sábado, 26 de junho de 2010

A diferença de idade no namoro
Por: Dado Moura

Namorar é a maneira de identificar em alguém as qualidades que admiramos e sonhamos viver em comum na vida a dois. De modo geral, todos nós já fizemos alguma “triagem” sobre o outro, quando estávamos buscando por um(a) namorado(a). Nisso, estabelecemos pontos básicos para filtrar os possíveis pretendentes, que, de certa maneira, deveriam se enquadrar no nosso perfil e corresponder ao nosso estilo de vida. Por exemplo, a pessoa que gosta de uma vida noturna, certamente vai procurar por alguém que também aprecie esse tipo de lazer e, assim, sucessivamente.

Mas nem tudo que é importante para uma pessoa pode ser relevante para uma outra.
Quando se fala em namoro, normalmente trazemos à memória uma pessoa solteira ainda na juventude e que deseja estabelecer uma vida partilhada como casal. Mas esse desejo não é um privilégio apenas das pessoas mais jovens. Não há um limite de idade para alguém deixar de viver a troca de experiências dentro do namoro, pois sempre encontraremos pessoas mais velhas desejando encontrar a felicidade na companhia de alguém.

Embora a vivência de um relacionamento seja um direito de todos, há muita resistência por parte de algumas pessoas ao verem um casal de terceira idade namorando. Entretanto, as atenções se voltam aos casais, de maneira especial, quando a disparidade de idade entre eles corresponde a algumas dezenas de anos; independentemente, se essa diferença venha favorecer a mulher ou o homem. Qual seria a razão de uma pessoa se sentir interessada por outra mais jovem?

Sem desejar estabelecer aqui uma regra ou criar dados estatísticos, percebo que as pessoas mais velhas e solteiras buscam encontrar alguém da sua faixa etária. Para estas a maturidade e o interesse comum pelas coisas são altamente valorizados para a garantia do sucesso em seus relacionamentos. Noutro extremo há aquelas pessoas que se relacionam com um(a) namorado(a) mais jovem. Algumas moças se sentem atraídas por homens mais velhos, talvez, por terem vivido más experiências em namoros com pessoas da mesma idade. Elas se encantam com a maturidade do namorado mais velho. Nessa última comparação, muitas vezes, são homens que vêm de um casamento falido, viúvos ou separados, desejando encontrar na namorada a esposa para viver aquilo que, nem sempre, não conseguiram realizar no relacionamento anterior.

O inverso também pode acontecer, ou seja, uma mulher mais velha se interessar por um rapaz mais jovem. A vantagem que essas pessoas mais vividas levam sobre seus parceiros mais jovens está na experiência adquirida ao longo da vida. A maneira como elas veem o mundo, as suas expectativas quanto ao futuro, as descobertas realizadas e os desafios superados nos relacionamentos anteriores serão uma reprise quando o outro começar a viver as mesmas coisas.

A pessoa mais experiente deverá estar ciente da necessidade de moldar seus valores e hábitos agora na presença de alguém mais jovem, sem deixar de considerar que sua maturidade sempre estará defasada em 10, 15, 20 anos…em comparação ao outro. Pois, os interesses e o teor da conversa são diferentes, assim como a faixa etária dos amigos dos dois, as brincadeiras do convívio, por sua vez, também são peculiares à idade de cada um. Enfim, a perspectiva e a leitura que ambos fazem da vida têm outro significado, o que poderá ser motivo para gerar ciúme.

Sem tolher suas experiências e expectativas diante das descobertas próprias da idade, o casal vai precisar desenvolver a paciência para que o mais jovem amadureça diante das etapas da vida a dois, especialmente quando afloradas no desafio dos cismas próprios dos relacionamentos.

Todavia, não podemos julgar que um relacionamento com tais características seja   impossível de dar certo. Percebemos que nesse “mix” de exemplos, os critérios que fazem alguém se interessar pelo outro são diferentes no grau de relevância. Seja qual for a escolha, há sempre a necessidade de estar ciente das exigências e das possíveis complexidades que uma diferença de idade poderá trazer para a vida do casal. Quanto maiores são as diferenças tanto maiores serão as renúncias, pois ainda que as pessoas mais velhas acreditem ser tão ativas quanto o(a) namorado(a) mais jovem, elas não poderão negar que são a idade que têm, tampouco poderão reduzir os números de anos com o passar do tempo.

Um abraço

Dado Moura

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A força dos cenáculos na evangelização

Vamos meditar o Evangelho de São Marcos 16,9ss.

A missão da Obra de Maria é evangelizar de todas as formas com alegria. Testemunhamos que esses 20 anos é uma caminhada de fé, e para que essa caminhada possa ser vivida no dia a dia precisamos nos pautar em algumas pistas que Jesus no dá pela Palavra.

Jesus não está morto, Ele está vivo! Muitas vezes nos colocamos como se Jesus estivesse morto. Hoje muitos de nossos amigos, estão tristes e chorosos, muitos de nossas famílias também. Como os discípulos que pensavam que Jesus estava morto, mas Jesus os surpreendeu. Quem prevê calamidades sofre duas vezes. Parece que para os discípulos não tinha mais solução.

O que é a Boa Nova, senão saber que Jesus está vivo e continua operante. Os milagres de hoje confirmam que Jesus continua fazendo milagres. Mas o milagre se dá por dois caminhos, você precisa levar a sua água para que Jesus transforme em vinho.

Uma grande parte do rebanho de Cristo está sendo devorado, o rebanho precisa ser buscado de volta. Muitas vezes ficamos em nossas paróquias esperando que o povo venha, mas não vamos atrás, e quando a pessoa vem ainda não é bem acolhida. E vendo esse povo vai embora e não volta, surge o desejo de ir em busca. Não podemos ficar esperando que o povo venha a igreja, mas a Igreja diz: “Vamos ao encontro dessas pessoas e levá-las a Jesus”.

Se não tivermos experiência com Jesus nunca poderemos falar com autoridade sobre Ele. Ter experiência com Jesus exige de nós atitude. Na nossa fraqueza podemos pedir o auxílio do Espírito Santo para que Ele haja em nós para os da nossa casa.

"Se não tivermos experiência com Jesus nunca poderemos falar com autoridade sobre Ele"


Eu devorei “O documento de Aparecida”. O parágrafo 226 diz que precisamos levar às pessoas a uma experiência querigmática. E o que fazer? Tenha fé em Jesus, mas sozinho você não conseguirá, peça ao Espírito Santo. É preciso testemunhar e não só falar.

Através do cenáculo levamos o Espírito Santo às pessoas. Jesus está vivo e continua operante. As lágrimas que você está derramando, Jesus está vendo. Talvez seu esposo esteja lhe traindo, mas viva a experiência com Jesus e você vai ver a libertação de seu marido. Jesus está vivo e operante!

“Nossos fiéis procuram comunidades cristãs onde são acolhidos e valorizados” (DA). Quando nos sentimos amados somos capazes de dar a vida.


No cenáculo temos o momento de partilhar a Palavra, e ajudamos as pessoas a entenderem a Palavra. Não podemos censurar, mas devemos ajudar as pessoas entenderem.

“Os fiéis precisam aprofundar no conhecimento da Palavra de Deus” (DA). Como falar de Jesus se não O conheço?

Ser católico é muito mais que ir a Missa, é atualizar o sacrifício. A Missa termina e começa nossa missão. É preciso ter compromisso missionário.

O cenáculo vai até a casa daqueles que perderam o encanto de ser católico. Mas não espere a Obra de Maria ir a sua casa para fazer o cenáculo, faça você mesmo. É simples! É necessário o Terço e a Bíblia e o Espírito Santo agirá na sua família.
Vitória de Deus, nossa vitória.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14) que verdade sublime! Deus se fez homem! Você já parou para pensar que Deus escolheu ter um coração, uma Mãe, uma educação...? Etc. é como se o maior Rei de todos os tempos, por amor ao povo, deixasse toda sua riqueza e gloria para se tornar servo, e não bastando tamanho ato de amor, este mesmo Rei, agora servo, dá sua própria vida por todo povo. O que nos resta diante de tamanho amor? Afirmar que não existe um amor que ultrapasse o amor que Deus tem por seu povo. “Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes me pergunto: Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!” (Sl 8, 4-10)

Meditando a paixão, morte e ressurreição de Jesus podemos afirmar que nossos sofrimentos nada são diante de tamanha entrega, pois ele foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 5), esta verdade não significa que estamos isentos do sofrimento, pois o próprio Cristo nos disse: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33). Neste mundo teremos aflições, mas Cristo, levando sobre si nossas dores, tornou nossos fardos e nossas cruzes mais leves, Ele, o Bom Pastor, nos ajuda em todo caminho. Por isso “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” (Rm 8, 18). Não há dor que Deus não possa transformar em alegria. Quando os apóstolos estavam na barca e sobreveio uma forte tempestade, o desespero tomou os corações daqueles que caminhavam com o filho de Davi (Mt 8, 24-26). Isto acontece conosco também, no momento da tempestade. Na fúria do mar, nos desesperamos, ou seja, deixamos de esperar, esquecemos de tudo que o Mestre nos alertou, esquecemos que Ele está no nosso barco e que, com apenas uma palavra, Ele pode calar o vento, acalmar o mar, pois é Dele a palavra final. Por isso continue lutando. “Não temas nada, homem de predileção! Que a paz esteja contigo! Coragem, coragem! Enquanto ele me falava senti-me reanimado. Fala, meu senhor, disse, pois tu me restituíste as minhas forças.” ( Dn 10, 19)

Você já notou que às vezes estamos envolvidos com tantos sentimentos e situações de “morte” que não conseguimos contemplar a vida que surge ao nosso redor? Não conseguimos ver a ressurreição. Foi assim com os discípulos que caminhavam rumo a Emaús (LC 24, 13-31), estavam tão cegos que não confiaram no testemunho das mulheres que haviam visto o ressuscitado; a tristeza tomou os corações daqueles discípulos a ponto deles não enxergarem o ressuscitado que caminhava com eles. Com a gente também é assim; quando os dias estão tranqüilos, conseguimos enxergar a mão de Deus em tudo, mas basta um pequeno problema para duvidarmos da presença de Cristo caminhando conosco. Aquele que venceu a morte nos disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (MT 28, 20). Ele está contigo! Não temas! Sua vitória sobre a morte nos testifica que a cruz não é o fim. Aos nossos olhos a cruz seria o fim, mas Jesus fez da cruz um começo. Creia que a cruz que você carrega hoje, no tempo certo, dará lugar a uma nova historia, um novo recomeço. “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (I COR 12, 9)

Portanto, celebre a ressurreição todos os dias! Continue vivendo a páscoa! Que este mistério tão glorioso não tenha sido apenas um momento passageiro; que você não se lembre que Cristo ressuscitou apenas no tempo pascal. No tempo comum, natal ou advento, até mesmo na quaresma, não podemos esquecer que nossa esperança morreu e ressuscitou no terceiro dia. Sempre que possível medite sobre a paixão, morte e ressurreição do nosso Senhor, pois não existe uma historia de amor mais bela, e não se esqueça de perceber que há vida ao seu redor. Preste mais atenção nas flores, no sorriso das crianças... Retire do seu coração esses sentimentos que levam à morte. Cristo ressuscitou, ressuscite com Ele! Afinal a vitória de Deus é a nossa vitória.

