quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir!

Uma só alma, um só coraçãoAmados irmãos e irmãs, querido povo de Deus, aqui estamos novamente com mais uma leitura que nos convida a uma reflexão sobre a nossa missão neste mundo em resposta ao chamado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Trata-se de um texto Bíblico sobre as Confissões de Jeremias, muito apropriado para o tempo que estamos vivendo e que precisamos assumir um compromisso de mudança de mentalidade e comportamento ao invés de simples lamentações sem nada fazer. Por isso, vamos fazer essa leitura e juntos refletirmos em que devemos mudar, para que estejamos unidos num só coração e numa só alma.

Lendo os textos dos referidos capítulos referentes as “Confissões” de Jeremias, senti-me sensibilizado diante da narrativa do Cap. 20,7ss pelo extravasamento de sua queixa à Deus que não o socorre diante das dificuldades e obstáculos que se fazem presentes no seu caminho. Caminho este, que o próprio Deus o colocou.

Refletindo este texto me veio ao pensamento que tão semelhante palavra dirá ou tão semelhante atitude terá toda a criatura humana que num determinado momento de sua vida sentiu no intimo de sua alma uma forte inquietação, e que de imediato não conseguindo identificar tal inquietação sente-se impelido a desvendar tal mistério que invade e revoluciona seu espírito e modifica o seu comportamento e que afinal, esse mistério revela-se para si como um “chamado de Deus”.

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! A sedução de Deus não se compara a sedução do mundo que corrompe, perverte. A sedução de Deus é seu encantamento, é seu fascínio… Encantaste-me, Senhor; e eu me deixei fascinar! Digo eu, inspirado escrevendo este texto. E quem poderá resistir? É a fortaleza divina sobrepondo a fortaleza humana! É o querer divino sobrepondo o querer humano. É o arrebatamento de Deus! “E o barco está em alto mar, não dá mais para voltar…” diz a música.

E é ai que começa o grande desafio! O relacionamento do homem consigo mesmo, o relacionamento com o próximo e o relacionamento com Deus, continua sendo a grande questão não só nos tempos dos profetas, mas também nos dias de hoje e, sobretudo neste tempo chamado pós-moderno. Administrar essa “tríade” relacional é o grande desafio da humanidade em todos os tempos. É o nosso desafio!

Os Bispos, Presbíteros, Diáconos, Religiosas, Religiosos, Leigos, enfim, todos são suscitados por Deus e tem também sua missão de governar, ensinar e santificar, conforme os sacramentos recebidos. Essa missão não é diferente da dos tempos dos profetas, porque nós também continuamos a pecar, arrepender-se e buscar o perdão de Deus.

Para quem recebeu de Deus a missão de evangelizar sempre terá em seu caminho a árdua tarefa de se confrontar com as mais diversas situações de conflitos existenciais e religiosas, esperadas e inesperadas, que irá exigir do evangelizador o exercício e a perseverança da fé, da esperança e da caridade em Deus para não sucumbir frente a esses desafios.

Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir, diremos todos nós, não como queixa, mas com o coração exultante de alegria por ter sido conhecido e escolhido desde o seio materno e “antes do nascimento ser consagrado e designado profeta das nações” ser enviado e ordenado a falar das maravilhas do Criador e sua criatura e que apesar de tudo não devemos ter medo e Ele mesmo disse: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jô 16,33) Assim amados irmãos, nós também, unidos em um só coração e numa só alma haveremos também de vencer este mundo. Boa leitura e uma boa reflexão.

José Ferreira (Bá) é Diácono Permanente, foi ordenado em 1º de maio de 2004. Possui um histórico acadêmico com aprovação em diversas disciplinas pelo Instituto Superior de Ciências Religiosas no campo da Filosofia, Teologia, Sociologia, Psicologia e Pedagogia, além de participações em Simpósios Filosóficos e Teológicos. Atualmente exerce sua diaconia na Paróquia N. S. de Fátima, no bairro de Olaria, na Diocese do Rio de Janeiro, onde auxilia nas diversas pastorais e movimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário