Bom Deus, pedindo que suscite candidatos dignos ao sacerdócio e à vida consagrada e, ao mesmo tempo, agradecem pela imensa maioria dos sacerdotes que, ao longo da história e, no mundo todo, são autênticas testemunhas do Cristo ressuscitado nos mais diversos ambientes e ministérios desempenhados pela Igreja.


É exatamente neste contexto, que estamos agradecendo a Deus pela vida e pelo ministério de dom Orani João Tempesta que há exatamente um ano tomava posse, como arcebispo metropolitano de nossa cidade e arquidiocese. Ao longo de tão pouco tempo, o povo carioca aprendeu a amá-lo e reconhecê-lo como o Pastor que conhece seu rebanho e dá a vida pelas ovelhas.

Em cada uma das incontáveis visitas às paróquias, capelas e comunidades, no entusiasmo das devoções populares, no ardor apostólico junto aos jovens que o chamam de autêntico pastor da juventude, na preocupação pelos desamparados, dom Orani tem demonstrado com sua vida a célebre máxima de santo Agostinho: “Para vós sou Bispo, convosco sou cristão. Pelo ministério que me é confiado, sou vosso pai, pelo batismo sou vosso irmão”.

Dom Orani é um homem que sabe criar pontes, que tem a virtude de transpor e superar barreiras. O próprio lema de seu episcopado: ut omnes unum sint, (para que todos sejam um), já transparece o desejo ecumênico de dialogar com todos, independentemente do credo de cada um. Por isso mesmo, tem-nos contagiado com sua capacidade de dialogar com o mundo da cultura e seu entusiasmo em levar a todas as dimensões da sociedade a Boa Nova da fé, através de renovados métodos, utilizando os novos meios de comunicação, exortando-nos continuamente a não ter medo e, como dizia o Venerável Servo de Deus João Paulo II, a “abrir, escancarar as portas ao Redentor”.

Desse modo, nosso Arcebispo tem-nos chamado ao compromisso que a Igreja nos pede, o de estar em permanente atitude missionária: a Missão Continental. É isso que ele fez expandindo as comemorações do nosso padroeiro ao abrir as fronteiras das celebrações, sendo presença nos mais variados locais e grupos (foi o primeiro Arcebispo a visitar as agremiações das Escolas de Samba, e foi recebido com muito carinho na Cidade do Samba); tomando parte nas comemorações do aniversário de nossa cidade; realizando o Círio de Nazaré congregando dezenas de milhares de devotos, sinalizando o aspecto cristão do Natal do Senhor, ao promover a multiplicação de presépios ao longo da cidade, valorizando as devoções populares como a próxima festa de São Jorge, tornando nossa cidade candidata a sediar a Jornada Mundial da Juventude - o maior evento de jovens do mundo – depois daquele que se realizará em Madri, em 2011.

Por fim, como dom Orani afirmava há um ano, na igreja mãe Catedral, mais do que o bispo tomar posse da Igreja, são os fiéis que tomam posse do bispo. Ao receber o báculo pastoral de nossa Arquidiocese, dom Orani tem-nos conduzido como o pastor que ama suas ovelhas, e nós ouvimos sua voz e de bom grado o seguimos. Te Deum Laudamus, Te, Dominum, confitemur.

Celebração de 1 ano de Dom Orani como Arcebispo do Rio

19/04/2010

Leanna Scal


No dia 19 de abril, às 11 horas, Dom Orani João Tempesta celebrou uma missa em Ação de Graças por seu primeiro aniversário como Arcebispo do Rio de Janeiro, na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Os Bispos Auxiliares, Dom Antonio Augusto Dias, Dom Assis Lopes e Dom Edson de Castro Homem concelebraram. A Igreja estava cheia: além das autoridades civis e eclesiásticas, muitas pessoas foram prestigiar Dom Orani.

Antes de iniciar a celebração, Dom Orani agradeceu, em primeiro lugar, ao Senhor e também ao povo carioca pela receptividade. Ele contou que hoje conhece um outro Rio de Janeiro, diferente daquele que antes conhecia pela mídia. E agora, depois de visitar tantas comunidades, ele percebe toda a vibração das pessoas e uma vida muito rica de acontecimentos.

Ao proferir a Homilia, Dom Orani respondeu uma pergunta que sempre lhe é feita: "Qual é o seu papel enquanto Arcebispo?" Ele explicou que, além de trabalhar com o Plano de Pastoral e de se preocupar com as principais dificuldades que existem na sociedade, sua missão é articular e estar em comunhão com as diversas experiências, que unidas, podem fazer muito mais.

- Se tenho alguma coisa a pedir a Deus nesse dia de hoje, além dos agradecimentos ao Senhor, é pedir que possamos caminhar ainda mais nessa vida de conversão, comunhão e unidade, sabendo nos aceitar, nos perdoar, e sabendo darmos as mãos e valorizar um ao outro nessa grande Arquidiocese, desejou o Arcebispo.

Em seguida, o Padre Cristiano Holtz, em nome de todos os Arquidiocesanos, leu um texto em homenagem ao Arcebispo. Nele, ele falou de como foi bom esse primeiro ano de convivência com Dom Orani.

-Dom Orani, quero manifestar, em nome do clero e de todo o povo de Deus desta Arquidiocese, que estamos muito felizes por sua presença entre nós, e que, como o senhor tem vigor de atleta, precisaremos ainda de um tempo para acompanhá-lo em seus passos. Mas temos a certeza de que podemos contar com sua generosidade e acolhida, para que, juntos, realizemos a unidade pedida pelo Senhor Jesus, e manifesta não somente em seu brasão episcopal, mas impressa em toda a sua atividade ministerial, disse Padre Cristiano.

Dom Orani agradeceu o carinho e falou que o seu presente seria criar um fundo arquidiocesano de atendimento às paróquias carentes. Ele falou ainda da alegria de ser o Pastor do povo carioca.

- Quando eu fui consultado para vir ao Rio de Janeiro, eu me assustei, pois seria uma responsabilidade muito grande. Mas a convivência com todos, apesar da dificuldade de estar em todos os lugares, é muito boa. Eu agradeço a Deus de estar aqui e poder servir, disse o Arcebispo.


Ao final da celebração, todo o clero presente seguiu para o Edifício São Francisco, anexo à Igreja, para um almoço de confraternização com Dom Orani. Dele participou também o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, que fez questão de ir parabenizar o Arcebispo.

- Esse ano passou tão rápido que é a prova do quanto Dom Orani já é parte dessa Cidade. Com sua maneira tranqüila, serena, humilde, sua palavra de fé e coragem ao povo do Rio de Janeiro, disse o governador.

Após o almoço, Dom Orani e Sérgio Cabral foram ao gabinete de Dom Eugenio de Araujo Sales, no mesmo edifício, para cumprimentá-lo.