Colaborou:
José Carlos Silva, Seminarista. “Omnia tempus habent” (Para tudo há um tempo)

domingo, 20 de junho de 2010

 CEBs, Igreja e Política -  2010

Cardeal Eugenio de Araujo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

A propósito da realização no próximo dia 07 de agosto, em Natal, Rio Grande do Norte, do 2º Encontro de integrantes do então Movimento de Natal, recordo-me de duas iniciativas deste trabalho que, na década de 50, impulsionaram o surgimento das Comunidades de Base no Brasil: a experiência da cidade de São Paulo do Potengi com a criação de núcleos de comunidades para o cultivo da vida cristã e a de educação pelo rádio. Através desse veículo, as comunidades se reuniam para participar da Missa onde o sacerdote não podia estar presente e a alfabetização era empreendida como um grande desafio. Iniciativas, entre outras, inspiradas pelo Espírito Santo que guia a Igreja.

À medida que se desenvolvem e crescem nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), manda a prudência cristã que haja vigilância na defesa de suas características essenciais. A eficácia desse admirável instrumento de evangelização, proporcionado pelo Espírito Santo, dependerá da preservação de sua identidade religiosa.

O fulcro sobre o qual está depositado o futuro das CEBs é a fidelidade às orientações do Magistério que governa a Igreja. Elas são parte integrante das paróquias e estas, das comunidades diocesanas que estão sob a direção dos Bispos e do Sucessor de Pedro, o Santo Padre. Qualquer procedimento discordante constitui uma traição e uma ruptura, com a separação do tronco e a supressão da seiva divina. Como está expresso no Documento de Aparecida, “as comunidades eclesiais de base, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade e a orientação de seus pastores como guia que assegura a comunhão eclesial” (nº 179).

Há perigo de desvios? Sim. Quando veio ao Brasil, o Papa João Paulo II, em 1980, deixou um documento intitulado “Mensagem aos Líderes das Comunidades Eclesiais de Base do Brasil”. Nele observava o Sucessor de Pedro: “Sublinho, também, esta eclesialidade, porque o perigo de atenuar essa dimensão, de deixá-la desaparecer em benefício de outras, não é nem irreal nem remoto. Antes, é sempre atual. É particularmente insistente o risco de intromissão do político. Esta intromissão pode dar-se na própria gênese e formação das comunidades (...). Pode dar-se também sob a forma de instrumentalização política das comunidades que haviam nascido em perspectiva eclesial” (nº 3). Tratava-se de uma advertência que não chamaria de profética, pois já existiam desvios que motivaram a paternal e firme admoestação do Romano Pontífice.

Isto foi dito há trinta anos e, ainda hoje, conserva toda a sua atualidade. Acrescente-se o que lemos no nº 58 da Carta Magna das CEBs de todo o mundo, a “Evangelii Nuntiandi”. Neste documento, com a autoridade que lhe confere o título de “Exortação Apostólica”, o Papa Paulo VI dá a legítima orientação da Igreja Católica nessa matéria.

Diante da importância dessa atividade religiosa, é dever do Bispo e de milhares de integrantes das Comunidades Eclesiais de Base zelar pela observância dos rumos dados pelo Magistério. É o que João Paulo II chamava de “uma delicada atenção e um sério e corajoso esforço para manter, em toda a sua pureza, a dimensão eclesial dessas comunidades” (idem).

Com alguma frequência, se manifesta, em certos meios, incontrolável desejo de independência face às normas que nos são ditadas pela Santa Sé. Para esses cristãos, vale mais a autonomia e a autodeterminação. Trata-se de um comportamento oposto ao verdadeiro “sentire cum Ecclesia”, “sentir com a Igreja”, que contradiz as aspirações de uma liberdade sem restrições, com um rompimento com tudo o que contraria o modo de conceber a estrutura religiosa e a atividade pastoral. Ora, se somos católicos, a obediência às leis da Igreja não é facultativa, mas obrigatória.

Não há oposição às Comunidades Eclesiais de Base, quando estas são verdadeiras. Cristo deixou uma estrutura, que é intocável. No decorrer dos tempos, adaptações no acidental foram introduzidas, mas resta inalterado o essencial. Não cabe ao fiel proclamar o que aceita ou rejeita, não é o povo de Deus que decide, mas o Espírito Santo que, embora “sopre onde quer”, jamais está em contradição consigo mesmo, Ele que dirige a obra de Cristo desde suas origens.

Nossos sofrimentos têm gerado anseios legítimos por uma nova sociedade, válida somente quando identificada com a nova civilização do amor, tantas vezes proclamada pelos últimos Santos Padres. Um socialismo em senso estrito não é solução para nossos males. A conversão das pessoas e não somente das estruturas sociais é o caminho evangélico.Nessa mesma linha corre-se o risco de infiltração partidária nas Comunidades Eclesiais de Base. No entanto, formar os leigos para levarem às agremiações políticas o fermento da doutrina cristã é missão das CEBs.

Uma outra fonte de contradição é a falsa interpretação da Sagrada Escritura. O Santo Padre nos adverte que as CEBs devem receber da Igreja a “reta interpretação da Revelação divina na Bíblia e na Tradição, os meios de salvação, as normas de comportamento moral, a vida de oração, a liturgia etc.” (idem, nº 4).

Eis alguns pontos, entre outros, que pedem nossa atenção. Um exame do que vemos e ouvimos, a ser comparado com o que caracteriza uma verdadeira Comunidade Eclesial de Base. Com coragem, devemos “conservar intacta a sua dimensão eclesial, não obstante tendências ou impulsos que venham do Exterior ou do próprio País, num sentido diverso” (idem, nº 3). As palavras deixadas por João Paulo II nos orientam para discernir o certo do errado, dentro do que se afirma ser Comunidade Eclesial de Base.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Evangelho é miséricordia; o mundo é cruel 
Se perdermos a misericórdia, o mundo nos terá vencido

A marca central e constante pregada por Jesus, presente em todas as páginas do Evangelho, é a misericórdia. Tirá-la dos ensinamentos do Senhor seria como tirar o combustível do automóvel.
Mas, o mundo não é misericordioso. O mundo é cruel!
Enquanto a misericórdia ensina a estender a mão ao fraco e ao pobre, a crueldade delicia-se com a miséria, os erros e os pecados de quem errou.
Por nada Jesus não teria dito: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós” ( Jo 15,18). O mundo guia-se pelo “espírito de urubu”: quanto maior a carniça, a sujeira, tanto maior a festa!
Mas, o cristão precisa ser diferente. Se perdermos a misericórdia e passarmos também à crueldade, o mundo nos terá vencido. Mas, diferentemente, se formos cada vez mais misericordiosos com os outros e com nossos próprios erros, venceremos.
Por maior que seja a carniça, um dia, ela acaba e, então, os corvos se dispersam. Mas onde há o amor e a misericórdia é exatamente o inverso: muitos vão se achegando. Até aqueles acostumados com a crueldade dar-se-ão conta de que a misericórdia “cheira melhor”. Ela pode até não aparecer tão bem "empacotada", mas, que tem um conteúdo diferenciado, tem.
De que lado costumo, seguidamente, me posicionar: ao lado da crueldade do mundo ou da eterna e infinita misericórdia pregada por Jesus?
Não esperemos que o mundo se torne misericordioso. Não esperemos que os outros exerçam a misericórdia que nós podemos manifestar através de nossas palavras e gestos concretos.
Quanto mais nossa misericórdia se manifestar, tanto mais a crueldade do mundo vai diminuir!
Pe. Alir Sanagiotto Ordenado sacerdote em 19/09/87, é membro da Congregação dos padres do Sagrado Coração de Jesus. Dedica-se de forma preferencial na escuta, no aconselhamento e no trabalho psicoespiritual dos fiéis.
Homilia de Bento XVI no encerramento do Ano Sacerdotal

Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos no ministério sacerdotal,

