segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vitória de Deus, nossa vitória.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14) que verdade sublime! Deus se fez homem! Você já parou para pensar que Deus escolheu ter um coração, uma Mãe, uma educação...? Etc. é como se o maior Rei de todos os tempos, por amor ao povo, deixasse toda sua riqueza e gloria para se tornar servo, e não bastando tamanho ato de amor, este mesmo Rei, agora servo, dá sua própria vida por todo povo. O que nos resta diante de tamanho amor? Afirmar que não existe um amor que ultrapasse o amor que Deus tem por seu povo. “Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes me pergunto: Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!” (Sl 8, 4-10)

Meditando a paixão, morte e ressurreição de Jesus podemos afirmar que nossos sofrimentos nada são diante de tamanha entrega, pois ele foi castigado por nossos crimes e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 5), esta verdade não significa que estamos isentos do sofrimento, pois o próprio Cristo nos disse: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33). Neste mundo teremos aflições, mas Cristo, levando sobre si nossas dores, tornou nossos fardos e nossas cruzes mais leves, Ele, o Bom Pastor, nos ajuda em todo caminho. Por isso “Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.” (Rm 8, 18). Não há dor que Deus não possa transformar em alegria. Quando os apóstolos estavam na barca e sobreveio uma forte tempestade, o desespero tomou os corações daqueles que caminhavam com o filho de Davi (Mt 8, 24-26). Isto acontece conosco também, no momento da tempestade. Na fúria do mar, nos desesperamos, ou seja, deixamos de esperar, esquecemos de tudo que o Mestre nos alertou, esquecemos que Ele está no nosso barco e que, com apenas uma palavra, Ele pode calar o vento, acalmar o mar, pois é Dele a palavra final. Por isso continue lutando. “Não temas nada, homem de predileção! Que a paz esteja contigo! Coragem, coragem! Enquanto ele me falava senti-me reanimado. Fala, meu senhor, disse, pois tu me restituíste as minhas forças.” ( Dn 10, 19)

Você já notou que às vezes estamos envolvidos com tantos sentimentos e situações de “morte” que não conseguimos contemplar a vida que surge ao nosso redor? Não conseguimos ver a ressurreição. Foi assim com os discípulos que caminhavam rumo a Emaús (LC 24, 13-31), estavam tão cegos que não confiaram no testemunho das mulheres que haviam visto o ressuscitado; a tristeza tomou os corações daqueles discípulos a ponto deles não enxergarem o ressuscitado que caminhava com eles. Com a gente também é assim; quando os dias estão tranqüilos, conseguimos enxergar a mão de Deus em tudo, mas basta um pequeno problema para duvidarmos da presença de Cristo caminhando conosco. Aquele que venceu a morte nos disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (MT 28, 20). Ele está contigo! Não temas! Sua vitória sobre a morte nos testifica que a cruz não é o fim. Aos nossos olhos a cruz seria o fim, mas Jesus fez da cruz um começo. Creia que a cruz que você carrega hoje, no tempo certo, dará lugar a uma nova historia, um novo recomeço. “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (I COR 12, 9)

Portanto, celebre a ressurreição todos os dias! Continue vivendo a páscoa! Que este mistério tão glorioso não tenha sido apenas um momento passageiro; que você não se lembre que Cristo ressuscitou apenas no tempo pascal. No tempo comum, natal ou advento, até mesmo na quaresma, não podemos esquecer que nossa esperança morreu e ressuscitou no terceiro dia. Sempre que possível medite sobre a paixão, morte e ressurreição do nosso Senhor, pois não existe uma historia de amor mais bela, e não se esqueça de perceber que há vida ao seu redor. Preste mais atenção nas flores, no sorriso das crianças... Retire do seu coração esses sentimentos que levam à morte. Cristo ressuscitou, ressuscite com Ele! Afinal a vitória de Deus é a nossa vitória.

Colaborou:
José Carlos Silva, Seminarista. “Omnia tempus habent” (Para tudo há um tempo)

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