Saudação do povo carioca a Dom Orani

19/04/2010

Padre Cristiano Holtz Peixoto


Há um ano atrás, celebrávamos, nas palavras que intitulavam o livreto da cerimônia, a ação de graças pelo início de seu ministério episcopal nesta Arquidiocese. Este tempo em que estamos juntos, creio que posso dizer em nome todos os arquidiocesanos, tem sido uma constante ação de graças a Deus.

Na verdade, todos nós pudemos experimentar dupla característica neste ano: embora breve, pois o tempo corre, foi bastante intenso, de modo que, por vezes, acabamos achando que faz mais tempo que o senhor está entre nós.

Desde o início de seu ministério, Dom Orani, todos nós nos sentimos muito “em casa” com o senhor, pela familiaridade e afabilidade com que trata a todos, sem distinção, seja quem for. Seus gestos de carinho, acolhida, escuta, compreensão e presença tornaram-se voz corrente em todas as instâncias eclesiais e extra-eclesiais.

Gostaria de destacar dois exemplos de atitudes suas, apenas como indicativo de tantas outras que o senhor teve ao longo deste ano. Os dois ocorridos no dia 25 de outubro de 2009, data em que nossa Arquidiocese lançava oficialmente a Missão Continental:

· Em sua homilia, no Santuário da Penha, o senhor fazia menção a uma palestra sua dada aos jovens “há pouco” (palavras suas). Procurando saber quando havia sido essa palestra com os jovens, descobri que tinha sido às 14h, e às 16h o senhor já estava celebrando a Missa na Penha, prova do seu ardor missionário e da sua incansável disponibilidade.

. Outro exemplo foi quando nós, padres que concelebraríamos com o senhor, estando já paramentados no pátio do Santuário aguardando sua chegada, vimos seu carro chegar, mas não o senhor. Perguntando onde o senhor estava, soubemos que, ao ver a Procissão que acontecia em redor do Santuário, pediu ao motorista que parasse o carro, desceu, se paramentou e acompanhou a procissão com o povo. Gesto bem característico seu, presença forte e amiga junto ao povo de Deus.

Por fim, Dom Orani, sem querer tornar este momento um peso pelo excesso de palavras, quero manifestar, em nome do Clero e de todo o povo de Deus desta Arquidiocese, que estamos muito felizes por sua presença entre nós, e que, como o senhor tem vigor de atleta, precisaremos ainda de um tempo para acompanhá-lo em seus passos. Mas temos a certeza de que podemos contar com sua generosidade e acolhida, para que, juntos, realizemos a unidade pedida pelo Senhor Jesus, e manifesta não somente em seu brasão episcopal, mas impressa em toda a sua atividade ministerial.

Cremos que o melhor presente que podemos oferecer ao senhor, além da nossa unidade no serviço evangelizador, é nossa contribuição para o fundo arquidiocesano de atendimento às paróquias carentes, seguindo sua orientação e seu pedido.

Deus o recompense por tudo o que senhor tem feito e que ainda fará junto a nós, e que nos abençoe, pastores e rebanho, para que, em meio às dificuldades de nosso tempo e do desafio de testemunhar nossa fé, alcancemos a felicidade eterna, onde haverá um só rebanho e um só Pastor. Amém.

sábado, 10 de abril de 2010


















Ano Sacerdotal

Papa Bento XVI convocou por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney, que de 19 de junho de 2009 a 19 de junho de 2010, se realize um especial Ano Sacerdotal, que terá como tema: "Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote". Nessa ano somos convidados a rezar por todos os sacerdotes e pelas vocacaoes.

Colaborou Seminarista Leandro Soares
(PAROQUIA NOSSA SENHORA DAS GRACAS CAMPO GRANDE VILA NOVA))


O Ano Sacerdotal - Espiritualidade e Formação

ANO SACERDOTAL

Texto Dom Murilo S. R. Krieger, scj

O Cura d’Ars

Neste ano de 2009 celebramos os 150 anos do falecimento de São João Maria Vianney, mundialmente conhecido como “o Cura d’Ars”. O Papa Bento XVI instituiu, por isso, um Ano Sacerdotal, que foi aberto no dia 19 de junho passado, solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Numa carta que escreveu aos sacerdotes do mundo inteiro, o Cardeal Dom Claudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, explicou as razões desse Ano Sacerdotal. Transcrevo, a seguir, algumas passagens de sua Carta. Quem quiser lê-la na íntegra acesse: íntegra acesse: Artigo Site Zenit.

Caros Sacerdotes

“O Ano Sacerdotal (…) chegou. Queremos empenhar-me com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias e em cada comunidade local, com envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver felizes, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano.

Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja dirá, antes de tudo aos sacerdotes, mas também, a todos os cristãos e à sociedade mundial (…) que ela se orgulha de seus sacerdotes e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são. Ao mesmo tempo, é verdade que alguns deles apareceram envolvidos em problemas graves e situações delituosas. Obviamente, é preciso continuar a investigá-los, julgá-los devidamente e puni-los. Estes casos, contudo, dizem respeito somente a uma porcentagem muito pequena do clero. Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os sofridos. Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo.

Este ano seja também ocasião para (…) um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero. A adoração eucarística pela santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual de monjas, religiosas consagradas e de leigas referente a sacerdotes, como já proposto, tempos atrás, pela Congregação para o Clero, poderiam ser desenvolvidas com frutos reais de santificação.

Fonte: Revista Brasil Cristão, ago. 2009, p. 20.

Domingo da Misericórdia

Dom Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano

O Servo de Deus João Paulo II instituiu o Domingo da Divina Misericórdia, celebrado ano a ano, no domingo seguinte à Solenidade da Páscoa do Senhor Ressuscitado. Na tradição mais antiga era o domingo da semana “in albis” que encerrava o tempo da iniciação “aos mistérios” dos neo-batizados na Páscoa. Hoje essa tradição assumiu como uma forma de viver a vida cristã. Nesse sentido, o “terço da misericórdia” é um dos mais divulgados e assumidos dentro das devoções particulares.

O decreto da Penitenciaria Apostólica sobre as indulgências para esse domingo recorda que, “com providencial sensibilidade pastoral, o Sumo Pontífice João Paulo II, a fim de infundir profundamente na alma dos fiéis estes preceitos e ensinamentos da fé cristã, movido pela suave consideração do Pai das Misericórdias, quis que o segundo Domingo de Páscoa fosse dedicado a recordar com especial devoção estes dons da graça, atribuindo a esse domingo a denominação de “Domingo da Divina Misericórdia” (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto “Misericors et miserator”, 5 de Maio de 2000).

Neste domingo, o da caridade e da misericórdia, contemplamos o que nos diz o livro do Apocalipse: “Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive; conheci a morte, mas eis-Me aqui vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1, 17-18). A certeza destas palavras confortadoras nos levam a um encontro permanente com o Senhor Vivo e Ressuscitado que caminha conosco na vida cotidiana.