Queridos irmãos e irmãs,

O Ano Sacerdotal que celebramos, 150 anos depois da morte do santo Cura d'Ars, modelo do ministério sacerdotal em nossos dias, chega ao seu fim. Nos deixamos guiar pelo Cura d'Ars para compreender de novo a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal. O sacerdote não é simplesmente alguém que detém um ofício, como aqueles de que toda a sociedade necessita, para que possam se cumprir nela certas funções. Ao contrário, o sacerdote faz o que nenhum ser humano pode fazer por si mesmo: pronunciar em nome de Cristo a palavra de absolvição de nossos pecados, transformando assim, a partir de Deus, a situação de nossa vida. Pronuncia sobre as oferendas do pão e do vinho as palavras de ação de graças de Cristo, que são palavras de transubstanciação, palavras que tornam presente a Ele mesmo, o Ressuscitado, seu Corpo e seu sangue, transformando assim os elementos do mundo; são palavras que abrem o mundo a Deus e o unem a Ele. Portanto, o sacerdócio não é um simples "ofício", mas sim um sacramento: Deus se vale de um homem com suas limitações para estar, através dele, presente entre os homens e atuar em seu favor. Esta audácia de Deus, que se abandona nas mãos dos seres humanos; que, embora conhecendo nossas debilidades, considera aos homens capazes de atuar e apresentar-se em seu lugar, esta audácia de Deus é realmente a maior grandeza que se oculta na palavra "sacerdócio". Que Deus nos considere capazes disso; que, por isso, chame a seu serviço a homens e, assim, una-se a eles a partir de dentro, isso é o que quisemos novamente considerar e compreender durante esse Ano. Queríamos despertar a alegria de que Deus esteja tão próximo a nós, e a gratuidade pelo fato de que Ele se confie a nossa debilidade; que Ele nos guie e nos ajude dia após dia. Queríamos também, assim, ensinar de novo aos jovens que esta vocação, esta comunhão de serviço por Deus e com Deus, existe; mais ainda, que Deus está esperando nosso "sim". Junto com a Igreja, quisemos destacar novamente que temos que pedir a Deus esta vocação. Peçamos trabalhadores para a messe de Deus, e esta oração a Deus é, ao mesmo tempo, um chamamento de Deus ao coração dos jovens que se consideram capazes disso mesmo para o que Deus os considera capazes. Era de se esperar que ao "inimigo" não fosse prazeroso perceber que o sacerdócio brilhara novamente; ele teria preferido vê-lo desaparecer, para que, ao final, Deus fosse retirado do mundo. E assim ocorreu que, precisamente neste ano de alegria pelo sacramento do sacerdócio, vieram à luz os pecados dos sacerdotes, sobretudo o abuso de crianças, no qual o sacerdócio, que leva a cabo a solicitude de Deus pelo bem do homem, converte-se no contrário. Também nós pedimos perdão insistentemente a Deus e às pessoas afetadas, enquanto prometemos que desejamos fazer todo o possível para que semelhante abuso não volte a acontecer jamais; que na admissão ao ministério sacerdotal e na formação que prepara ao mesmo faremos todo o possível para examinar a autenticidade da vocação; e que queremos acompanhar ainda mais aos sacerdotes em seu caminho, para que o Senhor os proteja e os guarde nas situações dolorosas e nos perigos da vida. Se o Ano Sacerdotal tivesse sido uma glorificação de nossas conquistas humanas pessoais, teria sido destruído por esses acontecimentos. Mas, para nós, tratava-se precisamente do contrário, de sentir-nos agradecidos pelo dom de Deus, um dom que se leva em "vasos de barro", e que vez por outra, através de toda a debilidade humana, torna visível seu amor no mundo. Assim, consideramos o acontecido como uma tarefa de purificação, uma missão que nos acompanha em direção ao futuro e que nos faz reconhecer e amar mais ainda o grande dom de Deus. Deste modo, o dom converte-se no compromisso de responder ao valor e a humildade de Deus com nosso valor e nossa humildade. A palavra de Cristo, que entoamos como canto de entrada na liturgia de hoje, pode dizer-nos neste momento o que significa fazer-se e ser sacerdote: "Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração" (Mt 11, 29).

Celebramos a festa do Sagrado Coração de Jesus e com a liturgia lançamos um olhar, por assim dizer, dentro do coração de Jesus, que ao morrer foi transpassado pela lança do soldado romano. Sim, seu coração está aberto por nós e diante de nós; e, com isso, nos abriu o coração do próprio Deus. A liturgia interpreta para nós a linguagem do coração de Jesus, que fala, sobretudo, de Deus como pastor dos homens, e assim nos manifesta o sacerdócio de Jesus, que está arraigado no íntimo de seu coração; deste modo, nos indica o perene fundamento, assim como o critério válido de todo o ministério sacerdotal, que deve estar sempre no coração de Jesus e ser vivido a partir d'Ele. Gostaria de meditar hoje, sobretudo, os textos com os que a Igreja orante responde à Palavra de Deus proclamada nas leituras. Nesses cantos, palavra e resposta se compenetram. Por um lado, estão cheios da Palavra de Deus, mas por outro, são já ao mesmo tempo a resposta do homem a tal Palavra, resposta na qual a Palavra mesma comunica-se e entra em nossa vida. O mais importante desses textos na liturgia de hoje é o Salmo 23 (22) - "O Senhor é meu pastor" -, no qual o Israel orante acolhe a autorrevelação de Deus como pastor, fazendo disso a orientação para sua própria vida. "O Senhor é meu pastor, nada me falta". Nesse primeiro versículo expressam-se alegria e gratuidade porque Deus está presente e cuida do homem. A leitura tomada do Livro de Ezequiel começa com o mesmo tema: "Vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas" (Ez 34, 11). Deus cuida pessoalmente de mim, de nós, da humanidade. Não me deixou sozinho, extraviado no universo e em uma sociedade ante a qual sente-se cada vez mais desorientado. Ele cuida de mim. Não é um Deus distante, para quem minha vida não conta quase nada. As religiões do mundo, pelo que podemos perceber, souberam sempre que, em última análise, somente há um Deus. Mas este Deus era distante. Abandonava aparentemente o mundo a outras potências e forças, a outras divindades. Teria que chegar a um acordo com esses elementos. O Deus único era bom, mas distante. Não constituía um perigo, mas tampouco oferecia ajuda. Portanto, não era necessário ocupar-se d'Ele. Ele não dominava. Estranhamente, essa ideia ressurgiu na Ilustração. Aceitava-se, não obstante, que o mundo pressupõe um Criador. Esse Deus, no entanto, teria construído o mundo, para depois retirar-se dele. Agora o mundo tem um conjunto de leis próprias segundo as quais se desenvolve, e nas quais Deus não intervém, não pode intervir. Deus é somente uma origem remota. Muitos, quem sabe, tampouco desejassem que Deus se preocupasse com eles. Não desejariam que Deus lhes incomodasse. Mas ali onde a proximidade do amor de Deus percebe-se como incômodo, o ser humano sente-se mal. É belo e consolador saber que há uma pessoa que me quer e cuida de mim. Mas é muito mais decisivo que exista esse Deus que me conhece, me quer e se preocupa comigo. "Eu conheço minhas ovelhas e elas conhecem a mim" (Jo 10, 14), diz a Igreja antes do Evangelho com uma palavra do Senhor. Deus me conhece, preocupa-se comigo. Esse pensamento deveria proporcionar-nos realmente alegria. Deixemos que penetre intensamente em nosso interior. Nesse momento compreendemos também o que significa: Deus quer que nós, como sacerdotes, em um pequeno ponto da história, compartilhemos suas preocupações pelos homens. Como sacerdotes, queremos ser pessoas que, em comunhão com seu amor pelos homens, cuidemos deles, lhes façamos experimentar em concreto esta atenção de Deus. E, pelo que se refere ao âmbito do que se lhe confia, o sacerdote, juntamente com o Senhor, deveria poder dizer: "Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem". "Conhecer", no sentido da Sagrada Escritura, nunca é somente um saber exterior, como quando se conhece o número telefônico de uma pessoa. "Conhecer" significa estar interiormente próximo do outro. Querer-lhe. Nós deveríamos tratar de "conhecer" aos homens da parte de Deus e com vistas a Deus; deveríamos tratar de caminhar com eles na via da amizade com Deus.

Voltemos ao Salmo. Ali se diz: "Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo" (Sl 23 [22], 3s). O pastor mostra o caminho correto àqueles que lhe estão confiados. Os precede e guia. Digamos-lo de outro modo: o Senhor nos mostra como realiza-se de modo correto nosso ser homens. Ensina-nos a arte de ser pessoa. Que devo fazer para não arruinar-me, para não desperdiçar minha vida com a falta de sentido? Com efeito, esta é a pergunta que todo o homem deseja fazer a si mesmo e que serve para qualquer período da vida. Quantas trevas há no entorno dessa pergunta em nosso tempo! Sempre retorna à nossa mente a palavra de Jesus, que tinha compaixão pelo homens, porque estavam como ovelhas sem pastor. Senhor, tende piedade também de nós. Mostra-nos o caminho. Sabemos pelo Evangelho que Ele é o caminho. Viver com Cristo, segui-lo, isso significa encontrar o caminho correto, para que nossa vida tenha sentido e para que um dia possamos dizer: "Sim, viver foi algo bom". O povo de Israel estava e está agradecido a Deus, porque mostrou nos mandamentos o caminho da vida. O grande salmo 119 (118) é uma expressão de alegria por este fato: nós não andamos tateando na obscuridade. Deus nos mostrou qual é o caminho, como podemos caminhar de maneira correta. A vida de Jesus é uma síntese e um modelo vivo do que afirmam os mandamentos. Assim, compreendemos que essas normas de Deus não são cadeias, mas o caminho que Ele nos indica. Podemos estar alegres por elas e porque em Cristo estão ante nós como uma realidade vivida. Ele mesmo nos faz felizes. Caminhando junto a Cristo temos a experiência da alegria da Revelação, e como sacerdotes devemos comunicar às pessoas a alegria de que nos tenha mostrado o caminho correto.

Depois vem uma palavra referida ao "vale escuro", através do qual o Senhor guia o homem. O caminho de cada um de nós nos levará um dia ao vale escuro da morte, ao qual ninguém pode nos acompanhar. E Ele estará ali. Cristo mesmo descendeu à noite escura da morte. Tampouco ali nos abandona. Também ali nos guia. "Se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também", diz o Salmo 139 (138). Sim, tu estás presente também na última fadiga, e assim o salmo responsorial pode dizer: também ali, no vale escuro, nada temo. No entanto, falando do vale escuro, podemos pensar também nos vales escuros das tentações, do desalento, da provação, que toda pessoa humana deve atravessar. Também nestes vales tenebrosos da vida Ele está ali. Senhor, nas trevas da tentação, nas horas das trevas, em que todas as luzes parecem apagar-se, mostra-me que tu estás ali. Ajuda-nos a nós, sacerdotes, para que possamos estar junto às pessoas que, nessas noite escuras, nos foram confiadas, para que possamos mostrar-lhes tua luz.

"Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo": o pastor necessita do bordão contra os animais selvagens que querem atacar o rebanho; contra os salteadores que buscam sua vítima. Junto ao bordão está o báculo, que sustenta e ajuda a atravessar os lugares difíceis. Esses dois elementos entram dentro do mistério da Igreja, do mistério do sacerdote. Também a Igreja deve usar o bordão do pastor, o bordão com o qual protege a fé dos farsantes, contra as orientações que são, na realidade, desorientações. Com efeito, o uso do bordão pode ser um serviço de amor. Hoje vemos que não se trata de amor, quando se toleram comportamento indignos da vida sacerdotal. Como tampouco trata-se de amor se deixa-se proliferar a heresia, a tergiversação e a destruição da fé, como se nós inventássemos a fé autonomamente. Como se já não fosse um dom de Deus, a pérola preciosa que não deixamos que nos arranquem. Ao mesmo tempo, no entanto, o bordão continuamente deve transformar-se em báculo do pastor, báculo que ajude aos homens a poder caminhar por caminhos difíceis e seguir a Cristo.

Ao final do salmo, fala-se da mesa preparada, do perfume com que se unge a cabeça, da taça que transborda, do habitar na casa do Senhor. No salmo, isso mostra sobretudo a perspectiva da alegria pela festa de estar com Deus no templo, de ser hospedado e servido pelo mesmo, de poder habitar em sua casa. Para nós, que rezamos este salmo com Cristo e com seu Corpo que é a Igreja, esta perspectiva de esperança adquiriu uma amplitude e profundidade todavia ainda maior. Vemos nessa palavras, por assim dizer, uma antecipação profética do mistério da Eucaristia, na qual Deus mesmo nos convida e se nos oferece como alimento, como aquele pão e aquele vinho maravilhoso que são a única resposta última à fome e à sede interior do homem. Como não alegrarmo-nos de estarmos convidados cada dia à mesa de Deus e a a habitar em sua casa? Como não estarmos alegres por termos recebido d'Ele este mandado: "Fazei isto em memória de mim"? Alegres porque Ele nos permitiu preparar a mesa de Deus para os homens, oferecer-lhes seu Corpo e seu Sangue, oferecer-lhes o dom precioso de sua própria presença. Sim, podemos rezar juntos com todo o coração as palavras do salmo: "A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida" (23 [22], 6).

Por último, vejamos brevemente os dois cantos de comunhão sugeridos hoje pela Igreja em sua liturgia. Antes de tudo, está a palavra com a qual São João conclui o relato da crucificação de Jesus: "um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água" (Jo 19, 34). O coração de Jesus é transpassado pela lança. Abre-se, e converte-se em uma fonte: a água e o sangue que manam aludem aos dois sacramentos fundamentais dos que vive a Igreja: o Batismo e a Eucaristia. Do lado transpassado do Senhor, de seu coração aberto, brota a fonte viva que mana ao longo dos séculos e edifica a Igreja. O coração aberto é fonte de um novo rio de vida; neste contexto, João certamente pensou também na profecia de Ezequiel, que vê manar do novo templo um rio que proporciona fecundidade e vida (Ez 47): Jesus mesmo é o novo templo, e seu coração aberto é a fonte da qual brota um rio de vida nova, que se nos comunica no Batismo e na Eucaristia.

A liturgia da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, no entanto, prevê como canto de comunhão outra palavra, semelhante a essa, extraída do evangelho de João: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva" (cf. Jo 7 ,37s). Na fé bebemos, por assim dizer, da água viva da Palavra de Deus. Assim, o crente converte-se ele mesmo em uma fonte, que dá água viva à terra ressequida da história. O vemos nos santos. O vemos em Maria que, como grande mulher de fé e de amor, converteu-se ao longo dos séculos em fonte de fé, amor e vida. Cada cristão e cada sacerdote deveriam transformar-se, a partir de Cristo, em fonte que comunica vida aos demais. Deveríamos dar a água da vida a um mundo sedento. Senhor, vos damos graças porque nos abriu vosso coração; porque em vossa morte e ressurreição vos converteste em fonte de vida. Faz que sejamos pessoas vivas, vivas por tua fonte, e dá-nos ser também nós fonte, de maneira que possamos dar água viva a nosso tempo. Te agradecemos a graça do ministério sacerdotal. Senhor, abençoai-nos e abençoai a todos os homens deste tempo que estão sedentos e buscando. Amém!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Corpo de Irmã Dulce permanece intacto após 18 anos


Ao ser exumado, em Salvador, no dia 27 de maio, o corpo de Irmã Dulce surpreendeu os membros da comissão da Igreja Católica que acompanhavam o processo. Mesmo após 18 anos da morte da religiosa, o seu corpo estava mumificado e as suas roupas, preservadas. A exumação do corpo da bahiana é a última etapa para a proclamação da freira como beata pelo papa Bento XVI.


São chamados de incorruptos, os corpos de santos e beatos, que por definição possuiriam a propriedade miraculosa de não se decompor após a morte, sem que tenham sido usados métodos de embalsamento sobre eles.

O Arcebispo de Salvador, Dom Geraldo Majela nomeou o frei Ruy Lopes como delegado para acompanhar o caso. O frei adotou uma postura ponderada para tratar do fenômeno, explicando que, a principio, foi algo natural.

Em Salvador os fiéis participaram de uma vigília às relíquias de Irmã Dulce, antes da beatificação. O corpo da religiosa seguiu em procissão da Capela de Santo Antônio, onde estava enterrada, até a Igreja da Imaculada Conceição. A visitação ao corpo começou na terça- feira, 8 de junho.

No Vaticano

A Congregação das Causas dos Santos anunciou no ano passado por unanimidade, o voto favorável para que Irmã Dulce se tornasse venerável.

Diz um trecho do voto: “A sua vida foi uma confissão do primado de Deus e da grandeza do homem filho de Deus, até mesmo onde a imagem divina parece obscurecida, degradada e humilhada”.
A expectativa da Igreja é de que o anuncio da beatificação da Irmã seja feita ainda esse ano.

História de Irmã Dulce

Batizada como Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, Irmã Dulce notabilizou-se por suas obras religiosas e de assistência aos pobres e necessitados. Desde os treze anos de idade, começou a ajudar mendigos e enfermos.

Em 1932, depois de se formar, entrou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe. Após seis meses de noviciado, tomou o hábito de freira. No dia 15 de agosto de 1934, ela fez sua profissão de fé e voltou à Bahia. Desde então, dedicou toda a sua vida à caridade.

Irmã Dulce começou sua obra ocupando um barracão abandonado para abrigar mendigos. Devido ao trabalho com idosos, doentes, pobres e crianças carentes, recebeu a visita de Papa João Paulo II, quando esse esteve no Brasil.

Entre os estabelecimentos que Irmã Dulce fundou estão o Hospital Santo Antônio, com capacidade para atender 700 pacientes e 200 casos ambulatoriais e o Centro Educacional Santo Antônio, instalado em Simões Filho, que abriga mais de 300 crianças de 3 a 17 anos.

Em 11 de novembro de 1990, Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios. Em 20 de outubro de 1991, a religiosa recebeu em seu leito a visita do Papa João Paulo II. Irmã Dulce morreu aos 77 anos, no dia 13 de março de 1992. Seu corpo foi sepultado na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antonio, centro das Obras Assistenciais Irmã Dulce.
“O Dom do Sacerdócio”: dia de retiro em Roma

Desde terça-feira, 8 de junho, muitos sacerdotes participam, na área ao redor da Basílica de São João de Latrão, em Roma, das atividades que marcam o encerramento do Ano Sacerdotal, convocado por Bento XVI.

Realizou-se, nessa Basílica, Catedral de Roma, o dia de retiro com o tema “O dom do sacerdócio”, organizado em conjunto pelo Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (ICCRS) com a Fraternidade Católica das Comunidades de Vida e Aliança (Catholic Fraternity). O objetivo do encontro era colocar em evidência o dom que é o sacerdote para a Igreja e a necessária colaboração entre os presbíteros e os leigos comprometidos com o anúncio do Evangelho.

Com a presença numerosa de sacerdotes e também de bispos, vindos dos cinco continentes, o evento contou com a participação do Secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza, que conduziu um momento de Adoração Eucarística. O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, foi quem celebrou a Eucaristia de encerramento do retiro. Estavam também presentes no encontro alguns membros e consultores do Pontifício Conselho para os Leigos, entre eles o brasileiro Moysés Azevedo.

Entre os participantes, muitos sacerdotes brasileiros, diocesanos, religiosos e vários integrantes de Comunidades Novas nascidas no Brasil como Shalom, Canção Nova, Doce Mãe de Deus, entre outras comunidades que brotaram de experiências espirituais da Renovação Carismática Católica.

Na homilia da Missa de encerramento do retiro, o Cardeal Turkson destacou que os sacerdotes precisam “continuamente receber do Senhor, porque só podem dar ao povo, aquilo que recebem de Deus”.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Uma resposta consciente aos casos de pedofilia 
Rezemos pelos nossos sacerdotes

No próximo dia 11 de junho, Festa do Sagrado Coração de Jesus, muitos sacerdotes do mundo inteiro, inclusive a maioria dos padres da Canção Nova, estarão em Roma num retiro no qual acontecerá a conclusão do Ano Sacerdotal, promulgado pelo Papa Bento XVI, cujo tema é: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote”. Como falar de fidelidade e da riqueza desta vocação e destes homens em tempos nos quais os acontecimentos e a mídia têm nos bombardeado de notícias que chocam os nossos corações e colocam em descrédito a credibilidade destes que deveriam nos orientar e ser modelos de fé, de moral e atitudes. Como digerir todos esses acontecimentos e ter uma visão crítica e verdadeira da situação? Como dar uma resposta consciente para tudo isso?

Pois bem, a primeira coisa que eu gostaria de dizer como Sacerdote é que nós trazemos em nós um desejo muito grande de vencer as nossas fragilidades e pecados e somos limitados como qualquer outro que foi escolhido pelo Senhor a uma vocação sublime e que apesar deste selo divino, que é o Sacramento da Ordem, estamos propensos em nossa humanidade a errar. Mas isso não justifica e muito menos tira de nós a responsabilidade pela nossa vocação à santidade e missão de ensinar, santificar e guiar a porção do povo que Deus nos confiou; e tampouco podemos generalizar essa situação, como se fosse um problema exclusivamente dos sacerdotes e da Igreja, desviando o olhar para o miolo do problema social dos nossos tempos. Eu mesmo fico consternado ao assistir as notícias, fico indignado pela vítima e pelo sacerdote, me coloco no lugar dos dois e fico pensando o que está por trás da notícia, qual verdade ela me traz e qual o real problema sobre o qual ela quer que nós reflitamos e busquemos a melhor saída?


A pedofilia não é só praticada por alguns padres. Isso não tem nada a ver com o fato de sua opção de não se casarem, muito menos pelo celibato, que nunca foi uma imposição da Igreja, mas uma opção livre e motivada por um Amor maior, que se entrega pelo bem e salvação do outro. Infelizmente, esses casos que nos impressionam tanto fazem parte da vida de muitos casados, pais, avôs, tios, primos, vizinhos, padrastos, e estão na escola, na balada, nos clubes e, infelizmente, a maioria desses casos ocorre dentro de casa. A nossa sociedade, que passou pela revolução sexual e hoje faz do sexo um grande mercado do dinheiro e da diversão, mascara ou não quer encarar os erros de suas escolhas e tenta jogar a culpa naqueles [sacerdotes, entre outros] ou na Igreja, os únicos a sempre defender o valor da vida, da castidade, da liberdade e do amor.