Foi também no Domingo da Misericórdia do ano passado que comecei minha missão nesta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recordo com muita emoção a bela e entusiástica acolhida deste querido povo em nossa Catedral de São Sebastião. Essa ocasião que não foi escolhida, mas sim foi a possível para marcarmos essa solenidade, é também um sinal de Deus para mim: trabalhar levando a misericórdia a todos, lembrando da vida nova que nos vem pelo Batismo e pela confissão, além de ter certeza de que o Senhor nos faz novos com a sua misericórdia.

Nesse sentido está muito longe do verdadeiro sentido da misericórdia a ideia falsa que isso tornaria as pessoas ainda mais fracas e continuariam no erro. Aliás, essa foi uma ideia que fizeram muitas vezes do cristianismo. É muito mais difícil, digo, é impossível perdoar – é muito mais fácil deixar correr o ódio e a vingança que saem quase espontaneamente dos corações machucados. O Cristão é chamado a ser sinal da misericórdia e perdão, sem ser conivente com o pecado e o erro. Acredito que esse é um tema que teremos que voltar muitas vezes para experimentarmos a cura que vem de nossa vida de conversão.

Recebi uma citação de Thomas Merton que repasso, pois creio que está dentro desse momento de nossa vida: “Misericórdia e justiça parecem-nos diferentes, nos atos de Deus constituem a expressão do seu amor. Sua justiça é o amor que distribui a cada criatura o bem que já foi determinado pela misericórdia. E a sua misericórdia é o amor cedendo, fazendo justiça as suas próprias exigências, e renovando os dons que havíamos recusado.”

Para marcar esse dia irei, no domingo à tarde, oficializar como Santuário Arquidiocesano da Divina Misericórdia a Igreja que já tem essa missão e função em nossa Arquidiocese, pedindo a Deus que as romarias e os trabalhos que lá serão executados ajudem na paz e fraternidade em nossa cidade.

Em meio à catástrofe que se instalou em nossa cidade do Rio de Janeiro e, praticamente em todo o nosso estado fluminense, com as chuvas intermitentes desde o último domingo, com os olhos fitos em Deus, somos convidados, neste sentido, a dirigir o olhar para Cristo, para experimentar a sua presença tranquilizadora nestes momentos de dificuldades e de sofrimentos.

O saldo da tragédia é irreparável, com mais de cem mortes, muitas pessoas desabrigadas, perdendo todos os seus pertences, numa situação dramática e com grande sofrimento para o povo querido de nossa Arquidiocese e dentro do âmbito de todo o Estado do Rio de Janeiro.

Para concretizar a nossa solidariedade, pedi às Paróquias, às comunidades religiosas e a todas as instituições da Arquidiocese, em especial a Cáritas Arquidiocesana, para atuar e ir em socorro de urgência em todas as nossas comunidades, além da ajuda em bens, alimentos e dinheiro que estão sendo arrecadados e entregues. É a Igreja Católica do Rio de Janeiro fazendo sua parte. Muitas vezes ajudamos outros locais com as arrecadações que fazemos nas catástrofes. Agora é o momento de nos unirmos às demais entidades e aos governos para minimizar o ocorrido e encontrar caminhos para o futuro como, alíás, recorda a nota que emiti na segunda-feira passada.

Porém, mesmo procurando fazer nossa parte no trabalho social, também lembramos a palavra deste domingo quando, a cada um, seja qual for a condição em que se encontre, até a mais complexa e dramática, o Ressuscitado responde: “Não temas!”; morri na cruz, mas agora “vivo pelos séculos dos séculos”; “Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive”. “O Primeiro”, isto é, a fonte de cada ser e a primícia da nova criação: “O Último”, o fim definitivo da história; “O que vive”, a fonte inexaurível da Vida que derrotou a morte para sempre. No Messias crucificado e ressuscitado reconhecemos os traços daquele que foi imolado no Gólgota, que implora o perdão para os seus algozes e abre para os pecadores penitentes as portas do céu; entrevemos o rosto do Rei imortal que já tem “as chaves da Morte e do Inferno” (Ap 1, 18).

Deus é a nossa esperança nestes momentos de dificuldades, de sofrimentos, de catástrofes. E é por causa da fé que nós nos unimos e trabalhamos juntos como irmãos e nos ajudamos sem nenhum interesse, a não ser o de servir Jesus Cristo na pessoa do próximo. Nesse sentido somos chamados a cantar com o Salmista: “Louvai o Senhor porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor” (Sl 117, 1). Façamos nossa a exclamação do salmista, que cantamos no Salmo responsorial: “porque é eterno o amor do Senhor!” Em Cristo humilhado e sofredor, crentes e não-crentes podem admirar uma solidariedade surpreendente, que o une à nossa condição humana para além de qualquer medida imaginável. Também depois da Ressurreição do Filho de Deus, a Cruz “fala e não cessa de falar de Deus Pai, que é absolutamente fiel ao seu eterno amor para com o homem. Crer neste amor significa acreditar na misericórdia” (“Dives in misericórdia”, 7).

Nesse cenário de sofrimento e de privações para todos os nossos irmãos do Estado do Rio de Janeiro, quero unir-me a todos vós, queridos irmãos que sofrem por terem perdido as suas casas, por terem perdido os seus pertences, por estarem desabrigados, com frio, com fome, com dificuldades de toda a sorte. Vejo no olhar de todos o desejo de fraternidade e de encontrar caminhos novos. Muitos olhares tristes e outros com muitas perguntas. Sinto a necessidade de estar muito próximo de todos dizendo: coragem, vamos adiante e nos demos as mãos! Celebrarei na Catedral Metropolitana às 10h, dentro da Festa da Misericórdia, a Missa na intenção de todos os que perderam a vida nesta catástrofe, por todos os que sofrem e por todos os que ajudam e ajudaram-se uns aos outros.

Nesses dias de provação lembro a figura singular de Santa Faustina Kowalska, testemunha e mensageira do amor misericordioso do Senhor, e peço misericórdia pelo estado de calamidade que vive o nosso estado. Santa Faustina nos ensinou buscar em Jesus diante das catástrofes e dos sofrimentos.

Neste domingo não podemos nos esquecer do que o Evangelista João faz-nos partilhar a emoção sentida pelos Apóstolos no encontro com Cristo depois da sua Ressurreição. A nossa atenção detém-se no gesto do Mestre, que transmite aos discípulos receosos e admirados a missão de serem ministros da Misericórdia divina. Ele mostra as mãos e o lado com os sinais da paixão e comunica-lhes: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo 20, 21). Imediatamente a seguir, “soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23). Jesus confia-lhes o dom de “perdoar os pecados”, dom que brota das feridas das suas mãos, dos seus pés e, sobretudo, do seu lado trespassado, de onde saem os raios de misericórdia para toda a humanidade.