Li no blog de um sacerdote bem conhecido de todos nós, o padre Joãozinho do Sagrado Coração de Jesus: Já parou para pensar quantos padres existem no Brasil? Hoje (maio de 2010) temos 18 mil padres no Brasil. E mais de 100 milhões de fiéis. Isso significa que cada padre tem que atender a mais de 5.555 fiéis. Alguns são idosos, outros doentes, e certamente não conseguem atender cinco mil pessoas. Imagino que cada padre, em plena forma, deva dar conta de ao menos 10.000 fiéis. É um rebanho considerável. Pense, por exemplo, se todos resolvessem seguir a orientação oficial da Igreja e quisessem se confessar ao menos uma vez por ano. Cada dia o sacerdote teria que atender 27 pessoas. Se cada atendimento (bem feito) durasse 20 minutos ele passaria cerca de 10 horas no confessionário… todo dia… de segunda a segunda.

Agora faça essa conta comigo: - 10% de 18 mil padres = 1.800 padres; - 1% de 18 mil padres = 180 padres; - 0,1% de 18 mil padres = 18 padres; - 0,01% de 18 mil padres = 1,8 padres.

Quantos padres você conhece com problemas? Mas quantos sacerdotes, que gastam a vida, são fiéis e servos do Evangelho, da Igreja e do povo de Deus, incansáveis nos atendimentos, nas pregações e no exercício da caridade. Lembro-me do padre Jessé Torres, o que ele fez comigo nunca mais eu vou esquecer, preparou-me para minha Primeira Comunhão, ensinou o meu coração a rezar, a falar com Deus, ouviu inúmeras confissões, meus pecados e fraquezas, mesmo conhecendo o meu pior ele me respeitava e continuava acreditando em mim. Foi ele que, com sua santidade e coerência de vida, incentivou e motivou a minha vocação.

É preciso mesmo enfrentar esse problema, sem sensacionalismo, investigar e discernir e ficar sempre com o que é bom e verdadeiro. Estes dias eu li, na Zenit, esta notícia, que não foi veiculada pelos meios de comunicação: "Sacerdote morre tentando salvar jovens de afogamento".


GOA, segunda-feira, 17 de maio de 2010 (ZENIT.org). - Um sacerdote morreu na praia de Galgibaga, Índia, tentando salvar três jovens do afogamento, na semana passada.

O Pe. Thomas Remedios Fernandes de 37 anos, vigário da paróquia de Jesus, Maria e José estava com um grupo da paróquia que comemorava um dia de convivência na praia, segundo informou a agência Cathnewsindia. Não hesitou em lançar-se ao mar revolto para socorrer três jovens que gritavam por socorro.


O presbítero conseguiu salvar os três - uma jovem e dois rapazes de idades entre 17 e 19 anos -, mas enquanto salvava o terceiro, sofreu um ataque cardíaco e não resistiu. O ato comoveu as mais de 60 pessoas que testemunhavam o resgate.


O sacerdote recebeu assistência no local e foi levado ao hospital, onde os médicos constataram sua morte. Os três jovens resgatados receberam os primeiros-socorros e passam bem. Na comunidade católica de Goa vive-se a perda do sacerdote com dor, mas também com admiração e esperança: "Foi um pastor que deu a vida por suas ovelhas - comenta-se. Neste Ano Sacerdotal, é um exemplo e testemunho para todos os sacerdotes”.

Eu não poderia deixar que somente 60 pessoas tomassem conhecimento deste lindo testemunho de um sacerdote jovem, que deu a vida por suas ovelhas. Vamos abrir os nossos olhos e o nosso coração. E os padres que você conhece? Quais as suas experiências com o sacerdote de sua paróquia? Rezemos pelos nossos sacerdotes para que o Senhor lhes dê a graça da fidelidade.

Padre Luizinho
"Eu acredito que é possível aos jovens experimentarem este algo novo que Jesus oferece a eles."



De 9 a 11 de junho, sacerdotes do mundo inteiro vão se encontrar com o Papa Bento XVI no Vaticano para, juntos, celebrarem o encerramento do Ano Sacerdotal. Por ocasião deste grande evento, o Portal Canção Nova traz para você a série especial “Sacerdote Amigo”. São cinco entrevistas mostrando a pessoa do sacerdote como alguém retirado do meio do povo para ser a ponte de amizade entre Deus e os homens.

Entrevistamos cinco sacerdotes e, a cada dia, um deles irá partilhar sobre sua vocação ao sacerdócio, a vivência de seu ministério, as alegrias e os desafios desse chamado; enfim, a experiência pessoal diante deste ministério que faz deles – segundo as palavras de São João Maria Vianney (o Cura d'Ars) – “um dos dons mais preciosos da misericórdia divina” para a humanidade.

Hoje, você confere a segunda entrevista: “Sacerdote, o amigo dos jovens” com o padre Roger Luís da Comunidade Canção Nova.

cancaonova.com: Padre Roger, qual a relação da sua vocação sacerdotal com a juventude?

Padre Roger Luís: Eu creio que esta relação nasceu a partir do meu encontro pessoal com Jesus no ano de 1995. Este encontro, na verdade, aconteceu num lugar “nada apropriado”: foi durante um baile funk na cidade do Rio de Janeiro. Na época, eu curtia esse tipo de baile, era usuário de drogas, estava desviado da Igreja, numa vida bem desregrada. E foi exatamente nesse meio que Jesus me fez a seguinte afirmação [em meu coração]: “Você só me procura quando você precisa!”. Por três vezes Ele me disse isso! A partir dessa afirmação, o meu coração se abriu à vida religiosa. Voltei para a casa dos meus pais (na época eu não morava com eles) e comecei a frequentar um grupo de oração da Renovação Carismática Católica [RCC]. Participando desse grupo eu fui crescendo numa vida de intimidade com Deus. Creio que foi a partir dessa experiência do meu encontro pessoal com Jesus que se deu essa minha empatia com a juventude. Os jovens são atraídos pelo meu ministério, porque, um dia, durante um baile funk, eu também fui atraído por este Jesus “jovem”, que transformou o meu coração. A partir da minha experiência, o Senhor tem me concedido a graça de poder ajudar os jovens, amando-os, e como a Canção Nova pertence à família salesiana, nós temos o exemplo de Dom Bosco, que dizia: “Basta que sejam jovens para que eu os ame”. É isso que eu vivo: eu amo os jovens! Eu acredito que é possível a eles [jovens] experimentarem este algo novo que Jesus oferece a eles. 

cancaonova.com: Naquilo que os jovens vivem hoje, qual o maior desafio que o senhor tem encontrado para evangelizá-los?

Padre Roger Luís: Meu maior desafio tem sido libertá-los deste materialismo do mundo. Este materialismo tem distanciado, especialmente os jovens, da experiência com Deus. Hoje se “materializa” tudo. As pessoas só têm os olhos voltados para essa vida, para uma supervalorização do próprio corpo (é claro que o corpo é templo do Espírito Santo e precisa ser cuidado, mas não da forma como o mundo tem mostrado). Há uma busca desenfreada pelo prazer hedonista, fazendo com que o ser humano viva nesta realidade do pecado. Existe também a questão da criminalidade, das drogas que, infelizmente, o mundo tem vivido.

"A missão do padre, como amigo do jovem, é acreditar nele"
No entanto, eu tenho feito uma experiência muito rica que tem enchido o meu coração de esperança em relação aos jovens. Recentemente, preguei num grupo de jovens a respeito da radicalidade na vivência do Evangelho. E a resposta deles foi imediata: assim como eu, que buscava nas drogas, no sexo desenfreado e em tantas outras coisas a alegria, a qual só encontrei em Jesus Cristo, aqueles jovens “caíram por terra” diante da força do Kerigma. Aqueles jovens foram “revolucionados” pela força do amor de Jesus.

Portanto, ao mesmo tempo em que é um desafio libertar o jovem desse relativismo da fé, tem sido muito gratificante ver a ação do Espírito Santo transformando a vida de tantos jovens em nosso meio.

cancaonova.com: Muitas vezes, o jovem não encontra uma referência até mesmo dentro de sua própria casa. No meio de todos esses conflitos enfrentados por ele, onde entra o papel do sacerdote na vida dele?

Padre Roger Luís: O padre entra exatamente naquilo que é o tema deste nosso podcast: “Sacerdote, o amigo dos jovens”. Ele entra nessa relação que precisa existir entre o padre e a juventude. E é necessário que o sacerdote seja o que ele é. Eu não preciso me vestir igual aos jovens (de boné, calça rasgada, etc.) para estar no meio deles! Eu atendo os meus jovens de clergyman. Afinal, eles querem me ver padre, eles me amam como padre que eu sou. Essa mentalidade de que a veste sacerdotal “distancia” o padre do jovem é uma mentira! Posso afirmar que a minha veste sacerdotal não me distancia deles, pelo contrário, ela os atrai.

E é a partir dessa atração que a gente consegue fazer um belo caminho de amizade com a juventude. Desses jovens que eu acompanho aqui em nossa diocese, 100% têm se confessado comigo. E eu estou ali, junto a eles, como um amigo que acolhe seus desabafos e dores. Por mais que eles tenham caído, esses jovens sabem que eu acredito neles, invisto neles, não desisto de suas vidas. A missão do padre, como amigo dos jovens, é não desistir deles, lutar por eles, acreditar neles. E isso não é fácil, quando um jovem (dentre esses que eu acompanho) cai, isso me dói muito! Mas eu vou atrás dele, luto por ele, e repito sempre: “Meu filho, saiba que eu continuo acreditando em você!”.
A amizade precisa chegar antes do amor



Dois jovens testemunham que decidiram namorar do jeito da Canção Nova, ou seja, aprenderam que antes de começar um relacionamento o casal precisa, em primeiro lugar, ser amigo e a partir dos laços de amizade dar passos em Deus para viver o namoro.


Ralph Batista, 20, e Tamyres Cubo, 22, fazem parte do ministério de dança do "Programa Bem da Hora" e, como muitos jovens, evangelizam através da dança e reconhecem que os grandes responsáveis por essa bênção são os sócios desta obra de Deus.


“Hoje, graças a Deus, a nossa história é firmada também pelos sócios da Canção Nova, claro, porque sem eles não haveria o ministério, não haveria o programa 'Bem da hora' e quem sabe eu nem teria conhecido a Tamy. Então eu quero agradecer a você sócio que acessa o clube.cancaonova.com e agradecer pela sua doação”, partilha o jovem.