O Sagrado Coração de Cristo deu tudo aos homens: a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura, Santa Faustina Kowalska viu sair dois raios de luz que iluminavam o mundo. “Os dois raios segundo quanto o próprio Jesus lhe disse representam o sangue e a água” (“Diário”, pág. 132). O sangue recorda o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo o rico simbolismo do evangelista João, faz pensar no Batismo e no dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14). Através do mistério deste coração ferido, não cessa de se difundir também sobre os homens e as mulheres da nossa época o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus. Quem aspira à felicidade autêntica e duradoura, unicamente nele pode encontrar o seu segredo.

As misericórdias de Deus acompanham-nos dia após dia. Somos demasiado inclinados para sentir apenas a fadiga quotidiana que, como filhos de Adão, nos foi imposta. Mas se abrirmos o nosso coração, então podemos, mesmo imersos nela, ver também continuamente quanto Deus é bom conosco; como Ele pensa em nós nas pequenas coisas, ajudando-nos assim a alcançar as grandes.

Sei que têm muitos fatos e situações que ainda são desconhecidos (alguns deles me chegam através das Paróquias) e que necessitamos de nos dar as mãos. Mas o maior desafio será o da reconstrução e de fazermos juntos os planos para o amanhã, quando as emoções cessarem e as notícias não forem mais sensacionais para estarem na mídia: a Igreja é chamada a continuar a servir com alegria e compromisso todo o nosso povo, levados pela fé em Cristo e amor aos irmãos e irmãs sem nenhuma distinção por etnia, religião e ideologia.

Junto com a responsabilidade que há um ano assumi aqui nesta nossa cidade, o Senhor trouxe também belos sinais para a minha vida; um deles é o que vejo da solidariedade. Repetidamente vejo com alegria reconhecida quanto é grande o número dos que estão solidários em receber ou encontrar acomodações para as pessoas desabrigadas e sofridas com a situação de nosso estado, outros próximos dos que sofreram as perdas de seus entes queridos, muitos ajudando no resgate de pessoas e na limpeza e arrumação das casas. Tudo isso reconhecendo a luz de Cristo a iluminar os nossos caminhos. A todos, os que ajudam e que são ajudados, os que se colocam à disposição e aos que necessitam de cuidados, uma benção especial.

Ataques à Igreja e ao Papa

Dom Eugenio Araujo Sales - Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Nós, Cardeal Eugenio Sales e Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio, manifestamos total solidariedade à Igreja e ao Papa.

Nesta Igreja, ao passo que se atinge um nível extraordinário de respeitabilidade, mesmo entre não-católicos, sombras se acumulam, tempestades se repetem. É a face humana, pecadora, que tende a encobrir a obra do Salvador. Ele já prevenira: “Haverá escândalos e ai daquele por quem eles vêm!” (Mt 18,7). Mas, prometeu: “as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

É evidente que a fidelidade da Igreja aos ensinamentos de Cristo incomoda a muitos. Sua clareza em matéria de Bioética, por exemplo, só pode inquietar a quem, em sua consciência, já sacrificou a lei divina de não matar a escusos interesses políticos ou ideológicos. Alega-se o celibato sacerdotal como uma causa de abusos sexuais, ao mesmo tempo em que se esconde o fato dos casos infinitamente mais numerosos, tão escandalosos, fora do clero.

Ainda como Cardeal, “Joseph Ratzinger sempre foi muito firme, como o comprovam depoimentos de pessoas que com ele trabalharam, demonstrando grande coragem ao enfrentá-los. Portanto, é falsa e caluniosa qualquer insinuação que se venha a fazer de que o atual Pontífice tenha ocultado casos de abusos sexuais ou tenha sido condescendente com seus autores” (Nota do CELAM, 01/04/2010; cf. a esclarecedora Nota da CNBB, 31/03/2010).

Como Pastor e Pai, o Papa Bento XVI confia na imensa maioria dos sacerdotes fiéis, muitos e muitos deles heroicamente empenhados pelo evangelho, pela dignidade humana e pelos direitos dos mais fracos: “Estou consciente de que, aos olhos de alguns de vós sois, por associação, tidos como culpados e considerados de certo modo responsáveis pelos delitos de outros. Neste tempo de sofrimento, desejo reconhecer-vos a dedicação da vossa vida de sacerdotes e de religiosos (...) e convido-vos a reafirmar a vossa fé em Cristo, o vosso amor à sua Igreja e a vossa confiança na promessa de redenção, de perdão e de renovação interior do Evangelho. Deste modo, demonstrareis a todos que onde é abundante o pecado, é super abundante a graça (cf. Rm 5,20)” (n. 10 da carta à Irlanda).

De outro lado, o mesmo Pastor e Pai, em sua indeclinável responsabilidade diante de Deus e diante da dignidade de cada criança e de cada pessoa, não hesita em corrigir e condenar: “Traístes a confiança que os jovens inocentes e os seus pais tinham em vós. Por isto deveis responder diante de Deus onipotente, assim como diante de tribunais devidamente constituídos. Perdestes a estima do povo da Irlanda e lançastes vergonha e desonra sobre os vossos irmãos (...) Violastes a santidade do sacramento da Ordem Sagrada” (Carta à Irlanda, n. 7).

Em nossos dias, num misto de sede de justiça, indignação, jogo de interesses, manipulações e distorções, multiplicam-se as notícias dolorosas, especialmente referentes a sacerdotes que, por sua própria vocação e missão, deveriam lutar pela pureza da vida cristã. Mas a objetividade é amiúde vergonhosamente distorcida em ataques ao Santo Padre, como se fosse ele responsável pelo pecado dos indivíduos envolvidos em escândalos. Silencia-se a dolorosa, nobre e gigantesca luta do Papa contra tão hediondo mal!

Os que atacam a Igreja católica esquecem que, durante décadas, psicólogos e psiquiatras de renome acreditavam na cura de tais aberrações. Bispos católicos, para proteger crianças e jovens e recuperar os faltosos, encaminhavam estes a tais tratamentos. Por que a opinião pública trata tão duramente os Bispos e é tolerante para com os representantes daquelas ciências? Além do mais, hoje ainda existem países onde profissionais de diversas áreas são simplesmente transferidos para lugares distantes ou outras funções. Por que razão se focaliza somente a Igreja que procura assumir e corrigir as culpas cometidas em seu meio?

Na Alemanha, segundo informações da polícia, são conhecidos 94 casos deploráveis de tais abusos cometidos por sacerdotes e religiosos nos últimos 15 anos. Na mesma época, porém, a polícia conhece 210 mil casos de não eclesiásticos, não celibatários (cf. ”Der Spiegel”, segundo “Die Tagespost” de 20 e 25/02/2010). Isto não diminui absolutamente em nada a gravidade da inominável irresponsabilidade de representantes da Igreja que praticaram tais crimes. Mas o fato do quase total silêncio da mídia a respeito do mar de perversidade que caracteriza a sociedade de hoje mostra a hipocrisia de parte dos meios de comunicação, que apontam seus holofotes exclusivamente sobre os trágicos 94 casos de eclesiásticos, silenciando, quase totalmente, tão grandes desvios que infestam a sociedade. Os casos tão numerosos de não eclesiásticos não devem ser citados para abafar, encobrir, a culpa horrenda de eclesiásticos. Mas devem ser vistos para assumirmos, dentro e fora da Igreja, de verdade, a luta sem concessões, pela proteção da infância, da juventude e dos grandes valores da humanidade. O Santo Padre repreende com toda firmeza algumas autoridades eclesiásticas que, mesmo com eventual boa intenção, de fato enfrentaram de modo errado “atos pecaminosos e criminosos de eclesiásticos” (Carta à Irlanda, n. 1).