Ralph e Tamy se conheceram na Companhia de Artes da Canção Nova e namoram há quatro anos. Em meio a tantas opções que o mundo oferece à juventude, eles fazem, dia a dia, a opção pela busca da santidade e, junto com milhares de benfeitores, lutam para que a missão de 'formar homens novos para o mundo novo' aconteça na vida de muitos outros jovens. Eles ainda adolescentes foram formados para valorizar um ao outro e em tudo colocar Deus em primeiro lugar em suas vidas. Tudo isso só acontece porque você ora, incentiva e contribui com esta obra de evangelização.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Encontro Internacional de Sacerdotes, em Roma

Nesta semana será oficialmente encerrado o Ano Sacerdotal, instituído pelo Papa Bento XVI, por ocasião dos 150 anos da morte do Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney. Desde o dia 19 de junho de 2009 toda a Igreja no mundo rezou pelo clero. O Ano Sacerdotal teve como tema: "Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote".
Na Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Arcebispo Dom Orani João Tempesta presidiu, no último sábado, 5 de junho, na Igreja de São Pedro, a Celebração de encerramento do Ano Sacerdotal, reunindo Presbíteros e seminaristas.
Já as celebrações conclusivas do Ano Sacerdotal, na Santa Sé, será do dia 9 a 11 de junho. O Papa Bento XVI convidou todos os Padres para esse encontro, e disse que a iniciativa é também uma oportunidade para os presbíteros renovarem as suas promessas sacerdotais.
Muitos sacerdotes da Arquidiocese do Rio foram para o encerramento. Já Dom Orani chegará no dia 8 de junho.
As celebrações poderão ser acompanhadas pela TV Canção Nova. Veja a programação:

Na quarta-feira, dia 9, a partir das 11 horas, você acompanha um espetáculo com testemunho de Padres e também com a presença dos Focolarinos.

Na quinta-feira, dia 10, às 15h30m acontece a Vigília na Praça de São Pedro, com testemunhos e momentos musicais. Haverá intervenções do Santo Padre Bento XVI, adoração e benção eucarística.

No último dia, 11, será transmitida a celebração da Santa Missa na “Solenidade do Sagrado Coração de Jesus”, às 5 horas, presidida pelo Santo Padre Bento XVI, na Praça de São Pedro.

domingo, 6 de junho de 2010

“Ser Padre é renunciar em favor do próximo”



Hoje o especial “Ser Padre” vai contar a história do Padre Nelson Rodrigues Rabelo, um homem simples que dedicou sua vida a Deus. Perseverança é uma característica marcante nele, que sabendo de sua vocação desde criança, só foi ordenado padre aos 52 anos. Isso porque, durante seu período no Seminário, descobriu uma doença grave e teve que intercalar os estudos com tratamento médico. Atualmente, aos 90 anos, ele é Vigário Paroquial da Igreja de Sant’Ana, no Centro, onde muitos fiéis são atraídos pelo seu dom de cura e libertação.

Todo sábado, na Capela de Sant’Ana, às 7h30m, ele celebra missa e às 8h30m inicia as orações de cura e libertação e as bençãos coletivas. Nenhuma dificuldade foi grande demais ou doença grave o bastante para afastar Padre Nelson de sua missão. Tudo ele superou e suportou em nome de Jesus Cristo.

Ele explica que percebeu sua vocação aos 14 anos, ao participar das missas. Ele é o quinto filho de uma família católica de seis irmãos, do interior de Minas Gerais, que o incentivou a seguir o sacerdócio.

Em 1936, aos 16 anos, ele ingressou no Seminário de Mariana, em Minas Gerais. Porém, depois de sete anos de estudo, começou a sentir-se muito mal devido à manifestação de uma doença chamada xistose, que era comum na época. Essa doença causa sérios problemas no baço, fígado e intestino, e o levou à paralisia temporária.

Então, Nelson foi transferido para o seminário de Belo Horizonte, onde teve acesso a medicamentos. Foi no período que esteve nesse seminário que conheceu a Congregação do Santíssimo Sacramento, na Catedral da Boa Viagem. Ele explica que sentiu o desejo de ingressar na vida consagrada e adorar a Cristo Sacramentado.

Um ano depois, mesmo sob cuidados médicos, ele foi aceito na Congregação para fazer o noviciado que o tornaria Padre religioso sacramentino. Estava já há dois anos dedicando-se a viver plenamente o mistério da Eucaristia, quando o médico constatou que seu caso tinha se agravado e que ele corria risco de vida se continuasse estudando.

- Foi um momento muito difícil, mas eu estava convicto da minha vocação e com a ajuda de Deus, persisti e permaneci na congregação como irmão leigo, disse o Padre.

Quando estava fisicamente melhor, ele se dedicou um ano para estudar Filosofia e Teologia, e no dia 17 de dezembro de 1972, aos 52 anos, foi ordenado Padre.

- Foi uma grande graça que recebi. Então fiz um pedido a Jesus Cristo: para que concedesse uma graça ou um dom para ajudar as pessoas.

Ele explica que recebeu o dom da cura e libertação. Durante muito tempo ele não foi aceito nas Paróquias por onde passou, até que foi enviado para o Rio de Janeiro, no dia 19 de abril de 1986, para fazer a administração econômica da Igreja de Sant’ana, onde até hoje exerce seu ministério e seu dom.

Para ele, ser Padre é renunciar a todas as coisas do mundo para dar sua vida pela salvação do próximo.

- Minha missão nesse mundo é salvar almas, finalizou o Padre.

* Foto: Victor Gonzalez
A Piedade Cristã


Cardeal Eugenio de Araujo Sales - Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Várias são as maneiras de revelar sentimentos como também de transmitir conceitos. Assim o símbolo é uma espécie de linguagem viva, meio de comunicação entre os homens. Sempre existiu e existirá.

Neste mês de junho, a piedade cristã dedica especial atenção ao Sagrado Coração de Jesus. No plano natural, esse órgão significa um centro, algo de essencial, cuja destruição redunda necessariamente na morte do ser criado. Além disso, ele mostra a índole do indivíduo: ódio ou amor, coragem ou covardia, vingança ou perdão. Essa concepção está subtendida quando falamos da devoção a que nos referimos. Nos domínios da Fé, descobre o extraordinário tesouro da bondade divina que é manifestada na vida do Redentor.

Nas famílias, locais de trabalho, estudo e lazer, nas cidades, cresce de forma angustiante a necessidade de ser valorizada a convivência humana, sua importância em favor do bem-estar coletivo.

Os conceitos de generosidade, dignidade, nobreza são indispensáveis ao relacionamento entre pessoas. Eles brotam de um coração bem formado, simbolizado por este órgão vital. Os maiores crimes podem ter origem em uma inteligência brilhante, jamais um caráter ilibado induz alguém ao mal.

Algum tempo atrás, foi noticiado um fato que revela o grau de insensibilidade moral e o nivelamento aos irracionais, com seus instintos mais aviltantes. Um jovem doente ameaçava jogar-se do alto de um edifício. Logo formou-se uma pequena multidão. Em um grupo, havia desaparecido os sentimentos mais nobres, pois açulava, estimulava o pobre enfermo a praticar o suicídio que, aliás, veio a acontecer. E alguns bateram palmas.

Cada um desses participantes responde, em parte, diante de Deus, por essa morte. Eles manifestaram algo de profundamente negativo. Tal ocorrência, bastante deprimente, nos deve questionar como membros desta comunidade. Faz-nos também refletir sobre esta passagem da Sagrada Escritura: “Tirarei de vosso corpo o coração de pedra e vos darei um outro de carne” (Ez 36,27). Somente assim muitos problemas poderão ser resolvidos.

No plano sobrenatural, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus abre grandes perspectivas ao crescimento religioso. São João, em seu evangelho (19,34) registra um fato que vem revelar a fonte da vida: “Um soldado transpassou o lado com a lança e no mesmo instante saiu sangue e água”.

No Antigo Testamento, Isaías (12,3) explica a origem de sua confiança e tranquilidade: “com alegria tirareis água das fontes da salvação”. Sendo esse líquido indicativo da existência e vitória sobre a morte, Ezequiel (47,9) prevê o tempo em que Deus fará jorrar torrentes capazes de garantir a sobrevivência de todos os seus filhos. Dentro desse contexto bíblico, São João, no texto acima citado, nos quer ensinar que o Redentor é o verdadeiro manancial. Pela sua crucifixão fez surgir a salvação do mundo.

Do mais íntimo do seu ser vem a manifestação do amor de Jesus. A lança abre o símbolo visível dos sentimentos que levaram o Salvador a morrer por nós. Amou-nos até ao sacrifício supremo para que vivêssemos eternamente.

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus não se limita apenas a uma parte de Seu corpo. Ela anuncia no filho da Virgem um homem concreto, vivendo em um período da História. Confessamos sua angústia, seu afeto, sua fidelidade ao plano redentor, proclamamos a raiz da Missão Salvífica. Essa prática espiritual nos introduz na profunda e incomparável intimidade do Verbo com o Pai. Cristo se doou integralmente. A obediência que O levou ao Calvário não enfraqueceu esse laço de união: “substancialmente vive a plenitude de Deus” (Cl 2,9).

Em uma época de tanto egoísmo, é frutuoso perscrutar a personalidade singular do Mestre. Ele é solidário com os homens mesmo que sua dedicação resulta em fracasso. E da íntima comunhão com quem o enviou adquire forças e grandeza para orar pelos que o ultrajam e matam (Lc 23,34).

Essa veneração é extraordinariamente rica para nós, pois o sinal nos fala do nosso perdão, do sangue derramado para nos remir. Recorda ainda o centro do Universo.

A ciência dos homens e a vaidade dos cristãos que se julgam doutos, jamais poderão perceber as belezas de atos religiosos aparentemente plenos de simplicidade.

Deus se revela aos pequenos e entre eles, principalmente, estão os devotos do Sagrado Coração de Jesus. Com Sua entronização nos lares, o Apostolado da Oração, o novenário, as festas piedosas fazem mais pela Igreja que muitos instruídos, pois, no Coração aberto pela lança, veneram e adoram o amor do Pai, que entregou por nós Seu próprio Filho para que pudéssemos viver (cf. Rm 8,31-34). Outorgou com esta doutrina o segredo de ordenar este mundo tão cruel por estar distanciado do Evangelho. Abriu perspectivas eternas a todos os seus filhos. Além disso, com o insistente apelo a aceitar seu jugo, que é suave e seu peso que é leve (Mt 11,28), nos proporcionou os meios para que possamos atingir a fonte da água viva.