Não podemos “deixar de partilhar o pavor e a sensação de traição” diante do ocorrido (cf. Carta à Irlanda n. 1). Para enfrentar tal problema em todas as suas dimensões, devemos encará-lo no seu verdadeiro contexto, inclusive como mal muito difundido fora da Igreja.

É imperioso punir os faltosos, desmascarar os caluniadores e “perseverar na oração, com grande confiança na força restabelecedora da graça de Deus” (Carta à Irlanda, n. 2).

Igrejas ajudam desabrigados pela chuva

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nessa semana, pararam a cidade e trouxeram dor para várias famílias. O número de mortos já chega aos 195, em todo o Estado, sendo Niterói o município com mais óbitos, 115. No Rio registra-se 60 vitimas e São Gonçalo, 16. Inúmeras pessoas perderam suas casas em deslizamentos de morros, enquanto outras tiveram suas moradias condenadas pela Defesa Civil. Sem terem para onde ir, algumas buscaram abrigos em paróquias locais. É o que acontece em Realengo. Desde quarta-feira, a paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus abriga 39 pessoas, entre idosos, adolescentes e crianças. Todos estavam em áreas de risco no Morro São Sebastião.

Segundo a secretária da paróquia, Maria Guimarães, a comunidade está sensibilizada com a situação e está colaborando com doações.

- Felizmente não houve mortos aqui, mas as casas dessas pessoas estão condenadas, com rachaduras e elas não tem para onde ir. Estou vendo muita mobilização da comunidade. O comércio local também está ajudando muito. Aqui na Igreja tem muita criança, mas infelizmente não temos um grande espaço físico, explica.

Para os interessados em doares alimentos não perecíveis, água, roupas e material de higiene pessoal, a Paróquia N.S de Fátima e São João de Deus fica na Estrada Manoel Nogueira de Sá 1.421

Santa Teresa

Em Santa Tereza, bairro onde houve deslizamento no Morro dos Prazeres, as famílias desalojadas estão na Creche Municipal José Marinho, que funciona na entrada do Morro. Instituições católicas localizadas em Santa Tereza, como a das Irmãs de Nossa Senhora da Assunção e as Irmãs Missionárias da Caridade, estão recebendo donativos e encaminhando para a Paróquia de Santa Teresa.

Também entre os dias 9 e 11 de abril, das 9h às 19h, serão recolhidos donativos no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, que fica à Rua Monte Alegre, 306. Entre os itens necessários estão alimentos não pereciveis, material de higiene pessoal, água, roupas e sapatos.

A Escola Municipal Machado de Assis, localizada no Curvelo, em Santa Teresa, também está arrecadando objetos de higiene pessoal.

A Paróquia fica à Rua Áurea 71, Santa Teresa.

A situação em São Gonçalo

No município de São Gonçalo, na região Metropolitana, as fortes chuvas também causaram estragos. No bairro de Jardim Catarina, a água baixou, mas ainda há pontos de alagamento. O pároco Marcelo Fróes, da Paróquia São José Operário, explica que a Igreja ficou castigada com o temporal. A maioria das pessoas da comunidade perdeu tudo o que tinha.

- As escolas aqui do bairro estão acolhendo os desabrigados. Outras também estão no salão da nossa paróquia. E o que queremos é fazer um apelo. Estamos recebendo doações de leite, leite em pó, roupas, fraldas descartáveis... Tudo que puderem doar, para que possamos repartir com os nossos irmãos, pede ele.

A paróquia fica na Rua Madeira de Freitas, s/n

Também em São Gonçalo, a Paróquia de Santana, em Itauna, está acolhendo desabrigados. No bairro, mais de 3 mil pessoas perderam suas casas. O pároco da Igreja, Mário César da Costa diz que o papel da igreja nesse primeiro momento é acolher essas pessoas e dar a paz que elas precisam.

-Diante da situação que a população gonçalençe está vivendo, a Igreja de Santana está solidária com esses irmãos que sofrem. Mais de 3 mil famílias estão sem casas. O papel da nossa igreja é acolher essas pessoas e auxiliar nessas necessidades e elas necessitam de tudo. O que puder ser doado, doe, porque são muitos desabrigados.

As doações estão sendo feitas na Igreja de Santana que fica na Estrada de Itauna, 7

Nota do Vaticano ao Arcebispo do Rio de Janeiro

Roma, 8 de abril de 2010.

Exmo. Revmo. Dom Orani João Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

Informado sobre as trágicas consequências das inundações que semearam luto e devastação em tantas famílias do Estado do Rio de Janeiro, o Sumo Pontífice deseja assegurar a toda comunidade local a sua solicitude, recomendando as vítimas à misericórdia de Deus e suplicando conforto e apoio para suas famílias, para os feridos e quantos perderam seus bens. Para todos os provados por este drama, sem esquecer das pessoas que participam na obra de socorro e assistência, Sua Santidade Bento XVI invoca reconfortantes graças divinas em penhor das quais lhes concede paterna benção apostólica.

Cardeal Tarcisio Bertone

Secretário de Estado de Sua Santidade
Evangelho (João 20,19-31)
Domingo, 11 de Abril de 2010
2º Domingo da Páscoa Divina Misericórdia




— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós!
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!”
Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.
28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”
29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
O fundamento da misericórdia está na confiança

A palavra que vamos partilhar está em ( São Lucas 15, 11,32).

“O vaso que acolhe o coração do Pai chama-se confiança”. (Santa Faustina) Não existe um discípulo da misericórdia que não se deixe tomar pelo amor misericordioso de Deus. Do portão de casa pra fora é fácil viver a “misericórdia”, todo mundo é bom e misericordioso. Mas na vida daqueles que conhecem as nossas misérias, não é fácil viver a misericórdia. O demônio sabe que a misericórdia de Deus é infinita, que ele não possui a última palavra em nossa vida, ele quer que não consigamos ver o Senhor como Ele é.
Padre Pacheco
Foto: Carlos Eduardo

São Lucas quer apresentar um Deus que é Pai tomado de compaixão, de misericórdia, que perdoa, acolhe, quer nos apresentar um Deus que nos resgata. O demônio sabe: “Quando fazemos o encontro pessoal com Deus, a nossa vida nunca mais se torna a mesma”. A desconfiança nos faz sairmos da presença do Pai.

E caímos na bobagem de pedir a parte na herança. Herança? Só existe uma, que é Deus. Precisamos cair em nós mesmos e voltarmos para casa. É preciso nos perguntarmos: “O que eu estou fazendo de minha vida?” O ingresso para entrar na misericórdia é a nossa miséria, através o pecado. Miserável é aquele que é necessitado da misericórdia, que somos nós.

Ao voltar para casa o filho prepara um discurso: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Quando chega em casa, não foi o filho que viu o pai, mas o pai que viu o filho de longe.

Se eu chegasse agora em minha casa, e só tocasse na corrente do portão. Minha mãe saberia que era eu. Pai e mãe conhece o filho de longe, pois conhece o filho que tem. Se conhecemos o filho de longe imagina Deus? “O pai viu o filho se aproximar, e tomado de compaixão correu ao seu encontro.”
'Precisamos pedir a graça da libertação da concepção errada ao Senhor'


Entrei para o seminário aos 13 anos. Meus pais foram as pessoas que mais me trouxeram dificuldades para que eu pudesse ser padre. Meu pai foi tão pai, que eu queria ser pai para os meus filhos. A mesma saudade que eu tinha de meus pais, eles também a tinham. Imagina a saudade do Pai por nós.

'Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos.' Ele apertou o filho com força, mas o enchendo de beijos. O discípulo da misericórdia não pode apertar ninguém sobre o passado da vida dos outros. Não conseguimos amar pois estamos ressentidos. Jesus nunca perguntou sobre o passado de ninguém. Acolher, não significa aceitar o pecado do outro, mas amar. Esta foi a atitude do pai que não o questionou. Como é bom sermos abraçados por Deus!

Tive a graça de fazer uma experiência com o Senhor aos 5 anos. Em um hospital vi imagem de Jesus, naquele momento estava próximo ao ouvido do meu pai e ali cochichando disse: “Seu veio, quem é aquele homem no fundo daquela parede?” Ele disse: “Tu não conhece?” Foi o próprio Senhor me falando naquele momento. “Você não faz ideia de quem Ele é?” Foi Ele que deu você para mim.

Enquanto muitos pais deveriam levar e seus filhos para Deus, estão o levando para “zona”. Ainda não há a misericórdia na nossa casa, pois não estamos levando o testemunho. Meu pai e minha mãe foram o canal de misericórdia para mim e meus irmãos. Não devemos questionar as pessoas que amamos. Quando o filho começou a falar: Trata-me como a um dos teus empregados’. Seu pai pediu para que matassem um boi.

Para ter um boi da qualidade narrado por Lucas, foi por mais de 6 meses tratando do animal. O pai sabia que o filho iria voltar e sabendo não se preocupou com a maneira que chegaria. Para dizer que Deus não nos olha como chegamos, o que importa para Ele é que estamos chegando.

O que nos faz perder a confiança em Deus é a concepção como Deus nos olha, a nossa confiança em Deus. Você não é amado pelo que faz, mas pelo que é. Lugar do filho é no colo do Pai. Porque o filho mais velho se encolerizou? ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos.´ Ele não se tornou o canal da misericórdia, mas um trator na vida do outro. Quando eu faço a experiência: Sou amado pelo que sou filho de Deus. Quando o outro faz errado, eu me compadeço.

Em Bethânia, certa vez chegou um filho andarilho que não conseguia tirar o calçado dos pés, pois estava inchado devido aos dez dias caminhando. A perna desta pessoa cheirava de carniça, mesmo depois de tomado o banho. E, naquela sala rezando o terço não aguentávamos o cheiro. O odor de Cristo não é fácil, acredito que Jesus estava ali naquele homem. Ele resolveu pedir a herança e assim como filho pródigo. Depois de algum tempo, ele voltou entorpecido com um discurso igual ao filho mais moço disse: “Eu vim aqui para ver se tem alguma vaga. Se não tiver, poderia me arrumar uma comida?” Não poderia deixar ele ir embora. Não tinha vagas, disse: Daqui deste lugar tu não vai levar comida nenhuma, eu pensei em te levar para onde estava, mas não! Porque você vai ficar aqui, é tua casa.

Naquele momento o efeito da droga saiu daquele filho. Só toca na misericórdia, quem acredita em Deus. Aquele que foi tocado pela misericórdia com certeza sera o canal. Depois de tomado banho, disse: “Vamos dormir?”. Ele me respondeu: “Quero rezar com vocês por esta graça.”

Precisamos pedir a graça da libertação da concepção errada ao Senhor. O Senhor não esta ao nosso lado, pois Ele sempre esteve dentro de nós.
“Ser padre é ser Cristo no mundo de hoje”




O especial Ser Padre de hoje homenageia os 40 anos de sacerdócio do Padre José Mazine Rodrigues. Ele que já passou por tantas Paróquias, levando a Palavra de Deus para os fiéis, e também ultrapassou os muros da Igreja, com a fundação dos Círculos Bíblicos, é um exemplo de sacerdote que, com muita determinação, nunca pensou em ser outra coisa senão padre.

Padre Mazine foi ordenado no dia 12 de dezembro de 1970. Trabalhou no Seminário São José, por dez anos, na formação dos seminaristas. Em 1980, no bairro de Bangu, foi Pároco da Paróquia Cristo Ressuscitado por oito anos. Em seguida, foi por dois anos Pároco da Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Realengo. Depois atuou ainda comoVigário Episcopal, durante 15 anos, no Vicariato Oeste, onde trabalhou na fundação dos Círculos Bíblicos – trabalho pelo qual sente muito orgulho.

- É uma grande missão esse trabalho com os Círculos Bíblicos. Eu descobri o valor deles e aprendi que é uma Igreja que vai ao encontro do povo. Não bastava esperar o povo ir à Igreja, explicou o padre.

Padre Mazine lembra dos amigos padres que, junto com ele, acreditaram nos Círculos Bíblicos.

- Padre João Cribbin, Padre Lucio Zorzi, Padre Geraldo Marques... Junto com eles percebi a necessidade de buscar o pessoal afastado evangelizando e ensinando o que é a vida de comunidade. Uma Igreja que vai ao encontro do povo é uma Igreja missionária, e eu acredito muito nessa parte, destaca o padre.

Outro trabalho que Padre Mazine ressalta é o que realiza com os jovens — vocações sacerdotais religiosas e missionárias. Ele informa que muitos padres hoje são sacerdotes porque ele trabalhou com o grupo vocacional do Vicariato Oeste.

Hoje, Padre Mazine realiza esse trabalho vocacional na Paróquia São Benedito de Pilares, onde é Pároco há dez anos. Sua Paróquia atende mais de 70 mil pessoas. Ele realiza um trabalho junto com jovens, onde, hoje, 18 homens estão no Seminário São José.

Para o Padre Mazine, Ser Padre é algo sublime, é ser Cristo no mundo de hoje. É realizar sua missão, sendo sempre fiel ao sacerdócio.