Encerramento do Ano Sacerdotal no Rio

Carlos Moioli - 06/06/2010


O Arcebispo Dom Orani João Tempesta presidiu, na manhã do último sábado, 5 de junho, na Igreja de São Pedro, a Celebração de encerramento do Ano Sacerdotal, reunindo Presbíteros e seminaristas da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

- Estamos aqui para louvar o Senhor pelo dom de nossa vocação e por ter nos proporcionado um ano de graças, de renovação espiritual, de santificação e fortalecimento do ministério presbiteral, disse o Arcebispo.

- O Ano Sacerdotal foi providencial na vida da Igreja pelo bem que tem feito. Posso afirmar que ele trouxe para mim novas luzes de inspiração, além de suscitar novo ardor, mais esperança e fidelidade ao ministério presbiteral, ressaltou Padre Omar Raposo de Souza, Reitor do Santuário Cristo Redentor do Corcovado.

Como acontece nas manhãs de sábado, a celebração foi transmitida ao vivo para todo o Brasil pela Rede Vida de Televisão e, na Amazônia, pela TV Nazaré, e também pela Rádio Catedral, do Rio de Janeiro.

Ao ser escolhida a Igreja de São Pedro para o encerramento do Ano Sacerdotal carioca, Dom Orani quis manifestar unidade com o Santo Padre. No mesmo espaço da Igreja dedicada ao Príncipe dos Apóstolos, situada no bairro do Rio Comprido, encontra-se também a Casa do Padre Cardeal Câmara e o Seminário São José.

Implorando as bençãos de Deus, o Arcebispo pediu por todas as intenções, em particular pelos Presbíteros idosos e doentes e por aqueles que constantemente sentem o “calor e o peso do dia”. Com presença expressiva de seminaristas, colaborando na liturgia, também pediu pelas vocações de especial consagração. A proclamação do Evangelho foi feita por Tiago Sardinha, um dos diáconos ordenados no Ano Sacerdotal.

- Foi um ano de grande aprofundamento, que valorizou a pessoa do Presbítero como discípulo missionário, chamado a doar a vida pela Igreja. As várias ocasiões de formação e celebração contribuíram para fortalecer a minha vocação e a certeza da necessidade da evangelização, disse o seminarista Bruno Brum, cursando o segundo ano de Filosofia.

Convocado pelo Papa Bento XVI, por ocasião dos 150 anos da morte de São João Maria Vianney, o Ano Sacerdotal será concluído na próxima semana, de 9 a 12 de junho. Na quarta-feira, dia 9 de junho, Dom Orani estará no Vaticano, marcando presença no evento ao participar, na Praça de São Pedro, da Audiência Geral com o Santo Padre.

Na opinião do Padre Silmar Alves Fernandes, da Paróquia Santa Teresa de Jesus, o envolvimento dos fiéis, quando estiveram reunidos nas paróquias rezando pelos seus presbíteros merece destaque. Segundo ele, essas iniciativas são fatos sem repercussão na mídia, mas significativos para a vida em comunidade.

- O Ano Sacerdotal serviu para renovar a identidade, valorizar o nosso ministério presbiteral. Foi o próprio Cristo quem nos escolheu, por isso, um grande dom. Tendo o pé no chão e o olhar voltado para o céu, precisamos corresponder ao que nos foi confiado, acrescentou Padre Silmar.

Na homilia, Dom Orani destacou a importância do ministério presbiteral como dom de Deus. Lembrou que Cristo, o Sumo Sacerdote, é quem preside a Eucaristia, está presente na Palavra e na ação da Igreja, alimentando e perdoando o povo de Deus. Disse ainda que o Presbítero, tirado do meio do povo e formado para serví-lo, vai construindo, na história, o Reino de Deus.

Ao destacar a figura de São João Maria Vianney, que revolucionou no seu tempo a pequena cidade de Ars, no sul da França, lembrou aos Padres que também eles foram chamados, consagrados e enviados, como discípulos missionários, para servir e mostrar ao povo o caminho de Deus.

- Ao ver a diversidade de dons e ministérios que enriquece a Igreja de Cristo, peçamos ao Espírito Santo que nos dê os dons necessários para viver a comunhão, fazer a vontade de Deus, e enxergar nos sinais dos tempos os meios para anunciar hoje o Evangelho, completou o Arcebispo.

Depois da homilia, os Presbíteros fizeram a renovação das promessas sacerdotais. Reunidos no espaço do presbitério, em volta do altar junto com o Pastor, também rezaram pelas intenções da Igreja. Entre os concelebrantes, o Bispo Auxiliar Dom Assis Lopes, o Capelão da Irmandade de São Pedro, Padre João dos Santos Sales, Vigários Episcopais e formadores do Seminário São José.

Para o Padre Cristiano Holtz Peixoto, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, o Ano Sacerdotal foi uma experiência única, com muitos frutos.

- Experimentei no coração a renovação e a razão do chamado para continuar anunciando com ardor a Palavra de Deus, de servir na caridade e de perdoar os penitentes. Em tempos de perseguições, foi uma oportunidade para dar testemunho de vida, fortalecer laços de amizade e fraternidade entre os irmãos Presbíteros, disse Padre Cristiano.

Ao concluir a Celebração, Dom Orani lembrou que o encerramento do Ano Sacerdotal, que tem como tema “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do sacerdote”, deve ser celebrado em todas as paróquias da Arquidiocese do Rio de Janeiro na próxima sexta-feira, dia 12 de junho, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Ele recordou ainda a importância de os fiéis rezarem pela santificação dos Presbíteros, nesse mesmo dia, quando a Igreja também celebrará o Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero.




Para a Celebração de encerramento do Ano Sacerdotal, no Vaticano, estão inscritos nove mil presbíteros de 91 países. Na oportunidade, o Papa Bento XVI irá proclamar São João Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars, até então somente Patrono dos Párocos, como Padroeiro de todos os Sacerdotes do mundo.
A devoção ao coração de Jesus


Foto: Robson Siqueira
É muito bom estarmos celebrando este final de semana do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra depois da Páscoa duas festas importantes, Corpus Christi e do Sagrado Coração de Jesus. A Igreja ensina que a gente celebra aquilo que gente acredita, aquilo que a gente reza e celebra.

A nossa vida religiosa é feita daquilo que acreditamos e celebramos. Este tempo forte passando pela Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, a Igreja termina com essas duas festas para dizer que todas as festas são fruto do amor de Deus.

O coração de Jesus é o símbolo deste amor. Jesus nos mostra um coração humano, um coração que nos ama. Jesus fez a Santa Margarida Maria Alacoque muitas promessas, e quem correspondesse ao seu amor seria muito abençoado.

E hoje eu quero falar um pouco sobre esta devoção, Padre Cláudio assumiu diante de Santa Margarida Maria, o compromisso de espalhar esta devoção ao mundo inteiro. Essa devoção é chuva de graças. Quando Jesus conversou com Santa Margarida, Ele disse “meu coração está tão apaixonado pelos homens e especialmente por ti” , que queria derramar Seu amor pelos homens.

Não deixamos o pecado por medo, deixamos o pecado por amor. Como vamos descobrir, experimentar o amor de Deus? Jesus quer apresentá-lo a nós, então, amaremos sem medos.

Todas as devoções a Jesus são apresentadas assim, temos também Santa Faustina, e a mensagem é de amor, a confiança na misericórdia. Jesus fez com que ela tivesse a imagem daquele quadro maravilhoso (água e sangue jorrando do seu coração), para saber que além de nossas faltas, “Jesus eu confio em vós”.

Santa Terezinha do Menino Jesus também passava essa mensagem, para ir para o céu basta se abandonar nas mãos de Deus. Ela encontrou o caminho da infância espiritual, ela encontrou o coração de Jesus.

Todas estas santas viveram o amor ao coração de Jesus. E Jesus quis que fosse celebrado uma festa ao seu Sagrado Coração, para que todos atraídos ao seu coração pudessem beber com perene alegria na sua fonte salvadora.

Na cruz Jesus mostrou para nós seu amor. Jesus foi na cruz por nós, para Deus se fazer homem, é um rebaixamento enorme, porque o homem é uma criatura de Deus, Ele assumiu nossa natureza humana para nos salvar. E quando Jesus subiu ao céu, na festa da ascensão, Ele elevou o homem ao céu. Ele fez o caminho contrário de Adão, o caminho da obediência, da humildade. São paulo diz que “Ele se fez obediente, obediente até a morte de cruz”, a pior morte daquela época. Jesus ficou pendurado por três pregos, cravados no punho e nos pés, e naquela posição o corpo não conseguia respirar.

Podemos nos perguntar, será que não havia outro jeito da humanidade ser salva, além desta tragédia tão grande? O catecismo nos responde, primeiro para mostrar a nós seu amor, até que ponto Deus é capaz de chegar no Seu amor por nós. E também o amor de Jesus, pois foi Ele que quis morrer para nos salvar. Deus deu a maior prova de amor por nós. O catecismo nos ensina que Deus poderia ter escolhido outra forma, mas Ele na Sua sapiência, quis desta forma, para que ninguém duvidasse de Seu amor por nós.

Foto: Robson Siqueira

A segunda coisa que o catecismo diz: é que a cruz foi a maneira que Ele usou para dar sentido ao sofrimento do mundo. O sofrimento, a morte não é criação de Deus, “foi por inveja do demônio que a morte entrou no mundo”, foi pelo pecado que o sofrimento entrou no mundo. “O salário do pecado é a morte” (Rom6,23). Se formos procurar a raiz de todo sofrimento vamos encontrar o pecado. Não que você sofra somente por causa do seu pecado, nem sempre a gente sofre por causa de nosso pecado, mas do pecado da humanidade. Quando o pecado entrou na humanidade, ele feriu a todos. O pecado é a raiz de todo mal, por isso Jesus veio para tirar o pecado do mundo. Ele não veio para outra coisa, pois o pecado é a raiz de todo mal.

A terceira coisa que o catecismo diz: A humanidade feriu o coração de Deus com o pecado e somente um sacrifício infinito poderia reparar esta ofensa. Foi preciso a oferta, a oblação, de uma vida divina (mas também humana) para satisfazer a justiça divina. O pecado fere a majestade infinita de Deus, e só pode ser reparado pelo sacrifício da vida do próprio Deus.