- Ser padre é motivo de alegria: servir aos irmãos, evangelizar, celebrar a eucaristia, perdoar os pecados e, acima de tudo, ir ao encontro dos irmãos, reunindo e recolhendo os que estão afastados da Igreja, finalizou.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Formações

Ressurreição de Jesus
Se a ressurreição de Jesus fosse fraude, os judeus a teriam desmentido

delicious twitter A ressurreição de Jesus é um fato histórico inegável. O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2).


Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); segundo São Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).


São Paulo disse: “Porque antes de tudo, ensinei-vos o que eu mesmo tinha aprendido que Cristo morreu pelos nossos pecados [...] e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).


“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes. Diz São Pedro no dia de Pentecostes: “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).


A primeira experiência dos Apóstolos com Jesus ressuscitado foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles” (Lc 24, 34ss).


Aos Apóstolos amedrontados, que julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos.

Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pois se tratava de pessoas muitos realistas que, inclusive, duvidaram a princípio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).


Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.


Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram dissipá-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).


E Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz. Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi um escândalo. Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento. Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não serem presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.


É de se notar ainda que a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio. Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.


Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor. Será que em nome de uma fantasia, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? É claro que não. Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? O testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava. O edifício do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. Assim, é muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada.


A Ressurreição de Jesus é ponto fundamental da fé cristã, a ponto que São Paulo pode dizer: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação; vazia também é a vossa fé... Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 14.17).


A Ressurreição de Jesus é a base da fé; São Paulo chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, por ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o fim” (1Cor 15, 23s).



Felipe Aquino
Formações

1º de abril, um dia para se falar a verdade
Precisamos testemunhar a verdade

delicious twitter O folclórico dia da mentira tem sua origem na confusão de um calendário. O fato ocorreu por volta do século XV, quando o então rei da França Carlos IX decretou o início do ano corrente como o 1º de Janeiro, seguindo o calendário gregoriano.

Alguns camponeses e povoados mais distantes do rei não acreditaram no decreto e continuaram a celebrar o início do ano em 1º de Abril, isso fez com que passassem a ser ridicularizados pelo restante da população com brincadeiras de notícias mentirosas. Estas “peças” passaram a fazer parte da celebração do 1º de Abril que, ao longo do tempo, tomou conta de toda a França e do mundo, ora com o nome de “dia da mentira”, ora como o “dia dos tolos”.

Hoje, o dia da mentira é tido como uma brincadeira. Com a globalização, a data ganhou destaque em importantes meios de comunicação e, com o advento da internet, agências de notícias famosas fizeram circular notícias bizarras como forma de celebração desse dia.


Brincadeiras e folclore à parte, a verdade é que mentira pode provocar consequências desastrosas para um País, para uma família, uma empresa, uma pessoa. Como dizia Gandhi: “assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida.”

No Brasil, por exemplo, sofremos há anos as consequências da falta de transparência de nossos governantes. A mentira está a serviço da corrupção, que é a maior vilã de nossa sociedade. Os princípios que regem a mentira, o juízo falso de valores e o engano proposital são os geradores de grande parte das mazelas sociais que os brasileiros já testemunharam. A impunidade, a violência, principalmente nas cidades de porte médio, antes locais seguros, só têm crescido na última década, ao mesmo tempo em que os investimentos na saúde pública são ainda desproporcionais à demanda, e a educação não é vista como prioridade para o desenvolvimento do país.


A nossa sociedade está sofrendo também as consequências do abandono e do esquecimento da verdade e dos valores cristãos. No dia da mentira é verdade que não temos mais tempo para nossos filhos, é verdade que não nos reunimos em família, não temos tempo para ir à Igreja, é verdade também que a dignidade e o direito mais básico, o de viver, já não faz tanto sentido. De fato, temos aqui muitos motivos para neste 1º de Abril lamentar as consequências da mentira em nossas vidas.

Mesmo que no dia 1º de Abril contemos alguma mentiras para não deixar passar em branco esta “brincadeira”, a verdade é que temos sede de sinceridade, queremos a confiança, queremos reciprocidade, queremos nos manifestar tal como somos, pois não aguentamos por muito tempo a dissimulação, a falsidade e a corrupção. Algo dentro de nós grita pelo verdadeiro e autêntico. No fundo, todo homem anseia viver em comunidade para partilhar a verdade e a justiça.

Jesus disse: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará (João 8, 32). Aprendamos que só a verdade nos torna pessoas livres, o bem mais precioso para o homem. É na liberdade que começa e termina todos os nossos caminhos, ela é a pérola do nosso querer.


No dia da mentira precisamos redescobrir a nossa vocação de testemunhar e comunicar a verdade. Não suportamos mais o que o Papa Bento XVI classificou como a “ditadura do relativismo”, queremos mesmo é a liberdade que vem pela verdade. Vivemos tempos de desconfiança e opressão pela mentira, ora lá, ora cá, nos perguntamos se não estamos sendo enganados, pois quem sabe nos acostumamos com o falso...

No dia da mentira só me resta dizer: Brasil, lute pela verdade!




Daniel Machado
conteudweb@cancaonova.com
Daniel Machado, missionário da Comunidade Canção Nova é formado em Filosofia pelo Instituto Canção Nova de Filosofia
D. Henrique Soares da Costa

Bispo auxiliar de Aracaju, SE



Caro Internuta, leia este texto da cronista italiana Benedetta Sangirardi. Não gosto de insistir sobre certos assuntos sensacionalistas, mas aqui, penso é preciso deixar as coisas o mais claro possível! O texto é muito bom e deve ser lido. Vejamos que escândalos vão ainda tirar do baú contra o Papa e contra a Igreja… Uma coisa é certa: Bento XVI vai aparecendo cada vez mais como um gigante homem de fé de moral admirável! Que Papa, que grande Pastor, o Senhor os concedeu!



O que está acontecendo? Há um complô contra a Igreja? Os casos de pedofilia se sucedem nas páginas dos jornais. Quase um por dia. O que há de verdadeiro e de falso nesta questão? E por que estão aparecendo agora todos os casos (gravíssimos) de pedofilia dentro da Igreja? Alguém está querendo colocar para fora Bento XVI? Segundo quanto parece a Affaritaliani.it colhido de fontes críveis vizinhas ao Vaticano, a vontade é exatamente de jogar na lama a Igreja. trata-se, em suma, de uma verdadeira e própria campanha midiática contra o Papa.



Um complô, uma trama anticatólica vinda de certa cultura presente no Ocidente. A voz da Igreja, aos olhos desta cultura, sendo livre e não manipulável, cria não poucos problemas (basta pensar na constante defesa da vida e da dignidade da pessoa contra os interesses de alguns). Não é por acaso que muitos desses “episódios” e acusações de pedofilia venham do Exterior. E não é por acaso que a palavra “lobby” tenha sido cunhada exatamente nos países nos quais é mais presente esta matriz cultural. Mas, vamos por ordem.



Estamos assistindo a um verdadeiro e próprio ataque que objetiva desacreditar a Igreja e o Pontífice através das armas principalmente midiáticas. Basta tomar os casos que estão enchendo as páginas dos jornais.



Têm todas as características de ser episódios do passado, já encerrados e conhecidos, em grande parte já tratados antes pela mídia. E agora são colocados a público um a um, com certa cadência , para produzir o máximo de efeito.



Desde o início a manobra foi clara: chegar ao Pontífice. Partiu-se da tentativa de envolver o irmão do Papa, noticiando os dois casos de abuso sexual no coro de Ratisbona, que na realidade aconteceram anos antes do trabalho de Georg Ratzinger e, sobretudo, eram já conhecidos e encerrados juridicamente. Mas, o nome “Ratzinger” permaneceu lá, nos títulos dos jornais. Depois, trouxeram à luz outro caso já conhecido e encerrado, o do assim chamado “padre H”, na Arquidiocese de Munique, nos inícios dos anos 80. Também este um caso já tratado a seu tempo, no qual era já havia sido constatada - até pelo tribunal que julgou o acusado - a total falta de ligação com o então Arcebispo Ratzinger. O último caso aparecido no New York Times é mais uma tentativa: também aqui os documentos dizem que a Congregação para a Doutrina d a Fé, consultada 20 anos depois dos fatos (os abusos tinham ocorrido nos anos 70), convidou a conservar o sacerdote em questão, mas distante das atividades pastorais, mesmo tendo se passado tantos anos sem evidência de outros crimes e apesar de a justiça civil já ter arquivado o caso.



Os números – Ao estalar dos casos singulares (sempre os mesmos de décadas tirados agora do baú) une-se o inchaço das cifras para dar a idéia se um fenômeno extenso e incontrolável. Um exemplo iluminante é a cifra de 4000 casos de abuso nos Estados Unidos que continuamente é repetida. O que se omite dizer é que das 4000 acusações (não sentenças), as que diziam respeito a pedofilia eram 950, que resultaram em 54 condenações, em um período de quarenta anos. Os sacerdotes nos Estados Unidos são 109.000.



Os documentos – Um outro elemento é a citação imprópria dos documentos como se existissem redigidos secretamente para encobrir os crimes dos pedófilos. A realidade é que nos dois documentos mais importantes, (públicos e consultáveis também online) o “Crimen sollicitationis”, de 1922 reeditado em 1962 por João XXIII e o “De delictis gravioribus”, de 2001 assinado pelo então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Ratzinger, está escrito em alto e bom tom que os crimes devem ser pontualmente denunciados e julgados canonicamente.



O problema é que os documentos são redigidos em latim e algumas péssimas traduções, unidas à má fé, levaram a confundir frases dando-lhes o sentido contrário. Mas, também aqui, nos títulos dos jornais, ficou a impressão de que as altas esferas mandavam ocultar os casos.



A realidade é que um sacerdote que se manha com o crime da pedofilia é uma coisa repugnante, mesmo que seja um só. Assim como é terrível o fato que qualquer expoente da Igreja haja conhecido e escondido os casos. Mas pintar a Igreja como um covil de pedófilos e o Papa e os hierarcas como empenhados a esconder não somente é falso como é exatamente o contrário da realidade!


Os inimigos do Papa Bento
Arquivado em: Papa Bento XVI — Prof. Felipe Aquino at 9:28 pm on segunda-feira, março 29, 2010
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Bispo auxiliar de Aracaju, SE



Meu caro Internauta, a Igreja e, de modo particular, um papa, não podem e não devem ficar preocupados em aparecer de modo belo diante da imprensa mundial e muito menos buscar os seus aplausos, ainda que, atualmente, poucas realidades do nosso mundo globalizado sobretudo midiaticamente tenham um poder ao menos próximo daquele dos meios de comunicação.



E, no entanto, não deixa de ser porco, realmente nojento – a expressão é esta e não há outra – a campanha desses meios de comunicação contra a Igreja e, de modo específico, contra o Papa Bento XVI. Todos aqueles que são bem informados sabem que esses meios nunca gostaram do Cardeal Ratzinger. Recordam as manchetes quando da sua eleição? Lembram do rosto do Papa dentro dum bloco de gelo, para dizer que a Igreja agora estava congelada? Foi a capa da Veja. Há jornais que são particularmente desonestos e maquiavélicos quando se trata de Bento XVI: penso no The New York Times, um jornal patologicamente anticatólico; penso no italiano La Reppubblica, que é a voz de tudo quanto na Itália possa causar dano à Igreja, penso no Le Monde francês e no El Pais espanhol…



Por que esta minha conversa? Por causa desse assunto já saturado da pedofilia de alguns sacerdotes. Esses órgãos de comunicação fazem o possível para incriminar o Papa de algum modo! Até agora fracassaram e fracassarão sempre, mas como desgastam! Primeiro, inspirados pela BBC (hoje controlada pelo lobby gay), tentaram acusar o então Cardeal Ratzinger de orquestrar todo um programa de acobertamento dos casos de pedofilia. A TV Record – nunca se esqueça a quem ela pertence e como foi comprada! – fez questão de apresentar esse programa no Brasil, mesmo quando as acusações já tinham sido refutadas e desmascaradas na Europa. Agora, com os casos que vieram à baila, tentaram insinuar que o irmão do Papa era pedófilo. Ficou provado que era mentira. Que o irmão do Papa maltratava crianças. Também ficou assentado que não era verdade: ele era rígido e castigava corporalmente as crianças, como qualquer mestre na Alemanha e nas nossas escolas há quarenta, cinqüenta anos atrás. Na Alemanha, certa imprensa marrom tentou afirmar que Ratzinger, quando era Arcebispo de Munique, protegeu um padre pedófilo. Foi provado que a acusação era falsa: o então Arcebispo havia deixado que o referido sacerdote ficasse hospedado na casa paroquial enquanto se submetia a tratamento psicológico, somente como hóspede e sem atividade pastoral alguma. Agora, o The New York Times, por pura maldade e desonestidade, acusou o Papa, quando Cardeal, de encobrir a caso de um padre que teria abusado de 200 crianças. Também é mentira…



Aliás, foi Bento XVI quem, assim que assumiu o trono de Pedro, mandou reabrir o caso do Pe. Marcial Maciel e o suspendeu de modo definitivo. A linha de Bento XVI nesses casos sempre foi clara, simples e reta: tolerância zero.



O que nos desilude profundamente é perceber de modo claro a desonestidade desses meios midiáticos, que não buscam a verdade, mas usam a informação como puro jogo de poder e de interesses. Mundo cão, o nosso! Mundo marcado profundamente pelo pecado, pela mentira, passando por cima da boa fama dos outros e da retidão de caráter de homens como o Santo Padre! Veremos o que ainda haverão de inventar contra esse homem manso e reto, esse homem de consciência moral elevadíssima, que é Bento XVI. Que Deus o proteja e o livre das mãos de seus tremendos, desonestos e ímpios inimigos.