Jesus não quer perder nenhum de nós, ele se desdobrou para mostrar isso. Quanto ele conta a parábola do pastor que deixa as 99 no aprisco e vai buscar uma que está perdida, Ele diz há mais alegria no céu por um pecador que se converta do que 99 justos, com isso Ele quer dizer que não quer que nenhum se perca.

Uma das sete palavras de Jesus na cruz, é “Tenho sede”, o soldado quis dar vinagre para Jesus, mas a sua sede era de almas, de que a sua morte fosse suficiente para conquistar todas as almas. Se quisermos dar a nossa resposta a devoção do Sagrado Coração de Jesus é preciso trabalharmos para a salvação das almas. Jesus não quer perder nenhum dos seus, pois fomos feito Sua imagem e semelhança, para vivermos eternamente com Ele.

A grande mensagem do coração de Jesus é essa, não há pecado que não possa ser perdoado. O tentador diz que se você pecou, você tem que sumir da Igreja, mas não. Jesus nos mostra a sua misericórdia. Muitos se afastam da Igreja, de Deus pois pensam que seu pecado não há mais jeito. Mas o catecismo afirma, que não há pecado que a Igreja não possa perdoar, se a pessoa estiver realmente arrependido. Não há limite para o perdão de Deus.

Uma só gota do sangue de Jesus perdoaria todos os pecados, mas Ele quis mostrar seu amor se entregando totalmente.

Muitos tem medo do inferno, mas Jesus apareceu a Irmã Consolata e disse que só vai para o inferno quem quer. Ninguém pode arrancar ninguém das mãos de Jesus, mas cada pessoa tem a liberdade de querer sair. Que nenhum de nós tenha medo de ir para o inferno, claro que nenhum de nós abusaremos da misericórdia de Deus.

Jesus disse para Consolata, que Ele tem necessidade de vítimas, pessoas que ofereçam sua vida a Deus, vidas consagradas, pessoas que tem coragem de se entregar a Deus.

E Jesus disse para ela o porquê dos sofrimentos do mundo, “quantas orações sobem ao céu pela falta de dinheiro”. Jesus salva muitas pessoas pelo sofrimento, Ele permite porque existem pessoas que somente no sofrimento O procuram. Na abundância as pessoas O esquecem, mas quando estão na miséria se voltam para Ele. Jesus deu um sentido ao sofrimento, Ele fez com que o sofrimento abrisse a porta da salvação. Ele recicla todo sofrimento humano.

Infelizmente muito de nós fazemos de Deus um pronto-socorro, mas quando está tudo bem esquecemos das orações, das novenas.

Fui numa delegacia e lá estava escrito “na hora do perigo as pessoas se lembram de Deus e chamam a polícia, passou o perigo esquecem de Deus e amaldiçoa a polícia.” Precisamos ser cristãos maduros, que mesmo na abundância não esquecemos de Deus, nosso relacionamento com Deus precisa ser de filhos, não de escravos ou de mercenário.

Jesus diz a Consolata, lança seus pecados na fornalha ardente do meu coração. Talvez você não possa salvar muitas almas, mas você pode salvar uma, e isso já vai ser uma festa no céu. O mundo está atolado nas mentiras, nas seitas, e a mentira é o caminho da perdição, das trevas. O coração de Jesus está sangrando por causa disto e nos pedindo: “vamos salvar essas almas”, “Dai-me almas”.

Não é a toa que Monsenhor colocou o nome do projeto mais importante da Canção Nova, de “dai-me almas”, que é o grito do coração de Deus. Só pararemos de trabalhar para o Senhor na hora da nossa morte.

Vamos satisfazer o coração de Jesus, que tanto nos ama.

Fonte: www.cancaonova.com
Conheça o Coração de Jesus
               Dunga
Quando amamos uma pessoa vamos a conhecendo melhor, quanto mais você conhece, mais você ama. E quanto mais você ama, mais você acredita. Quanto mais o esposo conhece a esposa, mais eles se amam, e isso faz o casamento feliz. Eles acreditam um no outro.


Quanto mais você conhece o outro, mais você conhece os seus limites. Conhecendo-me, sabendo dos meus limites, minha esposa pôde perceber que quando eu prometo algo eu faço, e ela sabe o quanto me custou cumprir essa promessa, então isso é prova de amor.

No casamento, nós sabemos os limites da pessoa, e quando ela atende nossas expectativas sabemos do que ela teve que vencer para nos atender.


Quando falamos das promessas de Jesus, precisamos conhecer Seu Coração Sagrado que pulsa de amor por nós. É claro que Jesus cumpre todas as suas promessas, porém, mais que acreditar nessas promessas é importante que você conheça esse Coração.

Jesus Cristo é o Salvador, e a salvação vai acontecer na sua casa, mas você corre o risco de atribuir essa salvação a você mesmo, ou a uma pessoa. Pois, por você não ter essa intimidade com o Coração de Jesus que cumpre as promessas, isso passa despercebido.

Jesus não tinha medo morrer, Ele tinha medo de perder amigos. Ele não tinha medo de ser traído por Judas e negado por Pedro. Ele tinha medo de perder amigos.

Por que o coração de Jesus é misericordioso? Porque Ele está cheio das nossas misérias, é lá no Coração de Jesus que colocamos nossas misérias, por isso, conheça o Coração de Jesus e não seja ingrato.

"A parte de Jesus já está garantida, agora a sua parte é ser íntimo de Seu Sagrado Coração"
Foto: Wesley Almeida/CN

Jesus faz tantas coisas para nós, e nós não O agradecemos. Talvez daqui um pouco a promessa de Jesus se cumpra na sua vida, você não pode considerar isso como uma coincidência, mas sim providência.

Você que nunca foi à igreja, nunca rezou pra valer, basta querer conhecer o Coração de Jesus e você poderá colocar o seu coração n’Ele.

“Foram em seguida para o lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse a seus discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto vou orar. Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se. Disse-lhes: A minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai”. (Marcos 14,32-34)

Esse Jesus que você adora, sabia que Seu coração sentiu uma tristeza mortal? Quando nós amamos uma pessoa, nós acompanhamos o seu coração. Jesus com esse Sagrado Coração sentiu tristeza, então aquilo que você sente de angústia, Ele entende porque também sentiu.

“Aba! (Pai!), suplicava ele. Tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres. Em seguida, foi ter com seus discípulos e achou-os dormindo. Disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora! Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Marcos 14,36-38)

O Espírito de Jesus estava pronto, mas a carne não estava preparada ainda. A carne que Jesus se vestiu, é a minha, é a sua carne. A carne é fraca, eu preciso que você reze comigo, por mim. Jesus sabe o que é uma carne fraca, Ele conhece a sua carne fraca, e você precisa conhecer o Espírito de Jesus. É questão de intimidade contínua.

“Afastou-se outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras. Voltando, achou-os de novo dormindo, porque seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder. Voltando pela terceira vez, disse-lhes: Dormi e descansai. Basta! Veio a hora! O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos e vamos! Aproxima-se o que me há de entregar”. (Marcos 14,39-42)

Você já teve medo? Como seu coração batia? Você já teve angústia? Como seu coração batia? Você já encontrou com a pessoa amada? O coração acelera. O coração sempre foi e será aquele órgão que expressa o que alma sente. Ele acelera, bate mais forte. Você precisa sentir isso por Jesus, porque Ele já sente isso por você, quando você está na eminência de se voltar para Ele.

"Jesus conhece a sua carne fraca, e você precisa conhecer o Espírito de Jesus"
Foto: Wesley Almeida/CN

Aceite o Coração Sagrado de Jesus não por causa de suas promessas, porque isso Ele já faz. Mas, o mais importante é conhecer esse Coração que te acolhe. Jesus não tem medo de morrer, Ele tem medo de perder você. Se você está aqui hoje é porque você está começando a aceitar Jesus. E você terá os anos mais felizes de sua vida.

Veja algumas das promessas do Sagrado Coração de Jesus:

- As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.

- As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição.


Você acha que você vai convencer a uma pessoa da sua casa que precisa de conversão, sem falar com fervor? Tem que ter um coração fervoroso, tem que vibrar. Quer converter alguém? Seja fervoroso.

- Abençoarei as casas em que se acharem expostas e for venerada a imagem do meu Sagrado Coração.

Tenha essa imagem desse Coração maravilhoso de Jesus em sua casa. Que seu filho o veja venerando esse Coração.

- Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.

Vamos entronizar o Coração de Jesus em nossa casa. Mais importante que essas promessas se cumprirem em nossa vida, é cada um de nós termos intimidade com Jesus. É preciso experimentar o amor mais que as promessas, é preciso conhecer o Coração de Jesus.

Experimente o Coração de Jesus quando você estiver sentindo-se sozinho. Esteja a sós com Jesus. Jesus ouve cada um do jeito que é. Ele já te conhece, agora é você quem tem que conhecê-lo e começar a grande caminhada com Ele. A parte de Jesus já está garantida, agora a sua parte é ser íntimo de Seu Sagrado Coração.
Deus está esperando ! 

Hoje acordamos e aí está você.
O importante MESMO é você saber que você está aí e bem.
Seja como for, você acaba de ganhar mais um dia de presente para viver.
Por isso, comemore este novo dia.
Agradeça a Deus por ele.
Afinal, você também é um milagre criado a natureza de Deus.
Enquanto você ainda está no silêncio, na intimidade da sua manhã, entregue sua vida para Deus e peça que Ele cuide de seu dia.
Esperamos demais para fazer o que precisa ser feito, num mundo que só nos dá um dia de cada vez, sem nenhuma garantia do amanhã.
Enquanto lamentamos que a vida é curta, agimos como se tivéssemos à nossa disposição um estoque inesgotável de tempo.
Esperamos demais para dizer as palavras de perdão que devem ser ditas, para pôr de lado os rancores que devem ser expulsos, para expressar gratidão, para dar ânimo, para oferecer consolo.
Esperamos demais para ser generosos, deixando que a demora diminua a alegria de dar espontâneamente.
Esperamos demais para ser pais dos nossos filhos pequenos, esquecendo quão curto é o tempo em que eles
são pequenos, quão depressa a vida os faz crescer e ir embora.
Esperamos demais para dar carinho aos nossos pais, irmãos e amigos. Quem sabe quão logo será tarde demais??
Esperamos demais para pedir a Deus a confiança necessária para atravessarmos os obstáculos e executarmos as tarefas que nos esperam.
Deus também está esperando - esperando você todos os dias confiar que Ele está no comando de sua vida, não esquecê-lo jamais.

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